sábado, 2 de julho de 2022

A Esperar...

 


Está claro que me apaixonei,

Como poderia negar,

Se aqui estou a esperar feito louca,

A repensar mil vezes o beijo,


A abraçar-me como se o tivesse comigo,

Não, não seria capaz de esquecer,

E, também, que ele não o seja,

Sinto um rubor percorrer a pele,


Um calor feito o afago com que me acaricia,

Olhar com ternura para a guilhotina,

Pareceria ilusão dizer outra coisa,

Mas, a segundos do seu abraço e perdi a cabeça.


Sem razão, alma ou coração,

Apenas o senti como jamais acreditei que faria,

Sorvi cada beijo com sofreguidão desmedida,

Entregue ao sentimento que me consumia,


Já não me posso definir -  minha,

A tão pouco tempo e tão dele,

Já me vejo a colher flores no caminho

E imaginá-lo em cada horizonte,


Nem mesmo os dias são tão belos,

Há sempre uma falta,

E quando a busco, vejo: ele!

Vontade de virar o rosto para todo o resto,


Sinto como se não contemplasse mais ninguém,

Em cada rosto pelo caminho,

Em cada passo que percorro,

O vejo, o busco, o quero – nenhum outro,


Como me sinto tola e tão feliz,

Não teria como definir como me sinto,

Mas, as vezes, me indago: será que pensa em mim?

Me pego a busca-lo, de novo,


Logo eu, que nem parei de procura-lo...

Nem um só rosto escapa de imaginá-lo,

Basta respirar o ar que me acorda a cada dia

Para busca-lo,


Amo-o tanto, que beira ao insensato,

Óh, século de amar, seu desatinado,

Não pensa em mim como penso em seu beijo...

As vezes, quero que passe o tempo


Como quando estou ao seu lado,

Mas não, longe dele o tempo corre para trás,

Nuvens escuras e espessas veem e vão,

E meu coração que não pulsa,


Apenas o busca em cada rosto da multidão,

Fogo vai adiante do tempo e a tudo devora,

Devorasse a distância como faz com a palha,

Levasse embora o tempo,


Como faz com este lampejo de vento,

Mas não, não o faz,

Só sabe me deixar a esperar,

Relâmpagos iluminam o mundo,


Mas, dentro de mim tudo está claro,

A terra os vê e estremece,

Em mim nada muda esta saudade,

Os montes arrepiam e se derretem,


Em mim nada, nem lágrimas ou preces,

Diante do que é soberano não resta nada,

Nem ao menos dúvidas,

A luz que nasce sobre os justos


Também nasce sobre o rosto dos ímpios,

Cá estou a contar o tempo e ver as horas,

A luz é semeada,

O amor é algo pelo qual se espera...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...