Vejo em seu olhar o meu refúgio,
Em seu abraço a minha fortaleza,
Auxílio para os dias nebulosos,
Confesso não ter buscado por nós,
Mas quis o destino ser melhor que eu,
Te encontrou e o colocou no meu caminho,
Eu fixo os meus olhos em seu olhar,
Sinto medo, estremeço e tento desapegar,
Não que eu sinta que não seja bom,
Mas, a um passo de distância de senti-lo,
Já vejo minhas defesas cair até a base,
Feito encalços em busca de me manter distante,
Pequenos fragmentos silenciosos e indefesos,
A espera de que eu perca a calma ou as certezas,
Buscam apenas uma possibilidade de distanciar,
Jogados no meu caminho não fazem mais que ferir,
Feito vazios em que tento a todo custo me esquivar,
Nunca pensei que o que criei para me abrigar
Findariam ao chão apenas para vir de encontro,
Bem, mas tiro os olhos da calçada,
Fixo-os em outro lugar,
Um ponto em que possa me sentir segura,
E antes de mais nada e depois de todo o resto,
Vejo você e seu olhar seguro,
-Ora, querido, o que há em seu olhar?
Ainda que tremam os montes do meu redor,
Já não vejo mais nada,
Mesmo que meu coração afundasse no mar,
Ou que cada vazio em falso fosse preenchido por lágrimas,
Que chorei por uma vida até encontrá-lo,
Eu nunca poderia negar, então não me prendo,
Me deixo conduzir pelas suas certezas,
Mesmo que estas lágrimas tenham sido turbulentas,
Que todas as minhas certezas sejam postas em dúvidas,
Estou presa em seu olhar, segura em nós dois,
Vejo os vazios serem sacudidos por algo,
Não sei definir o que os tocam,
Mas, agora eles sentem meu medo,
O medo que me fez parar agora se coloca a favor,
Não busco olhar para trás,
No caminho em que o procuro, eu deixo as incertezas,
Estou no seu abraço, me vejo sua,
Há um lugar onde as incertezas são jogadas fora,
Este lugar chama o seu abraço percebo agora.
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