terça-feira, 8 de julho de 2025

O Sumiço do Boi

Lounise saiu para fora
De casa
Para varrer as folhas do quintal,
Nisto chega sua vizinha
Próxima ao muro e comenta:
- Sumiu um boi do potreiro.
Lounise olha para Carla,
Com seriedade no olhar.
- nossa, já foi procurado
Mas margens do rio
Para ver se não caiu na água?
Indagou.
Parando de rastelar as folhas,
E vendo com apreensão
O problema da vizinha.
- sim, percorremos toda a propriedade,
Gostaríamos de permissão
Para olhar a sua,
Ele pode ter pulado a cerca.
Ela indagou.
- claro, eu chamo meu esposo,
Vocês podem olhar tudo,
No que pudermos ajudar,
Ajudaremos.
Lounise olhou para o lado
De casa e gritou:
-Falicio!
Falicio, amor.
Falicio saiu na área
E olhou na direção de Lounise.
- me chamou?
Indagou, de agachando
Para poder ver melhor
Pois o sol fazia reflexos.
- sim. Sumiu um boi
Do vizinho,
O ajudei a procurar amor!
Ela falou alto,
Voltando a amontoar as folhas
Para recolhe-las através
De um balde.
- ajudo sim.
Falicio respondeu
E saiu para fora
Vindo até Lounise,
E beijando sua testa.
- oi vizinha,
Onde está seu esposo
Pra eu poder ajudar?
Nora o olhou apreensiva,
E chamou o esposo:
-Santos, venha pra cá
Que Falicio te ajuda
A procurar o boi.
Santos saiu para a área
De sua casa,
Depois veio até a cerca,
Estendeu a mão
Em cumprimento para Falicio.
- bom dia?
-bom dia.
Falicio respondeu.
Foram, ambos,
Andar pela propriedade
Em busca do boi,
Ou de algum vestígio
De onde ele tenha ido.
Após ajuntar as folhas
E puxar elas até a estrada
De pedras próxima a propriedade,
Lounise queimou elas
Para impedir que o vento
Espalhasse tudo de volta.
Depois disso,
Foi até o porto ver se
Enxergava algo que pudesse
Ajudar a esclarecer o sumiço.
Lá encontrou uma árvore
De sua propriedade caída,
Ela estava com o tronco
Repleto de orquídeas,
Estava com a metade podre,
O que deve ter ajudado
O vento a derruba-la.
Porém, ela não aceitou
A desculpa com clareza,
Decidiu buscar mais pistas,
Olhar ao redor para ver
O que fazer com as flores,
E o tronco.
Nisto viu no chão,
Uma moita de flores arrancadas,
Como se tivessem sido
Puxadas do chão
Na direção da propriedade.
Próximo a está moita,
Havia um sinal grande
Sobre a terra,
De terra compactada,
Como se algo grande
Tivesse estado sobre ela
Para ela se compactar.
Contudo, ninguém esteve lá,
E a árvore caiu no sentido
Horário para a direita,
E não reto para a frente
Como estava o sinal sobre a terra.
Lounise correu até Falicio,
E lhe contou o que houve.
Falicio não encontrou com Santos
Nada que pudesse esclarecer
O sumiço do boi de Santos.
- não eram pegadas
Deixadas pelo boi, Lounise?
Ele indagou apreensivo,
Retornando para próximo
De casa.
- não.
A árvore caiu
Como se fosse puxada,
Pensei que foi o vento,
Mas isto não explica
O estado da terra
Logo para cima dela.
Ela disse rápida.
- que árvore era?
Ele indagou.
- aquela antiga,
Que tinha orquídeas.
Ela respondeu
Pegando em seu braço.
- nossa, era a que
Você mais admirava.
Ele respondeu.
- sim. Pensei que você
Poderia, com a ajuda do vizinho,
Cortar os galhos
E guardaremos o tronco
Com as orquídeas nele,
Em algum lugar planejado
Para isto.
Ela disse.
- está bem, Santos,
Você me ajuda?
Falicio indagou
Olhando para trás
Onde vinha o vizinho.
- Claro, eu pego a motosserra.
-otimo, então, eu faço
Um canteiro de flores
Aqui mais próximo de casa,
E no meio faço um buraco
 E o colocamos dentro,
Ele é enorme,
Da pra fazer três touceiras de tronco.
Falicio abraçou Lousine,
E beijou seu rosto.
- tá combinado.
Os dois homens desceram
Para o lado do porto,
Enquanto, Lousine capinava
O chão, e escolhia do próprio
Jardim quais flores mudar
Para lá.
Plantou num canteiro redondo,
As flores brancas e azuis
Que tinha em quantidade grandes,
Fez um buraco no meio
E esperou que os homens
Retornassem com os troncos.
Neste período, Santos pegou
A motosserra e passaram
A cortar os galhos
Mais pequenos da árvore
Primeiro, depois os mais grossos,
Tomando cuidado
Para o tronco não rolar
Na água do rio.
Então, assustados com um
Barulho que lhes chamou
A atenção, eles foram olhar
E se depararam com uma
Cobra gigantesca dormindo,
Ao redor do abacateiro.
Dentro dela,
Havia algo muito grande,
Amedrontados,
Pois suas vidas e propriedades
Estavam em risco,
Decidiram matar a cobra.
Falicio iniciou com uma pedra,
E Santos terminou cerrando
O pescoço dela com a motosserra.
A cobra teve tempo
De levantar a cabeça,
E trombar contra Santos,
Derrubando ele deitado
Sobre o barranco,
Porém, esposa de Santos
Pegou um facão e desferiu
Golpes contra a gigantesca.
Falicio continuou a atirar
Pedras até que ela morreu.
Irritados, eles cortaram ela
Ao meio e viram lá o boi.

