domingo, 27 de abril de 2025

Mergulho em água doce

Elio mergulhou,
Longo e profundamente,
Abriu os braços e fechou
Por baixo da água
De cabeça abaixada,
Depois, olhou para a frente,
E foi ainda mais longe.
De calças folhadas,
Sem camiseta,
Com um único movimento
Ele retornou ao leito,
Percorreu uns cinco metros,
Enquanto juntou os dois braços
E os abriu,
Encostando-os nas pernas.
Ao sair,
Virou-se de volta,
De súbito,
Fazendo a água saltar,
Empurrou-se na própria água,
E nadou a braçadas de volta.
Há uns cem metros,
Alcançou o fundo,
Sem afundar
E percorreu o resto do caminho
A passadas até a margem.
Pegou algumas pedras
Do fundo do rio,
Sentou-se na água,
Olhando as pedras,
Enquanto respirava
Pesadamente.
Peixes passavam sobre seus pés,
Deixou o corpo submerso
Até o umbigo.
Depois, um arrepio
Lhe percorreu primeiro
Os braços,
Depois subiu até o pescoço
E rosto.
Uma sensação estranha
De ser observado
O tomou com força,
Ele tremeu de medo,
Olhou ao redor,
Não pôde ver muito distante,
Todavia, não havia ninguém,
Apenas o silêncio.
Bateu uma pedra
Na outra para ouvir
O barulho,
No entanto,
Isto não atenuou seu medo,
Não lhe pareceu tão seguro
Estar ali seminu.
Olhou repetidas vezes
Para todos os lados,
Então, ergueu as pernas
E deixou os braços
Imóveis sobre os joelhos.
Isto, de alguma maneira,
Lhe pareceu correto,
Como se fosse uma alternativa,
Ou um meio de fuga.
De soslaio pode notar
Repousar uma borboleta
Próximo a ele
Sobre as pedras
Fora dá água.
Ele sorriu para ela,
Ela parecia reconhece-lo,
De alguma maneira estranha.
Ela bateu as asas algumas vezes,
Depois disso,
Repousou em seu braço,
Como se quisesse lhe falar ao ouvido.
Ele teria corrido,
Teria gritado,
Mas optou pelo silêncio,
Aterrador e interrogador.
Permaneceu olhando-a,
Não soube o que dizer,
Ela batia levemente suas asas,
Feito um código,
Uma linguagem antiquada,
Ou algo do qual
Ele não tivesse conhecimento.

