Para aplacar
Com os boatos
Na vizinhança,
A garota colocou
Um vestido colado
E posou para fotos,
Agora, seu rosto
E corpo estão estampados
Em poses a efeito
“Cala a boca”.
Não parece aquela menina
Que em casa dia que acorda
Se olha no espelho
Em busca de respostas,
Enquanto procura sua bolsa
Para ir para o trabalho,
Olha para trás
E repensa em tudo que houve
E como poderia ter sido diferente.
Neste pensar
Percorre o caminho
Que encurta distâncias,
Uma hora cruza o ponteiro
Do velocímetro do carro
E leva quilômetros consigo.
Vem na memória
Seu pai e uns dez anos lá atrás,
O vigor e sonhos
De uma adolescente
Que acreditou que poderia
Realizar-se,
Sonhou e buscou
E agora apenas percorre.
O pai a abraçar a mãe,
Num casamento exitoso,
Que agora teima em desmoronar,
Sim, a menina tem 25 anos
E mora sozinha,
Talvez, nem saiba
De tudo que acontece
Com a própria família.
Ela baixa o retrovisor
Do carro e busca pela fotografia
Dela com sua cachorrinha,
A doce Lara,
Que a espera ansiosa
Por sua volta,
Isto foi tudo que trouxe
De dez anos passados,
E as lembranças.
Lá atrás,
Dentro de uma igreja,
Ficou a garota que abraçou
As amigas,
Em nome da fé
Jurou amor por toda a vida,
Em respeito as crenças
Que carregava consigo
Jurou não esquecer,
Porém, a fotografia já está
Envelhecida
E outra desta mesma garota
Com outras duas amigas
Surge por descuido.
Abraçadas e sentadas
Na escadaria do colégio
Elas prometem amizades,
E o conhecimento
Que obtém todas juntas
Se encarregará de mantê-las unidas,
E no seu íntimo,
Desejam que os garotos cobiçados
Gostem delas e se importem
Em mantê-las amigas,
Porquê o mundo é feito
De verdades e fuxicos
E um cara idiota é capaz de tudo
Até mesmo separa-las,
Está foto caiu no assoalho do carro,
Sujou de café amanhecido
De uma garota que dirige sozinha
E se julga auto suficiente
E capaz de dirigir a própria vida,
E isto inclui esquecer a todas
E talvez, nunca mais
Voltar a reve-las.
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