quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Seu Beijo

 


Ele surgiu com os olhos da noite escura,

O sorriso que continha estrelas

E os lábios do néctar da flor mais pura,

Em um rosto másculo como a aurora,


Porém, seu perfil é maior que isso,

Se baseia na junção das oito maravilhas do mundo,

Ou algo parecido, seu nome não é vago,

Depois de pronunciado única vez é lembrado,


Para mim foi o maior prazer que eu poderia experimentar

Tê-lo conhecido naquela noite sem lua

Em que eu vagava sob este céu de estrelas,

Sonhando encontrar elas logo mais adiante,


Este mesmo céu em que a lua agora brilha

Foi sobre nós a única testemunha,

Pensando bem, foi mais que isso, eu diria responsável,

Agente do nosso destino a unir-nos naquela estrada,


E tudo de que eu precisava estava nele,

Mas isso nem de longe foi o que houve de melhor,

Sim, o que se seguiu ao encontro se sobressaiu em demasia,

O beijo, o beijo que guardo em minha boca ainda,


Sorri para ele com felicidade tão palpável feito a brisa,

Abracei-o como se a qualquer momento o vento pudesse mudar,

Tornando-se severo e frio feito noite tempestuosa

E sonhasse em me carregar para longe,


Onde, por mais que eu me esforçasse não o veria,

Abracei mais forte ainda quando o senti retribuir,

Meu medo tocava seu semblante e ele estremecia,

O sorriso trêmulo ficava mais bonito ainda,


Tão quente quanto a luz da aurora que acaricia,

Veja que ela nunca nasce tão quente a ponto de ferir,

Nem tão fria a ponto de passar despercebida,

Ela quando surge ilumina, assim foi ele em minha vida,


Com aqueles olhos da noite escura fazia mais do que dizia,

E o que prometia única vez: cumpria,

As estrelas que ousaram pontilhar o céu tinham o efeito do sereno,

Sentia como se tocasse nelas de uma a uma,


Dali mesmo onde estava, do abraço dele em minha cintura,

Um céu de experiência boa estava em sua boca,

Quanto mais beijava mais queria e mais sentia,

Me sentia sedenta então exigia e tomava o que podia,


A noite de estrelas serenas era tão suave que eu tremia

Sem haver frio algum apenas amor genuíno,

As montanhas que se erguiam a nossa volta eram tão altas,

Mas, dos braços dele eu via o fim delas,


Elas ficavam mais próximas a cada beijo ganho,

E distanciavam-se quando nossas bocas se desuniam,

Eu olhei para cima do seu ombro e de fato elas sumiam,

Ficavam pequenas demais diante do que eu via,


Um som gutural vinha da minha garganta,

Um gemido de amor incontido que pedia mais do que ganhava,

Era um gemido que cansava-se do meu sussurro

E queria implorar por amor até ganhar todo ele,


Um gemido que convidava a direcionar o beijo

Chamando-o para mais perto até o unir dos nossos corpos

Colados um ao outro feito única carne,

Único pulsar de dois corações que apaixonavam-se em mútuo,


-Eu te amo, me vi falar sem perceber,

- Eu também, o ouvi responder, meus olhos fecharam-se,

Não parecia haver nada mais importante que aquele instante

E vejo que ainda hoje, quinta-feira, não houve.


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