Três anos, mas ainda lembro bem,
O tempo passou, mas não te esqueci meu amor,
Em meu corpo ainda sinto seu abraço a me aquecer,
Em meu destino ainda existe um sol iluminando,
A lembrar do brilho dos seus olhos me guiando,
A cada estrela cadente que cai no luar,
Ainda me indago se partiu para buscar o seu olhar,
E quando brilha sozinha a romper as sombras,
Me pergunto se sua força vem de nossas lembranças,
Se o que a alimenta são nossos sonhos de amor,
Aqueles que a passagem do tempo não arruinou,
Aqueles que mesmo quando viraram pedaços
Espalhados por nosso quarto,
Seus estilhaços ainda serviram de luz aos meus olhos,
Feito um quebra cabeça que trazia nossos momentos,
Que saciava a minha alma com o amor que vivemos,
Olho o relógio que badala meio-dia,
Lá fora deveria ter um sol a brilhar,
Porém as lágrimas que caíram por meu rosto,
Evaporaram e minha dor escondeu o sol,
Quem sabe das minhas lágrimas possa vir a chuva,
E de um momento de dor eu venha reencontrar a cura,
São as sombras da minha angústia assim tão predominantes,
Mas inúteis para rasgar o véu da saudade que te esconde?
Ou será que envergonha-se o dia,
Por ver-me incapaz de mantê-la em minha vida?
Agora resta-me apenas minhas lágrimas saudosas
A esconder em suas sombras a face da terra,
Quando é a luz viva que a devia estar beijando,
O sol com seus raios luminosos a abraçando,
Chorarei até esconder as estrelas,
E no orvalho molhar a noite da terra,
E quando chegar a aurora se ainda restar lágrimas,
Deixarei que a chuva se encarregue de levá-las,
Então três anos e um dia terão se passado,
Sem que me coração tenha te esquecido.
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