quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Casal Juntos ao Pôr do Sol

 

A noite ganhou um tom mais romântico,

A lua estendeu seu manto sobre a terra,

Iluminando todos os casais apaixonados,

Depois de um beijo demorado e sereno,

Eles passaram a falar sobre os sonhos,

Os que haviam planejado antes e os de agora,

 

Pois, quando dois corações se juntam,

As coisas mudam de dentro para fora,

Tudo se transforma em um sentimento grande

O bastante para desejar mudar tudo,

Os sonhos já não cabem dentro da gente,

Todos os que já amaram sabem do que estou falando,

 

Para os que amam nunca nada está perdido,

O medo não paralisa, o orgulho não cega,

Quando dois corações batem juntos,

É difícil imaginar a força que alcançam,

Pois o inimaginável passa a ser possível,

As palavras passam a soar mais sonoras,

 

As frases dos amantes ganham outro significado,

Quando dois olhares entram em sintonia,

O eu te amo vem de uma forma espontânea,

Até o cheiro um do outro se torna mais atrativo,

É como se pudessem se conhecer pelo que exalam,

Como se houvesse um convite a refletir um no outro,

 

Só os que amam sabem interpretar essa simpatia,

Quando o tom da voz fala mais alto que as palavras,

Quando o corpo convida a mão para acariciar,

Quando tudo o que desejam é estar perto,

Nenhuma força do mundo é capaz de separar,

Os vestígios do amor são marcados na alma,

 

Sem precisar ferir um ao outro com amor avesso,

As sombras dos seus rostos são afastadas,

Se reconhecem de alma a alma,

Dizem que a luz do luar é capaz de milagres,

Mas a verdade é que são os corações que se abrem,

Que se libertam de preconceitos, soltam suas raízes,

 

Passam a seguir o mesmo destino de olhos abertos,

Seguros e adeptos a enfrentar o que for preciso,

Em certa parte, ao norte de onde a lua brilhava,

Ainda era tardinha, a esperar a lua, um casal se sentava,

Abraçados no banco da praça de certo lugar,

Eles estavam de lado, ela o beijou no rosto,

 

Depois cobriu-o, de encontro ao seu peito,

Abrigada a quem havia conhecido a pouco tempo,

Mas acreditava dentro da sua alma que era amor,

E ele também; ele acariciava seus cabelos,

Tomava um milk-shake com a mão direita,

Ela, às vezes, também saboreava um gole,

 

Entre suspiros de eu te amo e carícias incontidas,

Antes de conhece-la, ele sentia-se perdido,

Agora via-se completo no olhar daquela moça,

No jeito como ela ficava logo que ele afagava seu rosto,

No sorriso lindo que ela abria somente para ele,

Cada gesto dela parecia único, como se fosse exclusivo,

 

Ninguém conseguia vê-la de forma tão profunda,

Contemplar tudo que ela significava, tudo que era,

Ele sentia que ela o havia esperado por toda a vida,

E faria cada momento de espera ter valia,

Pois, cada vez que se via acolhido em seu abraço,

Mesmo eles sendo tão frágeis, se sentia fortalecido,

 

Era como se aquele lugar fosse reservado para ele,

Queria acreditar na história de amor que estavam vivendo,

Não aceitaria que fosse mais uma invenção do seu peito,

Esperaria as estrelas chegarem, faria um pedido,

Elas lhe dariam algum sentido, tinha medo, havia sofrido,

Ela também, ele enxergava isso em seus olhos,

 

Era real o que viviam, se estavam no escuro quanto ao amor,

A lua logo chegaria e tudo seria esclarecido,

Não haveriam erros ou injustiça neste ponto,

Tudo ficaria no lugar certo como deveria estar,

Ao lado dela até o imperfeito fazia sentido,

Essa noite, ele desejou passar acordado,

 

Aproveitar cada segundo ao seu lado,

Assim que a lua chegou, ele provou seus lábios,

Ela se afastou ao término, eu te amo, disse-o.

Um Ponto e Uma Vírgula

 

Era beijinho de um lado, beijinho do outro,

Agradar era o que ela mais queria,

Até desistir dessa ideia e procurar a si mesma,

Escolheu plantar flores no seu quintal,

Fazer seu próprio jardim, chamar as borboletas,

Os pássaros e o que mais gostasse,

 

Resolveu que se daria importância,

Com isso, passou a reconhecer valores,

E só então, decidiu amar aos demais,

Estivesse errada ou não,

Como um coração ferido poderia concertar outro?

