sábado, 24 de setembro de 2022

Seu Libertador

 

A lágrima só se torna vergonhosa,

Quando a espada que você impunha,

Com todo o amor e paixão por ela,

Torna-se um punhal,


Pequena e frágil para tudo que precisa,

Fácil de ser manejada contra si mesmo,

Neste instante, confesso:

Penso em como seria fácil tê-la contra,


A ferir meu peito de morte e de... honra?

Sangraria por ela até o fim da vida,

Após o fim o que eu faria?

Há quem acredite em pontos finais,


E há outros que lutam para chegar até eles,

Por quê?

Porque eu teria que ir até o fim para ver?

Seria mais fácil posicioná-la até o chão,


Agachar-me alicerçado nela,

Levantaria a cabeça e contemplaria os céus,

Lá no alto estaria a minha paixão,

A me olhar,


Só a eu e a nenhum outro,

Eu de joelhos ela em pé,

Talvez, assim me contemplasse com um sorriso,

Seria como se ela estivesse nas nuvens,


Eu a vejo desse jeito e você?

O que você sente quando a toca?

O que traz em seu olhar cada vez que a contempla,

Eu me sinto no chão,


De onde estou não ouso alcança-la,

O que há em você que o fez prepotente?

Sim, por que ela me falou sobre você,

Porém, não falou com segurança,


Se eu soubesse o motivo da lágrima dela,

Se por um instante ela me confessasse...

Como faria tudo por esse instante,

Daria minha honra por isto e não outra coisa,


Mas, antes da lágrima dela veio a minha,

Confesso dentro de mim:

Eu já sabia,

De alguma forma, simplesmente sabia.


Quando assina o coração,

Não corre dentro da gente outra emoção,

A razão abre espaço para a verdade,

Abre um caminho em que se vê além da maquiagem,


Admito tê-la visto sem maquiagem poucas vezes...

Também não sei a motivação,

Gostaria de saber, gostaria...

Executo a espada com justiça,


Sei ferir como nenhum outro,

Agora a sangrar e ferido, não sinto dor,

Porém, por dentro sinto que morro,

Desprezo sua fala quando diz está tudo bem,


Valorizo seu sorriso que se esforça tão bem,

No amor sou um estrangeiro,

Nunca a toquei,

Então, como a conheço tanto?


A espada carregada por tantas estradas,

Possui efeito, peso e insegurança de uma lança,

Me falta a habilidade técnica,

Renego, o homem que sofre nesta estrada,


O estrangeiro,

Sim, sou capaz de renegar a mim mesmo,

Sou eu contra meu próprio eu tirano,

Um é defensor o outro o amigo... acobertador?


Não, a amo dela não sou mais que seu libertador.

Ouso olhá-la no fundo dos seus olhos,

O sol resplandece atrás dela,

Como ela brilha!

Brilha tanto que parece que sonho.


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