Ali confidenciaram.
Ela com o rosto recostado a ele,
Ele recostado nela,
Tinham apenas três horas escuras diante deles,
Um minuto após e a luz do dia,
Algo que permanece,
E não se abala,
Desde agora e para sempre,
Como um sonho no ar,
Que ressoa na pele,
E transparece na fala,
Promessas desnecessárias neste instante,
Mas que insistem em não se calar,
Línguas se cruzam e se reconhecem,
Não como num sonho, outra coisa;
Aquele que semeiam deleite
Colhem amor em cada hora,
Das profundezas de cada ser,
Renasce o amor nunca imaginado outrora,
Na fala às súplicas, atenta-se,
No coração a cada batida uma jura,
Quem escaparia do amor que registra-se?
Apenas o coração que ousa recusar,
Esperam no amor com todo o seu ser,
Há mais que uma esperança,
Omite-se algumas, não as melhores,
Porém, nem tudo é para se registrar,
Esse instante não contou com imagem,
Ficou apenas registrado na memória,
Não era apenas um querer, era um viver;
Mais que reinventar ou buscar,
Cada pensamento se corresponde,
Amor descrito em cada olhar,
Mesmo daqueles que passavam ao longe,
Seus olhos fechados não omitiam – a entrega,
Destino que revestido de ferocidade,
Aquele que nega o que há,
Maldito daquele que foge,
Sabe-se bem que isso não conta,
Quando é o amor que resplandece,
As horas passam devagar,
O sono não vem,
E uma noite insone se torna privilegiada,
Feições, antes de mármore,
Agora se encaixam entre sorrisos e bocas,
Sabe aquele instante?
Aquele em que beijar deixa de fazer conta,
Em que recostar-se um no outro é o desfeche?
Pois bem, assim ficaram unidos com suas peles úmidas,
O suor percorria amedrontado e entregue,
Não havia motivos para se distanciar,
Olhavam-se e beijavam-se, as vezes,
O abraço não se desvanecia,
Mas, não era nisso que estava o desenlace,
Era no estar um no outro – pele a pele,
Que é feito do que houve?
Há alguém que busque outra coisa?
Se tiver algo de melhor que isso, me perdoem,
Mas, ver o amor acontecer é a melhor coisa,
Sim, tenho certeza que sonhos existem,
Do amor, nem antes duvidaria,
Mas, após aquela noite,
Tive a certeza: De ti, nunca me afastaria,
Meu coração falava pelo dele,
E havia respostas concretas,
Enquanto tudo é simplesmente o que é,
Havia coisas inexplicáveis entre o nosso abraçar,
Era mais que um sonho de prazer,
Soubemos deste a primeira vista,
Enquanto tudo é simplesmente o que é,
Sob aquele manto escuro que antecedia o dia,
Entregávamos ao para sempre,
De jurar um amor que não se acabaria,
Voltam-se os rostos e suas indagações se encerrariam se nos
vissem,
Mas, guardávamo-nos um no outro e mais nada,
Nem mais sentiamo-nos na mesma pele,
Era como se o eu anterior ficasse lá atrás,
Antes de tocarmo-nos face a face,
Chegaria o dia,
Mesmo se não fosse da nossa vontade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário