Não se trata mais de território sagrado,
Mas de paixão desmedida,
A saudade lamenta, o olhar chama,
É algo de querer sempre estar perto,
Bem, sabe-se que o corpo se acalma,
E a alma? Apenas aplaude,
Ela quer estar perto porque ama,
Ele vem porque o quer...
Será mesmo que a saudade lamenta?
As vezes penso que ela gosta,
Gosta do gosto que fica na boca,
E se diverte das mil vezes em que saio a janela,
Olho para fora a espera e a procurar...
O abraço sangra e os lábios doem,
Desejo tê-lo perto não tenho como fingir,
Alguns homens talvez não entendem,
Mas eu sinto que ele sim;
O coração apenas pulsa e sorri,
Não importa a distância,
Ele tem certeza do que sente,
A espera, então, torna-se sedenta,
Implora pela volta e trabalha o anoitecer,
Oh, doce cair da noite,
Que o traz para meus braços,
O que dizer do quanto conto os segundos?
Diante do sorriso que guardo na face,
Creio que me entenda e com isso,
Guardo as palavras,
Prefiro poupá-las para aquele que amo,
As vezes, chego a pensar que a tarde
Cai distante e sente-se ferida,
Ela sabe o quanto temos afinidade,
E por isso sente pela distância entre eu e ele,
Coisa estranha,
Para ela estar comigo,
Ele precisa estar distante?
Parece que os céus discordam comigo,
Eu também o queria mais presente...
Além do mais, olhando do ponto de vista do alto,
Fica mais fácil acompanhar cada um de seus passos,
Até mesmo o momento em que derruba a carteira,
Ela cai sobre a calçada e abre-se,
De lá cai diversas coisas,
Entre ela minha foto,
Ele atenta-se e a ajunta...
Segura um instante sob seus olhos,
Parece suspirar,
Sinto que a traz para perto do seu peito,
Mas não encosta,
Lábios tremulam e parece sentir minha falta,
Ele não a beija, apenas a guarda,
Então, junta as outras coisas,
Desatento para todo o resto,
Sou importante: me sinto bem!
As nuvens abrem-se e parecem sorrir,
Lá do alto a tarde nada diz,
Apenas cai inerte e a refletir,
Se pudesse me contar algo como ela falaria?
Talvez, ela tivesse tanto a me dizer!
Quem confia no amor é um insensato,
O quero perto, mais que isso: preciso!
Mas quem anda seguro de quem ama
Não teme o escuro e ainda o espera.
No coração de quem ama o amor não corre perigo...
Quem entrega-se não passa necessidade,
Triste daquele que fecha os olhos para não ver,
A solidão é a pior das maldições,
Coitado deste que muito há de sofrer...
Quando outros sentimentos sobem ao poder,
O amor que é flexível cede passagem,
Triste é o coração onde eles se apossam,
O amor se esconde,
O sorriso entristece a face,
Lá fora até parece que nem as flores florescem.
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