Abri meus olhos ao som da sua respiração,
Me aproximei até sentir seu coração,
O sono vem com mais facilidade do que volta,
Sem conseguir dormir me pus a pensar,
Nossos sonhos e promessas de amor eterno,
Flutuavam e se misturavam no quarto,
Cruzavam-se apaixonadas,
Perdendo suas formas,
Materializando-se diante dos meus olhos,
Como se se erguessem do amor diluído,
Que, pouco antes, molhavam meus lábios,
No meigo sabor dos seus beijos,
Milhares de sonhos chegavam a minha alma,
Um a um tomavam forma ao meu olhar,
Estavam ali, a um passo,
Escondidos naquele rosto adormecido,
Minha alma oscilou por uma hora inteira
Em reflexões entremeadas por lindas promessas,
Não resisti e deitei ao seu lado,
Soaram três horas,
Eu abri novamente meus olhos,
E ali estava ela,
Adormecida ao meu lado,
Ergui-me em um único movimento,
E me sustentei sobre o meu braço,
Deitado, olhando para ela,
Percebi que a noite não era tão escura,
Havia uma lua cheia entrecortada
Por finas nuvens sopradas pelas estrelas,
Produzindo lá fora um luar misterioso,
E ali dentro os mais profundos sonhos de amor,
Envolto por uma espécie de crepúsculo,
A cama rangeu com meu movimento,
Como se quisesse acordá-la do seu sono,
Seus lábios estavam em profundo silêncio,
Senti vontade de acordá-los com um beijo,
Uma espessa nuvem cobriu o infinito,
Em meia hora a nuvem rasgou-se como que de propósito,
E um raio de luar, atravessando a janela,
Veio suavemente iluminar o rosto dela,
Ela dormia serenamente,
As mãos de onde saíram tantas carícias,
Estavam repousadas a minha frente,
Seu rosto lindo iluminava-se a luz do luar,
Como um convite ao amor eterno,
Era mais que uma expressão de sorriso,
Era quase um resplendor,
Havia nela a inexprimível reverberação de uma luz que não
se via,
Como se o amor tivesse ganhado sua alma,
Sorri e repousei um beijo em seus lábios,
Eu te amo sussurrei em seu ouvido.
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