A Agricultora

- boa tarde!
Indagou um homem
Vestido de terno e gravata,
Assim que Erica abriu a porta.
- quem é?
Ela indagou
Dando um passo
Sobre a escada.
-sou advogado.
Estou com a ordem
De despejo em mãos!
Ele disse.
Subindo até ela
E lhe entregando um documento
Assinado por advogado.
Ela pegou e o olhou,
Com os olhos marejados de lágrimas.
- como assim?
Ela perguntou,
Escorando-se na parede
Da casa por ter perdido
Suas forças.
- você financiou
E não pagou,
Aí atrás está o valor
De sua dívida,
Os juros,
E a sua penhora.
Ele explicou.
Falando rápido
E gesticulando.
- eu financiei porquê
Meu esposo morreu,
Eu não tive dinheiro
Para pagar o velório,
Enfeite da igreja,
Aquisição de caixão,
Roupa sob medida,
E lugar no cemitério...
- na verdade, senhora.
Não nos importa
Os motivos de seu financiamento,
Dívida é dívida,
Precisa ser paga.
Ele interrompeu-a.
- Meu Allah.
Ela respondeu,
Gesticulando próximo
Ao rosto para encontrar ar.
Suas pernas trêmulas,
Pareciam se deslocar
De pavor.
“Perder a casa?”
Iria para onde?
“uma dívida em seu nome?”
Isto era mesmo
Um ato de desonra.
- tem quinze dias.
Quinze dias.
Nenhum dia a mais,
Ou a polícia será
Enviada e a senhora
Há responde processo.
O homem disse,
Passando por trás do carro escuro,
E abrindo a porta de entrada...
- a senhora não responde
A um processo por assassinato?
Ele indagou
Com a porta aberta,
Olhando-a seriamente.
- não foi seu esposo que foi encontrado morto
Sem motivos sentado a mesa
De sua casa?
Ele perguntou
Entrando no carro.
- Allah.
Eu não o matei.
Eu o amava.
Eu juro...
Ele ligou o carro,
Não a ouviu
Nem menos se importou.
Ela escorregou da parede,
Desceu até o degrau da escada
Feita em madeira,
Que há um ano
Ela e o esposo Roberto
Fizeram juntos,
Usando um serrote,
Madeira da propriedade
E pregos...
Escorregou,
Caiu sentada
E chorou.
Estava tudo perdido,
Como comprovaria
Que nunca feriu o esposo.
É certo que,
Quando ele partiu,
Há nove meses,
Talvez até,
Ela deveria ter buscado
Substituí-lo por outro homem.
Principalmente, quando
O gado de leite aumentou
A produção,
Mas ela preferiu ficar sozinha,
Triplicar o trabalho
E resolver tudo como podia.
Nisto cumpriu.
Rezou por seu esposo,
Pediu a Allah que o protegesse,
Se apegou ao seu cheiro
Pela casa,
Manteve as lembranças.
Soube, através dele mesmo
Que encontrou outra,
Ainda podia recordar a conversa.
- chega,
Cala a boca!
Então, estapeou-a no rosto!
- estou cansado de você,
Você é uma fraca!
Você não transa bem,
Não me satisfaz em nada!
Nisto pegou uma mala
E saiu de carro.
Fez um sinal com a mão
De dentro do carro,
Erguendo um dedo
Para a casa e baixando
Rumo ao chão.
Cantou pneu
Na estrada da frente de casa,
Fazendo voar pedra
Na porta,
Nas flores
E nela.
Depois foi.
Beijando uma fotografia
De uma mulher
E colocando no painel
Do carro.
Ela o viu fazer isso.
Ele nunca agiu assim
Tão apaixonado
Com relação a eles dois.
Ela ficou embasbacada.
Boquiaberta.
Ele foi.
Simplesmente, foi.
Ela soluçou tanto
Naquele dia,
Quanto agora.
Chorando capciosamente.
#
- e então?
Enriqueao indagou
Tocando a face de Larissa.
- tudo pronto.
Neste exato momento
Tudo se encaminha
A meu favor.
Ele riu alto.
-Parabens, Larissa.
Seu sonho foi destruir
Roberto e você conseguiu?
Ele beijou-a ternamente,
Por muito tempo,
Depois se afastou.
- Claro, Erik.
Sua mãe acusou ele
De ser seu pai,
Eu não o perdoei
Por se afastar de você,
Jamais irei perdoa-lo.
Ela respondeu,
Ajeitando a camiseta
Sobre seus ombros largos.
- verdade,
Mamãe teve uma imensidão
De namorados e homens,
No geral,
Mas ela se apegou aquele nome.
Ele respondeu se sentando.
- Ora, querido.
Foi simples demais.
Não bastou todo o dinheiro
Retirado dele por meio de minha relação...
Que nojo de ter de beija-lo,
Só de pensar me embrulha o estômago...
Ela olhou o namorado,
Distanciou-se um pouco.
- mas o dinheiro que tirei
Não foi pouco,
Depois quis mais,
Muito mais.
O trouxe pra cá.
Mas logo,
Senti tanto ódio daquele velho,
Que me obriguei a envenena-lo,
Então, lhe fiz um seguro de vida.
Me garanti!
Ele riu alto.
- você trabalhar com seguros,
Foi ótimo!
Ele disse, sorvendo um gole de chá.
E mexendo o açúcar
Da xícara dela.
- sim.
Financiamentos e penhor,
E seguros...
Dinheiro, né baby,
Dinheiro fácil.
Ela respondeu,
Lhe tomando a xícara e bebendo.
- ela me rejeitou,
Que idiota,
Assim, me sinto
Menos responsável
Pela bolada...
Ele disse,
Olhando para a janela de vidro.
- verdade, você se irritou muito,
Pela rejeição daquela velha roceira....
Depois de um momento de silêncio,
Ela indagou:
- vai mesmo se apropriar
Daquela propriedade idiota
Por despeito?
Você superfaturou todo o velório,
Com seu amigo, heim?
Ela falou rindo,
Roçando os dedos em sua face.
-ela vai ir presa,
Aquilo iria para leilão igual.
Você esqueceu que devolveu
O esposo envenenado
Para ela?
Ele indagou
E se aproximou beijando
Sua face,
Depois saindo.
- sim, falei com o juiz da cidade.
Ele foi encontrado morto
Com ela,
E o laudo constou envenenamento...
 Só falta sair sentença.
Acho que irei levar uma flor
No cemitério,
Aquele merece uma flor.
Ela disse
E riu.
Erick saiu para fora
De casa.
#
- senhora, Erica Enriquera?
Indagou dois policiais
Armados com documentos
Nas mãos.
- sim?
Ela respondeu abrindo a porta.
- estamos com sua ordem
De prisão em mãos.
Você foi condenada por assassinar
Seu esposo através de veneno!
Venha conosco para a viatura,
Você será levada ao presídio local.
Ele respondeu,
Lhe entregando o papel
Para ser assinado.
- assine. Depois disso,
Junte as suas mãos nas costas,
A senhora é considerada
Perigosa.
Será conduzida algemada.
Eles revistaram ela.
Percorrendo com suas mãos
Seu corpo todo,
Cabelo, pescoço,
Partes íntimas,
Dentro da boca...
Depois a algemaram,
Abriram o camburão
E a colocaram lá.
- na entrada do presídio
A senhora liga para alguém
Que feche sua casa.
No presídio a senhora
Não precisará de nada.
Ele falou fechando a porta
Em sua cara.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Não Serei Mãe?


