Ele levou meu respeito,
Mas esqueceu comigo a saudade,
Penso em seu rosto meigo,
Confesso não saber o que dizer,
Há dor maior que o esquecimento?
Infortúnio que maior que esse?
Sumiu do meu destino,
Como a lua perde-se no horizonte,
Levou cada um dos meus sonhos,
O homem que desejei para sempre,
Num primeiro momento,
Houve jura de amor e certo romance,
Agora só vejo o inseguro,
Não o tenho e nem sei o porquê,
Ignoro os fachos de aurora,
Aqui já nem o sol se põe,
Tudo mudou de prisma e olhar,
Fecho meus olhos e vejo você,
Estupefata, o amo como antes,
Confesso: já não sei o que dizer.
Mas o sol se põe em cada dia e a aurora chega,
Me obrigo a contar as horas mesmo não tendo você,
Peço desculpas se sou sincera,
O medo já não pode me repreender,
Se o sinto, me obrigo a falar,
O silêncio mais a saudade...
Eu não suportaria e você sabe.
Os beijos nossos ainda me saúdam,
Há neles algo de reconfortante;
Por maior que seja a dor e até os rancores,
Há sempre aquela falta que chama por você,
Quando alguém bate a porta,
Eu já corro para atender,
Antes não andava tão apressada...
Essa mudança se deve a você...
Pois é, você e sua ausência.
Brota em mim a saudade,
Há alguém acima de todo o homem,
Sim, há você, sabe por quê?
O amor, ele te põe a salvo de tudo...
Seguro até mesmo de nós e nossos instantes.
O direito põe mesmo os fatos por terra,
Ele me dá a perspectiva de ver-te,
O amor que triunfa não tem motivos para a ignorância,
Aqui dentro de mim há o seu nome,
E um sussurro que procura-o,
Acho que você me entende... não sei bem por quê,
Mas, me apego a isso.
O direito é justiça e verdade,
E o amor? O que será que diria,
Se eu ousasse pronunciar nunca mais te ver?
Penso que não suportaria,
Você me acha forte o bastante?
Me arrisco a pensar no assunto,
Quase apalpo a hipótese,
Mas você está longe agora,
É lhe característico este mister?
Pois é, eu não saberia dizer adeus...
Mas parece necessário, aparentemente...
Mas, bem, essa ideia ainda não existe nos fatos,
Apenas encontra-se aprisionada na minha mente,
Você acha que ajo certo?
Me desobrigar de te querer?
Se me contenho lágrimas vem a face,
Se falo nem ao menos sei se chega até você,
Mas eu me esforço por nós,
Mais que antes, bem mais que antes,
Infalivelmente destinada a amar-te,
Com o tempo isso torna-se disforme,
Obscuro e até monstruoso,
A distância dos séculos se opõem,
Mas o amor não pode ser mau,
Ele não precisa ser,
Você saberia lutar por nós dois,
Apenas para a hipótese de que eu me acovarde,
Isso seria possível?
O amor não é mais que um fato,
Ideia lúcida, mas um tanto distante.
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