Ela se foi deixando seus sonhos em pedaços,
Uma alma caída no fundo do infortúnio,
Ele sentia o coração pisado, esmagado,
Esquecido por quem jurou amor,
Um homem infeliz condenado ao limbo,
Perdido onde a visão não alcança,
Já não se sentia mais o mesmo ser humano,
É como se em cada lágrima silenciosa caída,
Escorresse também a força de sua vida,
Porque quando ela disse adeus,
Deixou apenas os sonhos seus,
Estilhaçados a machucá-lo pelo quarto,
E o céu que era perfeito agora estava rasgado,
E o pouco que ainda restava do seu mundo,
Era sustentado apenas por estes estilhaços,
Tão lindo era seu amor para quem via de fora,
Tão ilusório para quem vivia de suas lembranças,
Naquela situação este homem sonhava,
Mas seu coração se recusava a esquecê-la,
De que natureza poderiam ser seus devaneios,
Da natureza de quem ainda quer viver um sonho por inteiro,
Abraçado a si mesmo, sentia ainda o cheiro dela,
Então parava e punha-se a pensar,
E uma réstia de luz vinha para iluminar sua alma,
A cada vez que o sol marcava aquela mesma hora,
E ela passava e não resistia a um olhar,
De olhar a olhar, aquela alma sonhava ainda mais,
Para corações insensíveis e olhos enxutos,
Isto poderia não significar nada,
Porém para quem amava
Aquele olhar marcava um recomeço.
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