Aos trinta e quatro anos,
Sem filhos,
Você já pensa
Se será capaz de chegar
Ao momento da concepção.

Você se pega a engordar,
Olhar o espelho,
E se imaginar
Quantos meses de gravidez
Estaria.

Mesmo assim,
Você não deixa de comer,
Fazer os pratos que te agradem
E, as vezes, sonhar
Se existiria alguém compatível,
Dentre tantos feios,
Um feio que se goste,
Que lhe satisfaça em algum quesito.

Porquê gosta estou,
Enjoada com relação a homens,
Também,
Homem por concepção
Encontrou poucos,
Quase todos a linda distância.

Se você deseja engravidar,
Será que deve tentar
Com todos
Ou escolher um pouco,
A questão é quando
Você não possui tanta opção.

Porquê gorda e enjoada,
Vai sobrando poucos
Pra se querer,
Eu olho fotos de bebês
E penso terei um meu?
Como será quando o tiver?

Eu preciso dar valor
Aos poucos que há em meu número,
Selecionar é para as jovens
E bonitas,
Me enojam o passar dos anos,
Um dia abandonei meu casamento,
Não foi hoje que me arrependi.

Convivo com um monstro,
Esposo,
Um monstro rico,
Eu feia pobre...
Destino fadado.
Sucesso garantido,
Mas, como engravidar?

Sinto repugnância
De olhar no rosto,
Eu prefiro esfaquear minha barriga,
Perder todo o ar,
A me rebaixar,
A qualquer um daqueles
Monstros asquerosos.

Eu disse a ele,
Faça um castelo de ouro,
Fez,
Mas não me encorajo,
Devo ser burra,
Fadada a pobreza,
Mas, não suporto me rebaixar.

Sinto nojo,
Soberano,
Gente da nobreza,
Eu pobre,
Da roça...
Me rebaixar
Ou nunca ter filhos...

