quarta-feira, 20 de março de 2024

Apenas Sua

Como saber a vontade dos seus lábios?
Decifrar-lhe pelo olhar!?
Ver como se posicionam,
Senti-los antes de tudo o mais…
Eles não estão me chamando?
Então, porque este desejo tão intenso…
Preciso.
Urgencio.
Chamo-o.
Sou a ele toda ouvidos.

Descobrir suas vontades,
Interpretar seus sentidos,
Ser sua antes de todo o resto.
Pertencer-lhe.
Desejo profundo de agradar,
Sede intensa de estar perto.
Vontade que não se sacia.
Querer desmedido e encabulado.

Um coração dedicado a ele.
Uma boca ao dispor.
Uma vida para tocar sua pele.
Qualquer coisa por seu amor.
Dou a ele todos os céus,
Mil flores e um cometa.
Dou a ele cada fruta.
Mil cores e sabor fresco.

Beijar é parente secreto,
Amar desmedido sem entender.
Esconde-se.
Não buscar saber.
Apenas sentidos.
Sem divulgação de ações.
Sua boca é capaz de naufrágios.
E abafa.

No romper de sua fala.
Na proximidade da garganta.
No sentido de sua doçura.
Me jogo neles e não quero parar.
Mergulho sem querer voltar.
O engolir perde o pudor.
A vaga de ser sua é hipócrita.
Vaga estúpida que mata.
Vaga tola que me rouba e segura.
Vaga ingênua que sonega.
Vaga boba que se ignora.
Vaga amada que sorri e afaga.
Ruge, garganta doce e mantenedora,
Depois abranda-se sem defesas.

Por quê, tola vaga?
Não me nota louca e jogada.
Aquele sorriso traiçoeiro e lindo
Levanta-se para toda ruína,
Não resta nada feito ventania,
Arrasa por mero existir em brilho,
Levanta-se e da claridade ao céu,
Oh, Deus lhe pertence,
Serva lhe sou e admito.
Deus, céus e redores
Tudo lhes pertence
Belo e desleal sorriso.

Não me vê louca ao seu redor.
Abre-se a vaga entre seus lábios,
Me jogo a seus pés e espero.
Luto, endoideço.
A luz da manhã que cresce a leste
Vem se apagar em você.
Tola, pensa que me adoece,
Me enciuma ou perturba.
Me recuperou em ser sua 

A altura do horizonte abranda ao longe,
Lábios brilhosos e cheios,
Distância insegura que apetece os gênios,
Linda boca que declina a lua,
Fere de morte o sol,
Deslinda cada nuvem.
Tinha acalmado meu coração,
Agora abre-se está terna vaga
E seu rosto vira-se em soslaio.
Como posso ser dona de casa beijo
Senhora de seus afagos?

O mar dobra-se compassivo,
O rio foge em curvas.
Os pássaros cantam doçuras.
Caio em graça e desgraça.
Sorte ao vento 
A buscar por sua boca.
Sorriso lento.
Escondo-me e me achego.
Ser sua para aconchego.

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