Na chácara Ahmed
Dona galinha Listradinha
Vivia feliz com seu esposinho
O galo Muhameh.
Eles habitavam um galinheiro
Que permanecia fechado
Nos períodos noturnos
E em dias chuvosos,
Porém, de dia eles percorriam
De asas unidas a chácara
Em busca de sementes,
Frutas e comidinhas.
Bruce era o dono da chácara
Todas as manhãs
Ele levantava bem cedinho,
Corria com suas quatro patinhas
Até o galinheiro,
Puxava o trinco da porta
E abria o galinheiro.
Bruce é um lindo shit-su,
Ele vive na chácara desde bebê.
O galo Muhameh e a galinha
Listradinha logo tiveram ovos,
Dos ovos nasceram pintinhos.
Bruce foi até o mercado
Dirigindo seu carrinho
Fusca azul
E trouxe de lá pequenas
Caixas de papel com mantimentos,
Estas caixas ele pôs no galinheiro
Para fazer ninho
Onde as galinhas passaram
A por todos os seus ovinhos.
Passou pouco tempo,
E as dez caixas ficaram
Cheias de ovos de galinha,
Dez galinhas chocaram ali
Dia após dia.
O Bruce abria a porta,
Entrava no galinheiro
E sorria ao ver os novos
Pintinhos quase nascendo.
Porém, veio o desespero,
Logo que os pintinhos nasceram,
Dez de cada galinha
Piolhos de galinha invadiram
O local.
Eram tantos piolhos
Que começaram a enfraquecer
As galinhas,
E não tardou invadiram
O quarto do Bruce
Em plena noite.
Ele fugiu da cama irritado
E com medo,
Minúsculos piolhinhos
Estavam em todos os locais,
Dentro das frutas do pomar,
Tornando elas impróprias
Pro consumo,
Dentro das flores do canteiro,
Matando-as.
Logo, os pintinhos
Ficaram tão fraquinhos,
Mas tão frageizinhos
Que caíram e não tinham força
Para levantar.
O milho que o Bruce dava
As galinhas não alimentava
Mais,
Elas estavam caindo,
Fuçando fracas,
Magras e perdiam suas penas
Se coçando sem parar.
Elas ficaram endoidecidas,
Corriam pelo terreiro,
Brigavam umas com as outras,
E os pintinhos piavam sofridos.
-Iremos morrer.
Disse o galo Muhameh.
-Não posso abandonar
Meus pintinhos.
Respondeu a galinha pintadinha.
O Bruce chamou o veterinário.
O veterinário disse
Que não existia remédio,
Teriam que abandonar
O local,
Fechar as portas
E queimar tudo,
Nada resistiria.
Depois, o veterinário
Foi embora,
Bruce sentiu no chão,
Lágrimas rolaram
De seus pequenos olhinhos
Mas ele não desistiu.
Foi até o limoeiro,
Colheu o máximo de limões
Que pode e trouxe
Até o terreiro,
Lá ele pingou na água
Das galinhas e fez todas beberem,
Depois pegou os limões
E espremeu no chão
Do galinheiro
E por toda a parte.
Então, ligou a mangueira
Do jardim e molhou
Toda a propriedade,
As flores, as frutas,
O galinheiro.
Deu banho nas galinhas,
No galo e nos pintinhos,
Depois tomou seu próprio banho,
Então, chamou todos para o terreiro,
E pôs fogo no galinheiro.
Todos se abraçaram
Olhando as chamas
Consumir sua morada,
Mas, Bruce logo construiu
Outra muito maior,
Feita de madeira, tela e brasilite.
Os pintinhos puderam,
Enfim,
Crescer felizes
Todos os 30.
Agora, todas as manhãs
O Bruce pega sua cestinha
Vai até o galinheiro,
Colhe os ovinhos
E vende no mercado Atacadão,
Alguns ele guarda
Para chocar
E tirar pintinhos.
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