Não ser chamada de mãe,
Carregar um bebê no colo,
Mas, ter um com cara de macaco?
Não sou tão pontual
Com minha aparência
Pra conviver com um feio.

Se alguém quiser desculpas,
Bem, inicialmente foram os atos,
Hoje quis me comprar com dinheiro,
Fez tudo a ouro,
Mas eu ainda estou
Jogada na pobreza,
Preferia-os mortos!

Tanto dinheiro me compra,
São prédios a ouro,
Mas não compra meu futuro,
Eu não serei mãe.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Minha Manhã de Mulher Independente

Sinto orgulho
Em compartilhar
Meu dia com você,
Eu acordei,
Tive necessidade de trocar
A máquina de lavar roupas
Do lugar.

Conforme fui analisando
Os objetos de dentro de casa,
Notei a falta de um tanque
Para lavar os calçados,
E tirar a sujeira maior das roupas.

Sabe aquelas encardidas
Que a gente ama
E não quer pôr fora?
Então, estás mesmas.

Olhei minha horta
Com suas saladas tristonhas,
Vi a necessidade
De instalar uma torneira
Para pôr a mangueira de jardim.
E o fiz.

Chamei três encanadores,
Todos me irritaram
Com a demora,
E não entendiam
Como eu queria organizar.

Eu disse a eles:
Queridos poupem sem tempo,
Que eu poupo meu dinheiro.
Analisei que peças iriam,
Como eu gostaria
Fui a loja de materiais de construção
E comprei todas elas.

Iniciei o trabalho cedinho da manhã,
Cheguei ao meio,
Troquei algumas ideias,
Voltei a loja,
Comprei o que faltava.

Bem, são treze horas da tarde,
Eu instalei tudo perfeitamente,
Sobraram peças
E ainda instalei um novo
Chuveiro porquê cansei do antigo.

Isto mesmo,
Organizei instalação elétrica,
Posição e reposição de canos,
Colocação de peças neles,
Prendi o tanque de plástico
Que escolhi.

Coloquei a mangueira de jardim,
E instalei a máquina de lavar,
Me sinto orgulhosa,
Por tudo que fiz.
Adeus ao discurso de independência,
Bem-vinda a competência pra fazer.

Por fim,
Só agradeço ao meu esposo,
Que me apoiou
E confiou em mim:
Enfim, amor, consegui!

Assim, Não Aconteceu

- você perdeu a fome.
A irmã dela disse,
Retirando o prato,
Recém servido.
Alice em sua cadeira de rodas,
Olhou para o prato,
Aspirando seu cheiro
Sentindo fome
E enjôo.

- sim, estou sem fome.
Respondeu.
Ella, empurrou Alice
Para dentro do quarto,
Trancou -a com as chaves.

O passado de fama
E dinheiro,
Era rememorando em casa
Fotografia pendurada na parede.

Ella, foi mesmo a melhor
Das editoras,
Escreveu como ninguém,
Teve cada um de seus livros
Vendidos
E suas histórias lhe renderam
Excelentes filmagens
Campeãs de bilheteria.

Não cansava de olhar as fotos,
Sempre posicionadas
Com os reconhecidos artistas,
Beijando a quem queria,
Vestida nas melhores roupas,
E em algumas delas perdidas,
A sua irmã Alice,
Sempre discreta,
Óculos nos olhos,
Quase masculina.

Era simples editorar,
Mas, um dia,
Sua irmã ficou paraplégica,
Perdeu os movimentos das pernas,
E entrou na cadeira de rodas
Da qual não saiu.

Iniciou com problemas
Nas articulações,
Foi parando de escrever.
A verdade é que seus textos
Diminuíram a qualidade,
A intensidade da escrita,
E até as ideias escassearam.

Alice, como toda escritora
Decaiu num abismo
De perder a criatividade.
No entanto,
Ella deixou-a bem cuidada
Em seu quarto,
E gastou tudo que pôde
Em novo material,
Novas mãos escritoras,
Mais jovens, bonitas,
Com mais personalidade artística.

