domingo, 17 de março de 2024

Carta

Haveria coisa difícil a ele.
Deixar-me.
Nunca me foi possível.
De joelhos a implorar-lhe.
Fique.
Não me deixe.

Só hoje.
Não faço por ele.
Faço pelo que sinto.
Estou louca e a solidão me adoece.
Ele não precisa falar muito.
Dividir os afazeres.
Me pôr em suas preces.
Me queira.
Não quero ser aquela a estar a espera.
Fique.
Apenas.

Mas e [mesmo assim] ele fez isso.
E quando não está.
Sinto que morro.
Preciso vê-lo.
E ver não basta.
Preciso senti-lo.
E perder não adianta.

Sua graça é suficiente.
E seu amor é meu auge.
Não me deixe, por favor.
De joelhos e lágrimas no rosto.
Imploro sem orgulho ou dor.
Tenho medo de sua ausência.
Do tempo em que não o tive comigo.
Sou fraca.

Você nunca soube o quão perto estive de morrer,
Talvez está conversa seja antiga.
Mas, agora resplandecem outras possibilidades,
De outrora era minha favorita.
Você me dá alternativas.
E eu gosto daquela em que estamos juntos.
As outras eu dispenso.
Meu pressuposto.
Exposto.

Motive-se de seus desejos.
Sonho em ver-me por objetivo.
E que minha ausência não o faça mudar de idéia.
Não se afaste.
Me alegra e espanta.
De que céus me cai em mãos está garrafa?

Nela uma carta.
Para ve-la eu perco o frasco.
Vidros espalhados.
Escritas desconhecidas.
Não deveria me interessar.
O interessa menos.
Mas, eu abro a carta e a leio.

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