Você pode soltar agora,
Não, não precisa mais segurar,
Eu disse, enquanto afrouxava meus
dedos
Que estavam friccionados nos
dele,
Estava segura de que era amada,
Não precisava mais do entrelaçar
tão forte,
Podia solta-lo como quem libera o
pássaro
E diverte-se mais ainda ao vê-lo
retornar
Sem precisar aprisiona-lo,
Segura do que sentia e de que sou retribuída,
Ter alguém pelo que sente
E não pelo que convém ou
obriga-se,
É uma felicidade difícil de
explicar,
Felicidade intensa que vê-se no
gesticular,
Ele podia senti-la em minha voz,
E prova-la em cada um dos meus
beijos
Até mesmo no abraço que o brindei
na mesma hora,
Ou no sussurro em que pedi: amor
não vai embora,
Encerrado na promessa: neném,
serei sempre sua,
É por você que amo e vivo a minha vida,
Eu não o amei o bastante, meu
amor, nunca o farei,
Por mais que o ame a cada instante
nunca será suficiente,
Eu te amo, fica comigo para
sempre, quando vi sussurrei,
Quando um problema está prestes a
se resolver,
Tudo muda ao nosso redor e fica
mais evidente,
Meu ciúme estava ganhando a estrada,
Mas dessa vez ele não marchava na
frente,
Nem fazia parte da paisagem que
nos margeava,
Ficava para trás, à espreita, mas,
distante de onde íamos,
Ele sorriu em silêncio, os braços
na minha cintura,
Não precisava dizer uma única
palavra eu as via,
Percorrendo os seus lábios fechados
no sorriso tremular,
Sentia que ele temia perde-las,
elas ganhavam importância,
Mas dentro da boca ele absorvia
as minhas
E brincava com elas a percorrer sua língua macia,
Estava orgulhoso do que causava,
Honrado por todo o amor que eu
sentia,
Suas mãos não se moviam apenas me
seguravam,
Usava força o bastante para me
manter com ele,
Apenas um leve apertar as
mantinham no lugar,
Entrelaçadas, soltas das minhas,
mas em mim,
No meu corpo e em cada parte
minha,
É como se fosse impossível sentir
assim,
Eu era acostumada a questionar
respostas prontas,
Mas nunca esperei mais a que se
seguiu:
Meu amor, eu te amo, não me
solta!
Escapou da sua boca assim que ele
me sorriu,
Sua voz saiu com tal intensidade
que eu senti
Cada uma de suas palavras rodando
no ar,
Era como se eu pudesse pegá-las,
Então percebi que havia algo
maior que elas:
Sua boca, então o beijei terna e sôfrega,
Absorvendo cada uma delas dos seus
lábios,
Lá havia mais que elas, existia
também o sentimento,
Tão palpável que elas pararam de
rodopiar
Tal como a brisa que nos tocava,
E vieram parar em mim de todas as
maneiras,
Um arrepio me avisou sobre elas,
O ato de amor estava consumado,
Nada iria tirar isso de nós dois,
Algo que acontece pode não ficar
preso no tempo,
Mas mantém-se nele naquele mesmo
segundo,
Porém, nosso amor se perpetua em
cada beijo,
Confesso ainda, as vezes, me vejo
apertar seus dedos,
Daquela mesma forma intransigente de
antes,
Porém, agora mais segura, vejo
nós dois em sua face!
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