domingo, 19 de outubro de 2025

Lembranças

As lembranças que guardo
Nestas fotografias
Voltam a minha memória
Nítidas e saudosas.
Lembro que neste instante,
Em que estou na janela
De mãos unidas
Eu rezava para o vento
Não ser tão prepotente
E deixar nosso terreno
Em paz.
Eu pedi a ele
Para não açoitar o telhado,
Não bater tanto as portas,
E que levasse a chuva forte
Com ele para longe.
Mas, ele me ouviu pouco,
Logo um raio caiu do céu
Com a rapidez de uma lâmpada
Que é ligada e acertou nosso
Pé de pitanga em cheio.
Ele era velho,
Já datava existência
Do tempo de meu avô,
Contudo, partiu-se ao meio,
Seu tronco rachado
Caiu no chão de terra molhada.
Ficou apenas a parte
Próxima a terra intacta,
Logo ele se regenerou
E produz frutos doces
Até hoje, cinquenta anos após.
Bem, me lembro que
Ao passar a chuva
Nós corríamos até
O porto para olhar o nível
Da água se subiu muito,
Para impedir
Que as vacas ao desconhecer
Os perigos
Chegassem muito perto
E caíssem no atoleiro.
Aqui nesta segunda fotografia,
Há a vaca atolada,
E na outra,
Veja, veja só,
Estamos eu e meu pai
De barco puxando a vaca
Para retirar ela dali,
Logo ela morreria,
Ou por estar atolada
Ou porque o rio
Iria encher-se mais,
O que me lembro bem
É que precisávamos ser rápidos.
As vacas nadam, sabe?
Mesmo as que nunca
Precisaram nadar,
Do nada,
Elas mexem suas patas,
Empinam o nariz
Para fora da água
E nadam.

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