Meu Patinho

Maldita é a porta,
Que fecha sem pedir,
Abre sem demora,
E deixa meu bem de fora.
Maldita é a porta
Que esconde o sorriso
Do lindo neném,
Me mantém aquecida,
Mas deixa ele lá fora.
Maldita é a porta
Que esconde o patinho,
Fecha contra aquele biquinho,
E se ela está ligeira
Tenta imprensar seu pescocinho.
Maldita é a porta,
Que não entende aquele biquinho
Que pede pra ficar
Nem que esteja todo sujinho.
Maldita é a porta
Que se fecha pra’quele patinho,
Sem saber que embora
Seja meu saco de merda,
É também meu bichinho.
Corre na primeira oportunidade,
Se coloca onde deseja,
Faz todo o cocô do mundo,
Mas ama meu colinho.
Oh maldita porta
Você não entende meu patinho
Se ele entra em casa
É pra ficar só um pouquinho
Dar uma volta
Vir no meu colo ganhar carinho
E no caminho deixar seu cocozinho.
Mas a porta bate forte,
Faz barulho no seu ouvidinho,
Assista meu lindo patinho,
Deixa ele lá fora
Sem ter meu abracinho,
Oh porta,
Por quê você faz assim
Com o menininho,
Não vê aqueles olhinhos,
E aquele biquinho que parece sorrir,
É só um cocozinho,
Vê se deixa o menino entrar
Sempre que quiser,
Assim eu fico mais feliz,
O que é um cocozinho
Quando se ganha tanto carinho?

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Final: Amante do Próprio Esposo

- como eu lhe dizia...
Me preocupo com seu filho.
Ana falou para a sogra,
Enquanto tomava sorvete,
Na área da casa dela.
- Antônio, tem atitudes grosseiras,
Me chamou de desvairada,
Foi ameaçador.
Foi tudo que ela conseguiu falar,
A sogra a olhava séria,
Calada.
- eu fiz ele se casar,
Por causa disso,
Evitava me ajudar,
Se desviava do trabalho.
Foi tudo que ela disse.
Ana ficou estagnada,
Antônio não prestava?
Agora que ela casou-se,
Descobria tal fato,
Então, deveria por fim em tudo?
Tão cedo,
Sem tentar ter um filho
Ou buscar reaproximar-se?
- nosso casamento
Se baseia em brigar
E reaproximar-se,
Sinto medo
Dessa rotina se perpetuar.
Ela falou num sussurro,
Quase que para si própria.
Depois, pegou o carro
E tentou retornar para casa,
Ligou o rádio,
Pôs velocidade baixa
E contínua,
Antônio entrou numa encruzilhada
E empreitou o carro dele
Contra o dela.
Com força total,
Por um instante
Que não a mata.
- é o fim.
Ela gritou gesticulando.
- quem você pensa que é
Para fuxicar de mim
Para minha mãe?
Você é uma controladora.
Ele gritou.
Ela saiu do carro arrebentado,
E correu.
Foi até o vizinho,
Correu se esconder dentro
De sua casa.
Lá a esposa dele
Relatou que Antônio
Já tinha outra família,
E com a outra dois filhos.
- mas a casa onde moramos
Foi presente da minha família,
Como ele mora, também,
Em outro lugar,
Com outra pessoa...
Ela insistiu enquanto
Tomava uma xícara de chá
Calmante.
Não tardou,
Antônio apareceu por lá,
Com um revólver em mãos,
Atirando para o alto,
Em gritos e desassossegos.
- você não irá
Se livrar de mim
Ou eu te mato
E elimino sua família.
Ele gritou.
Ana se agachou no chão,
Continuou tomando o chá
E chorou,
Agora estava em risco,
E colocou em risco sua família.
- eu não tenho condições
De te sustentar Antônio.
Gritou única vez.
Antônio atirou para o céu
Três vezes,
- ou você volta
E controla sua raiva
Ou eu a mato,
Não haverá fim de casamento!
Ele disse.
Depois, cansou-se e saiu.

Querida Mamãe

Amada mamãe, Te agradeço hoje, Pelos meus primeiros dias De vida, Aqueles em que eu era Tão pequena criança, E você me abr...