segunda-feira, 3 de outubro de 2022

A Moça


A moça levanta-se logo pela manhã,

Sente-se satisfeita e feliz,

Absorve o cheiro bom que seria de café,

Pois bem, dessa vez não o é,


Vem dele,

Do homem que repousa ao seu lado,

E que por tanto tempo fora esperado,

- o homem que amo,


Ela diz com um sorriso desfeito,

Há marcas de batom por seu rosto,

Mulher nem uma diria que neste aspecto

Ela sorria,


No máximo chamar-se-ia esboço,

Houve nisso,

Um sorriso ingênuo chamando-a,

Nele um sussurro de já está acordada?


Ela o abraça forte e o pede para ficar,

Ele a olha de forma indagadora:

-Então, você me ama?

Mas não ousa perguntar,


Ela junta seu corpo ao dele,

-Sim, o amo.

Mas, prefere ocultar.

Apenas cola seu rosto ao dele como um,


Beija-o sôfrega e intensa por todo o rosto,

Vira-o e chega a sua boca,

Prepara-se para o que vale a sua vida: tê-lo!

Tenta acompanhar tudo que ele pensa,


Deseja ser importante,

Deseja ser amada e correspondida,

Seus ouvidos parecem latejar, porém,

Ela sente medo que tudo se esvaia,


Feito a névoa lá fora,

Que agora se deseja sobre a janela,

Mas dentro em pouco se dissipa

É como se ela fingisse nunca estar.


O telefone interrompe o pensamento,

Ela o ignora, ele não;

Então, ela o pede que atenda,

Ele tremulo o segura e diz: alô,


Então, vira para ela e pede:

- Digo que é quem?

Ela sorri e acaricia o seu pescoço,

-Ora, amor diga seu nome.


Ele se vira e o fala com voz tênue,

Então, volta-se:

-Como me identifico?

Ela sobe a carícia para o rosto,

-Meu amor, não seja rogado,


Diga a este: é o meu amor!

Aquele que tenho para esposo.

Ele sorri diante disso,

E assim, fala, presunçoso.


(Daí para a frente, não há recuo).

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