Investiu muitos bilhões,
Teve que comprar material,
Bilheteria e holofotes.
Neste tempo, Ella perdeu-se.
Ela passou a fazer uso de antidepressivos,
Assiduamente,
Acompanhada por um psiquiatra.

Começou a perder o sono,
Ficar indisposta,
Revoltada com a vida
E as coisas.
Certa vez, encontrou um revólver
Dentro de casa,
Pegou-o entre seus dedos,
E atirou contra a parede
Sem mais nem menos.

Isto, pôr em risco,
Sua integridade física
E a de sua irmã,
Foi um erro grotesco.
Entrou, no mesmo instante
Para o medicamento.

Os remédios intensos,
A fizeram dormir por dias,
Ao acordar ela se debatia,
Incapaz de aceitar suas deficiências,
Se jogava no chão usando as mãos,
Gritava alto,
Se feria.

Foi enrolada em lençóis,
Medicada de hora a hora,
Jurava que podia andar...
Foi difícil vê-la naquele estado.
Ella, indisposta e irritadiça
Com toda a situação
Entrou para a bebida alcoólica.

Comprou das bebidas
Mais caras,
E fez as festas mais vangloriadas.
Com a irmã fechada.
Em meio a festa saia,
Levava um copo de algo
Para a irmã,
As vezes, de bebida,
Ela precisava melhorar
De seu estado de abandono.

As vezes, um bolo.
Alice, abria os olhos
Olhava a irmã e seus olhos
Derramavam lágrimas
Sem soluçar,
Sem falar,
Só chorava.
Ella se comparecia,
Lhe dava a bebida na boca,
Lhe dava um pouco de bolo,
Então, soltava o prato de lado
E saia para a festa.

O barulho ensurdecedor
Não atrapalhava a nenhuma,
Uma aproveitando cada instante,
A outra dormindo.
Ella acordava-se,
As vezes na cama,
Outras no sofá da sala,
Até no chão próxima a piscina,
Com dois homens dispostos.

Rememorando, antigos tempos,
Ella decidiu contratar
Novo escritor,
Pôs anúncio no jornal
E pediu boas qualificações.
Iniciou um rapaz,
Trouxe texto pronto.
“Mais um.”
Ella pensou.

Contudo, analisou suas
Capacidades e viu conveniência nisto.
Editorou, e enviou para publicar.
Porém, o público leitor
Abandonou seus gostos,
Passaram-se os meses,
E nenhum exemplar
Foi vendido.

Todos estavam expostos
Nas melhores vitrines,
Apenas geraram gastos.
“Fracasso”.
Ela disse,
Embriagada por trás do sofá,
Em seu pescoço,
Com o hálito quente.

Depois disso,
O esfaqueou.
Jogou o corpo num terreno baldio,
E retornou indignada.
Sua irmã,
Agora com menos uso de remédio,
Levemente, movia suas mãos,
Isto era o bastante
Para trazer algum dinheiro
Pra casa.

As festas diminuíram,
Porém, o nível de vida
Era bom.
Irritada com o curso
Das coisas,
Ella entrou na sala de cinema,
Passou a mão na estante
Lotada de filmes,
Correu os dedos
Na outra parede
Com tantos troféus,
As fotos no interior...

Na cômoda ao lado das poltronas
Em frente a televisão enorme,
Estavam as seringas,
As agulhas e os remédios utilizados.
Ainda hoje,
Com seu nível de vida diminuído,
Não sentia culpa.

Estudou por intermédio
De amigos e meios
Que o dinheiro alcança,
Então, foi dopando a irmã,
Causando nela dores...

Até colocou aquela arma
Ao alcance dela
Por próprio querer,
Induziu Alice a tomar
A atitude,
Depois disso,
Foram apenas desenlaces.

As seringas foram essenciais
Para alcançar o fim cadeira
De rodas...
Suas mãos intactas,
Eram, agora ferramentas
De trabalho de Ella.

