Um, dia, porém, ali retornou,
Não de mãos vazias ou a esmo,
Tinha consigo uma flor,
Bombom e algo como um bom vinho,
Ela prefere não confidenciar detalhes,
Há coisas que se guarda em si mesma,
E outras, que só em pensar enrubescem a face,
Talvez, não fosse uma coisa ou outra,
Era a pressa que a movia,
A transitar alheia sobre a estrada de verão,
Movia-se em direção ao sol que fugia,
Encontrou seu amor tão belo quando a anos,
Alegre como fazia em cada dia,
Absorto daquela que não o havia esquecido,
Entregue ao afazer que encerrava,
Parecia que ela guardava no coração
Todas as borboletas da antiga primavera,
Seu estomago embrulhava a cada pulsação,
Mas, nada era mais perfeito que vê-lo tão próximo,
Sentir a espera que tanto guardou ceder a um fim,
O sol parecia ter conseguido fugir,
Saiu do céu e veio parar no olhar do seu amado,
Fogo, clarões e anseios fulguravam dele,
Uma explosão de sabores lhe tingia os lábios,
Seus sedosos cabelos castanhos douravam-se,
Um rosto que parecia feito de flores lhe olhava,
E um sorriso cintilante moldava-lhe a boca,
Um arfar no peito o denunciava,
Emotivo – parecia esperar por sua visita,
Faces que pareciam pétalas de rosas convidavam-na,
Num encarnado quente e aconchegante,
Pronto para o beijo de chegada,
Incertas, espero, quando a despedida,
A boca delicada emoldurada no sorriso,
Parecia acanhada,
Trêmula a luz do dia,
Que já tarde, dormia,
Seu rosto tinha algo que encantava dos pintores aos poetas,
E seu corpo, parecia gritar: aconchego,
Se braços são desenhados,
Aqueles foram feitos para o abraço,
Para a segurança de recostar-se em seu peito,
Quando ela se direcionou a ele,
Desviou o olhar e manteve-os baixo,
Tinha medo de denunciar o quanto o amava,
Temia o esquecimento que traz a saudade,
Mas pairou sobre o corpo másculo,
Que seguro mantinha-se ereto no horizonte,
Altivo parecia obrigar a sorrir,
Olhar baixo e acanhado, sorriso sobre eles,
Nada era mais perfeito que aquele homem altivo,
Ontem se diz adeus, hoje volta-se atrás,
O amor não havia apenas aumentado,
Ardia em chamas mais forte que o sol,
Assim, como horas de sol bastam para abrir flores,
Segundos sob o efeito daquele olhar era o bastante,
Amor deslocalizava-se de carícias, beijos ou pulsações,
E refletia por dentro dela e por fora,
Em todas as direções,
Uma primavera de amor havia ficado para trás,
Mas um verão convidativo se abria a frente,
Seus olhos eram enegrecidos, ela sabia,
Profundos e velados com um quê de inocência,
Pois, o amor é bom e por o ser é eterno,
Sua essência permanece fiel dentro de nós,
Segura ensaiou o caminho,
E pôs-se a andar até seu admirador,
Sem esperar por seu encontro,
Se direcionou pois assim é o amor,
Esvai a razão feito fumaça,
Queima os medos em brasa viva,
Trazes a luz, mesmo ao cair da noite,
Quando amantes vagueiam ele não esquece,
Quando ao nascer do sol os mistérios se vão,
O amor permanece abraçado sob a paixão,
Quando quem ama esconde o rosto,
Quando sente dentro de si mesma perder o fôlego,
Acorda e onde está?
Abraçada, colada ao peito de quem ama,
Forças se renovam em sua alma:
Pronta para amar.
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