Uma manhã, o ar estava tíbio,
A pequena cidade do interior
Estava entregue as borboletas,
E um sol aconchegante que dizia:
Bom dia, feliz dia!
Era como se os pássaros tivessem lavado o céu,
Estava num azul tão profundo,
Quanto o verdejar da água do rio que passava,
Jurar-se-ia nem uma nuvem aquele céu coloriria,
Mas, o tempo passa e tudo muda,
Ou, então, mudaria!
A moça abriu toda a sua alma a grama,
Sentara-se sobre ela e lhe confidenciava,
Não refletia sobre nada,
Vivia, sentia, falava e respirava,
Também, nela, havia um tanto de espera,
Com pouca expectativa,
Mas ainda assim, esperava,
Lembrava-se do dia em que se apaixonou,
O lindo dia em que seus olhares se cruzaram,
Não tanto tempo se passou,
Que houve de especial neste ínterim?
Nada, e tantas coisas,
Foi um brilho estranho,
Seguido por um ar frio a percorrer a espinha,
Ela levantou os seus olhos,
E seguiu o caminho,
Mas, nada foi como aquele dia,
Nem mesmo outro olhar feito aquele,
O que acabava de existir tinha um quê
De ingênuo e simples de explicar,
Amor,
Foi como um céu misterioso que se abria,
E antes que pudesse se acostumar,
Fosse, misteriosamente fechado, do nada,
Há um dia em que todos se olham desse modo,
Geralmente, segue-se o próximo encontro,
Infeliz daquele que não teve o próximo,
Mas foi, do mesmo modo, perfeito!
Este primeiro olhar não é como os outros,
É especial, romântico e bonito,
É um despertar brilhante e desconhecido,
Nada pode explicar o sol que ilumina noite escura,
É sábio que sem o sol não haveria luz do dia,
O que enreda toda a inocência de momento sublime,
Há uma espécie de ternura indecisa,
E encanto que direciona todo o resto,
Não se sabe ainda que ama,
E isto, é o que há de mais belo!
Cai-se sem querer na armadilha do apaixonar,
Deseja-se assim que cruzam-se os ombros:
Que me ame como o amo – na mesma forma-,
A intensidade faz pulsar um coração mais forte,
O outro permanece arredio o bastante,
Mas amantes sempre se cruzam,
Por isso o nome: amantes,
Amam-se antes!
Sem querer ou esperar nada- ama-se,
É raro que a desilusão aconchegue-se,
Há sempre novo encontro que valha o perder-se,
Pois, em que adiantaria perder-se por nada,
Amar e amar, sem receber nada em troca,
Ama-se não por retribuição,
Mas, por sentir-se bem em sua própria emoção,
Toda a pureza, candura e sonhos ganham este primeiro olhar,
Tempo bonito que rege os passos seguintes,
É um acordar em expectativa em cada manhã,
Possui o lindo sabor do desabrochar das flores,
À noite, volta-se ao quarto e apaga-se as luzes,
Tira a roupa de uma a uma,
Imagina-se nua sem contemplar-se,
Inocência, inconveniência, até a sonolência,
Teve a ideia tola de passar por ele naquela manhã,
E após este dia, não tornou a vê-lo,
Ousou ir adiante e apaixonar-se,
Não se deu conta da importância deste amor,
Acreditou, ao cruzar por ele,
Que aquele era mais um dia como outros.
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