quarta-feira, 6 de julho de 2022

Apaixonada

 


Um, dia, porém, ali retornou,

Não de mãos vazias ou a esmo,

Tinha consigo uma flor,

Bombom e algo como um bom vinho,


Ela prefere não confidenciar detalhes,

Há coisas que se guarda em si mesma,

E outras, que só em pensar enrubescem a face,

Talvez, não fosse uma coisa ou outra,


Era a pressa que a movia,

A transitar alheia sobre a estrada de verão,

Movia-se em direção ao sol que fugia,

Encontrou seu amor tão belo quando a anos,


Alegre como fazia em cada dia,

Absorto daquela que não o havia esquecido,

Entregue ao afazer que encerrava,

Parecia que ela guardava no coração


Todas as borboletas da antiga primavera,

Seu estomago embrulhava a cada pulsação,

Mas, nada era mais perfeito que vê-lo tão próximo,

Sentir a espera que tanto guardou ceder a um fim,


O sol parecia ter conseguido fugir,

Saiu do céu e veio parar no olhar do seu amado,

Fogo, clarões e anseios fulguravam dele,

Uma explosão de sabores lhe tingia os lábios,


Seus sedosos cabelos castanhos douravam-se,

Um rosto que parecia feito de flores lhe olhava,

E um sorriso cintilante moldava-lhe a boca,

Um arfar no peito o denunciava,


Emotivo – parecia esperar por sua visita,

Faces que pareciam pétalas de rosas convidavam-na,

Num encarnado quente e aconchegante,

Pronto para o beijo de chegada,


Incertas, espero, quando a despedida,

A boca delicada emoldurada no sorriso,

Parecia acanhada,

Trêmula a luz do dia,


Que já tarde, dormia,

Seu rosto tinha algo que encantava dos pintores aos poetas,

E seu corpo, parecia gritar: aconchego,

Se braços são desenhados,


Aqueles foram feitos para o abraço,

Para a segurança de recostar-se em seu peito,

Quando ela se direcionou a ele,

Desviou o olhar e manteve-os baixo,


Tinha medo de denunciar o quanto o amava,

Temia o esquecimento que traz a saudade,

Mas pairou sobre o corpo másculo,

Que seguro mantinha-se ereto no horizonte,


Altivo parecia obrigar a sorrir,

Olhar baixo e acanhado, sorriso sobre eles,

Nada era mais perfeito que aquele homem altivo,

Ontem se diz adeus, hoje volta-se atrás,


O amor não havia apenas aumentado,

Ardia em chamas mais forte que o sol,

Assim, como horas de sol bastam para abrir flores,

Segundos sob o efeito daquele olhar era o bastante,


Amor deslocalizava-se de carícias, beijos ou pulsações,

E refletia por dentro dela e por fora,

Em todas as direções,

Uma primavera de amor havia ficado para trás,


Mas um verão convidativo se abria a frente,

Seus olhos eram enegrecidos, ela sabia,

Profundos e velados com um quê de inocência,

Pois, o amor é bom e por o ser é eterno,


Sua essência permanece fiel dentro de nós,

Segura ensaiou o caminho,

E pôs-se a andar até seu admirador,

Sem esperar por seu encontro,


Se direcionou pois assim é o amor,

Esvai a razão feito fumaça,

Queima os medos em brasa viva,

Trazes a luz, mesmo ao cair da noite,


Quando amantes vagueiam ele não esquece,

Quando ao nascer do sol os mistérios se vão,

O amor permanece abraçado sob a paixão,

Quando quem ama esconde o rosto,


Quando sente dentro de si mesma perder o fôlego,

Acorda e onde está?

Abraçada, colada ao peito de quem ama,

Forças se renovam em sua alma:

Pronta para amar.


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