Achou ele parecido com uma flor
Que desabrocha, solta o perfume e vai embora,
Mas, algo dela sempre fica,
Por mais distante que esteja – permanece,
Talvez, a simples lembrança,
Ou quem sabe o doce do perfume,
Ele faz o tipo que não se pode esquecer,
Esforço empregado em vão,
A sensação ou algo dele fica na pele,
Com uma emoção que busca o coração,
E, simplesmente, permanece,
Me vejo caindo sem ele agora,
O busco por todos os lados e em cada pessoa,
Não é mero querer é necessidade,
A boca sedenta estremece, - o busca,
Os outros são apenas os outros- ofuscados,
Não sei se ele se esforça para manter-se,
Ou se lhe é próprio, - sem imunidade para seus efeitos,
Não, se eu cair agora, como ficarei diante dele?
Não sou mais que uma mulher sedenta por seus carinhos,
Meu Deus, me mande um álibi, preciso ser forte,
Não posso quedar aos seus caprichos, mas quero muito,
Como farei para trazê-lo de volta?
A saudade me abraça e o chama,
Silencio o seu nome, mas, não os seus efeitos,
O arrepio que me percorre, a vontade dos seus beijos,
Tudo isso e um pouco mais me faz cair de joelhos,
Acho que não me permitirão levantar-se jamais,
Preciso tê-lo comigo, ao menos um pouco mais,
Um ruído rompe o ar e corta o silêncio ao meio,
Meu coração dispara desmuniciado - chamo-o,
Em cada pulsar vejo uma letra do seu nome,
Não sei, acho que uma espécie de dor me percorre,
Clamando por ele devagar e estratégica,
Bem, talvez, eu poderia defini-la outra coisa – tesão?
Calor a incendiar cada medo e devorá-lo,
Não me sinto mais, acho que não me pertenço,
Do instante em que provei o seu beijo até o eterno,
Sou dele, e não tenho querer algum de ser de outro,
É um entregar-se e não se buscar mais de volta,
Pertencer a ele sem desejar mais nada,
Meu sutiã é rasgado sem que eu perceba,
Mas, a mão que percorre a minha pele é minha,
Embora não me pertença é minha ainda,
A calcinha é removida com um segundo movimento,
Um rugido sai de mim, não o reprimo,
Seu nome grita alto lá no fundo,
Seu nome devia, precisava ser pronunciado,
Mesmo que não seja ouvido,
Dos meus lábios trêmulos não sai mais que um gemido,
Caio sobre a cama soluçando e chamando-o,
Um gosto bom chega aos meus lábios cheios,
O coração pulsa forte dentro do meu peito,
Se eu fechar os olhos sinto que posso ver ele chegando,
Porém, não o faço, há um fio de esperança e eu o busco,
Ergo apenas um pouco a voz – seu nome eu digo alto,
Um pouco antes do sono me buscar e eu ir buscá-lo.