quinta-feira, 7 de julho de 2022

Bonita Manhã

 


Uma manhã, o ar estava tíbio,

A pequena cidade do interior

Estava entregue as borboletas,

E um sol aconchegante que dizia:


Bom dia, feliz dia!

Era como se os pássaros tivessem lavado o céu,

Estava num azul tão profundo,

Quanto o verdejar da água do rio que passava,


Jurar-se-ia nem uma nuvem aquele céu coloriria,

Mas, o tempo passa e tudo muda,

Ou, então, mudaria!

A moça abriu toda a sua alma a grama,


Sentara-se sobre ela e lhe confidenciava,

Não refletia sobre nada,

Vivia, sentia, falava e respirava,

Também, nela, havia um tanto de espera,


Com pouca expectativa,

Mas ainda assim, esperava,

Lembrava-se do dia em que se apaixonou,

O lindo dia em que seus olhares se cruzaram,


Não tanto tempo se passou,

Que houve de especial neste ínterim?

Nada, e tantas coisas,

Foi um brilho estranho,


Seguido por um ar frio a percorrer a espinha,

Ela levantou os seus olhos,

E seguiu o caminho,

Mas, nada foi como aquele dia,


Nem mesmo outro olhar feito aquele,

O que acabava de existir tinha um quê

De ingênuo e simples de explicar,

Amor,


Foi como um céu misterioso que se abria,

E antes que pudesse se acostumar,

Fosse, misteriosamente fechado, do nada,

Há um dia em que todos se olham desse modo,


Geralmente, segue-se o próximo encontro,

Infeliz daquele que não teve o próximo,

Mas foi, do mesmo modo, perfeito!

Este primeiro olhar não é como os outros,


É especial, romântico e bonito,

É um despertar brilhante e desconhecido,

Nada pode explicar o sol que ilumina noite escura,

É sábio que sem o sol não haveria luz do dia,


O que enreda toda a inocência de momento sublime,

Há uma espécie de ternura indecisa,

E encanto que direciona todo o resto,

Não se sabe ainda que ama,


E isto, é o que há de mais belo!

Cai-se sem querer na armadilha do apaixonar,

Deseja-se assim que cruzam-se os ombros:

Que me ame como o amo – na mesma forma-,


A intensidade faz pulsar um coração mais forte,

O outro permanece arredio o bastante,

Mas amantes sempre se cruzam,

Por isso o nome: amantes,


Amam-se antes!

Sem querer ou esperar nada- ama-se,

É raro que a desilusão aconchegue-se,

Há sempre novo encontro que valha o perder-se,


Pois, em que adiantaria perder-se por nada,

Amar e amar, sem receber nada em troca,

Ama-se não por retribuição,

Mas, por sentir-se bem em sua própria emoção,


Toda a pureza, candura e sonhos ganham este primeiro olhar,

Tempo bonito que rege os passos seguintes,

É um acordar em expectativa em cada manhã,

Possui o lindo sabor do desabrochar das flores,


À noite, volta-se ao quarto e apaga-se as luzes,

Tira a roupa de uma a uma,

Imagina-se nua sem contemplar-se,

Inocência, inconveniência, até a sonolência,


Teve a ideia tola de passar por ele naquela manhã,

E após este dia, não tornou a vê-lo,

Ousou ir adiante e apaixonar-se,

Não se deu conta da importância deste amor,


Acreditou, ao cruzar por ele,

Que aquele era mais um dia como outros.


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