São quatro horas da tarde,
Ah, doce amor, não se acovarde,
Mesmo ante a dor da saudade
Que fere a alma em cruel verdade,
Sofre calado a dor do amor distante,
Que mesmo longe não está menos abrasante,
Ah amor, como em mim ainda fere?
Passam-se as horas, porém não se difere,
Fecho meus olhos e sinto seu gosto,
É como se ainda fosse mês de agosto,
Em meus lábios o sabor suave do beijo,
Te vejo aqui, em mim não há outro desejo,
Que me perder em seu abraço,
Segura como no puro aço,
Lembra que jurou que seria eterno?
Por Deus, eu acreditei em seu amor de inverno...
Que no toque das mãos aquecia a alma,
Mas no coração ainda pulsa a calma,
Aquela mesma que viu sonhos em seu olhar,
Que mesmo tristonha com uma lágrima a molhar,
Se indaga se as lembranças também correm para te
buscar,
E onde quer que você possa se encontrar,
Mancha com uma lágrima o azul do seu olhar,
Silenciosa, assim mesmo, você se cala e sofre para
negar.