Me entrega

- entregue seus beijos, rapaz!
A garota disse
No ouvido do garoto,
Enlaçando seus ombros,
Descendo as mãos
Para os seus braços,
Acariciando até tocar seus dedos,
E prender-se neles.

Depois ela pendeu-se para frente,
Tocando suas costas com seus seios,
Acariciando-o,
E cumprimindo-se a ele.

Nisto, beijou sua coluna,
Soltou a mão esquerda,
E se afirmando em seu ombro
Direito com a mão esquerda,
Segura nos seus dedos da mão direita,
Ela rodopiou até sua frente.

Passou a mão esquerda
Para o seu pescoço,
Apertou-o:
- me entrega todos
Os seus beijos rapaz!

Ela disse,
E recostou sua bunda
Em suas cochas,
Apertando-se nele.

Ele a puxou com a mão esquerda,
Acariciou sua cintura,
Passou para a barriga
E apertou-a para si,
Depois baixou a cabeça,
E procurou seus lábios
Com sôfrega paixão.

Lábios nos lábios,
Carícias por carícias,
Lábios trêmulos se buscavam
Em intensidade desmedida,
Então, ele virou-se de frente para ele,
Se beijaram loucamente.

- me dá todos os seus beijos,
Lindo homem.
Ela falou de coração aos saltos,
Paixão voraz,
Corpos ardentes em fogo,
Mãos incontidas em ansiadas carícias.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Aquisição pro Verão

Hoje foi um primeiro passo,
Tão difícil se desfazer
De antigos laços,
Tomar uma decisão
E lhe dar iniciativa.

Parece ideia cultural,
Mas sempre que se foca
Num objetivo
Se busca um meio
Para alcançar,
Para obter o sucesso.

Precisa-se de que
Outro alguém seja o meio.

Por exemplo,
Se acomodar a usar
O carro do próprio pai
Ao invés de obter o seu.

Buscar companhia
Para ir ao mercado,
Depender de opiniões impostas,
Para escolher desde a roupa
Até o mais importante.

Eu hoje,
Disse ao meu esposo,
"Gostaria de obter está propriedade".
E não lhe fiz pedidos:
“ o que você acha,
Seria lucrativo,
Você gostaria?”

Não.
Eu a vi
E lhe falei,
“Eu gostaria para nossa família”.
Lhe dei os fins de uso,
E a forma:
“pagamento em dinheiro”.

Eu não me sinto errada
Por isso,
Escolher algo que envolva
Todos nós,
Ter uma percepção unitária.

Eu gostei do que vi,
Disse como esperava que fosse,
Então, pedi.

Sem aquele medo
Por tomar uma decisão,
Sem apelar para opinião,
Dei liberdade ao meu querer.
Isto é coisa difícil para uma mulher.

Se libertar das amarras
Da dependência financeira,
Psicológica, educacional...
Meu esposo é parceiro,
Ele me presta todo o apoio,
E nós escolhemos juntos
Como desenhar nosso castelo,
Qual grama usar na terra,
As flores que iremos regar
E os frutos a acomodar no pomar.

Eu sou uma pessoa introvertida,
Dependente de tudo que vejo,
Estou tomando um primeiro passo
Para mudar conceitos,
Ter independência emocional,
Trabalhar meus sentimentos.

Eu já me imagino lá,
Sentada naquelas pedras,
Pondo a mão na grama molhada,
Provando os ares de nova terra,
Uma propriedade para descansar,
Escolher verões a se passar,
Vislumbrar novo futuro.

Queria pôr meus pés nela,
Mas deixo a critério do esposo,
Ele conversa contratos
E paga o valor
De um dinheiro que não é dividido,
É meu,
Dele.
Nosso.

O Amor Quando Inflama

Janaina iniciou faculdade, Conheceu Romiro no bar, Ele jogava sinuca, Ela frequentava o lugar Nas horas vagas. Janaina divi...