Acreditava que para remendar a alma,

 

Precisava ao menos, contar com linha na agulha,

Mudar a si mesma era um processo árido,

Às vezes, vertia em lagrimas sem saber o que fazer,

Era difícil organizar a própria casa, gerir a própria vida,

Imagina então, abrir-se para acolher outras pessoas,

Ter que esconder sua dor, quando o outro mais precisa,

 

Era um processo difícil, mas necessário...

Recusava-se aos erros com bravura,

Mas isso parecia fazer parte do processo,

Quem estaria imune a opinião pública,

Quem estaria isento da interferência alheia,

Vacinado quanto aos comentários jocosos,

 

Impassível a comoção das pessoas ao seu redor,

Embora, sempre acreditasse que a vida era maior que isso,

Nem sempre soube ao certo como reagir aos fatores,

Era o externo que oprimia, o interno que exprimia,

Dois pesos e duas medidas, como saber a exata?

Haviam situações que gritavam impunidade,

 

Então, por que aos outros não eram tão evidentes?

Isso a deixava pensativa, fazia com que buscasse algo,

Havia algo de muito errado ao seu redor,

Isso lhe dava calafrios, como iria aceitar calada?

Embora o mundo estivesse oprimido, cego,

Ela se recusava a ser apenas mais um número a vagar,

 

Poderia constituir um número, mas nunca seria apenas isso,

Um joguete nas mãos de pessoas ensurdecidas,

Haveriam pessoas que pensavam diferente disso,

Ela não poderia ser a única, com comentários céticos,

Ela buscava refletir sobre os acontecimentos,

Buscar apoio sobre como fazer a diferença,

 

Ficaria feliz em ajudar no que fosse preciso,

O mundo algum dia, daria as mãos,

Alguns talvez, ousassem sonhar em conjunto,

Por que, se esquivavam tanto disso?

Os sonhos embora pereçam de apoio,

Não pareciam perderem-se no transcorrer dos anos,

 

Sempre há uma voz a ser seguida,

Um objetivo que valha um pouco de atenção,

Na falta de saber o que fazer, basta tentar,

Buscar algo em que acreditar e lutar por isso,

De momento, não sei ao certo o que falar,

Mas acredito em tantas ideias boas,

 

Tantos objetivos carentes de apoio,

Bem, deixo aqui meu ponto e vírgula,

Mais tarde, com ideias mais maduras,

Editarei está página, traçando um ponto final.

Batendo a Porta na Cara

 

As duas horas da tarde ela ouviu uma batida na porta,

Levantou-se do sofá, soltou o cachorrinho no chão,

E foi abri-la, ao ver quem era quase caiu para trás,

Nada teria espantado mais seu sofrido coração,

Seu ex-namorado, aquele que ganhou dela o primeiro beijo,

Com direito a estalinho, carinho no rosto, pesinho erguido...

 

Inclusive com aqueles sussurros de nossa como você é linda,

É certo que, ingênua como era, ela se sentiu única,

A pessoa mais encantada e amada de todo o mundo,

Porém, não tardou ela ir ao banheiro, voltar e ele estava com outra,

Triste fim de um amor que dizia ser eterno,

Lembrara na hora, que em meio ao beijo ele abrira os olhos,

E ficara mesmo a olhar aquela outra garota, além de outras,

Ah, como foi cruel o amor daquele rapaz, a pediu em namoro,

Para em atitudes jogar em sua cara, que não a queria mais,

 

Ela se sentiu esvair-se ao chão, teria se debruçado em lágrimas,

Mas a razão pegou pela mão seu coração e não permitiu tamanha tolice,

Estragar a própria vida, com direito a lamúrias e fazer dele um bom rapaz,

Ah, não, aí já era demais, cruzara por outro lado, fez questão de ignorar,

Dançou a noite inteira com outros garotos e assim a vida segue,

Trocaram conversas, sorrisos e alguns olhares mais insistentes,

 

O caminho dos que amam se cruzam em algum ponto,

Ela não tinha motivo para sentir embaraço ou querer precipitar-se,

Havia acabado de ser magoada, não poderia negar que sentia dor,

Mas deixar-se conduzir por conversinhas havia sido um erro forte,

Do qual tentaria, a todo custo, se esquivar, sempre soube se dar valor,

Mas agora, em meio ao meu descanso, entre o sono e a música no rádio,

Ele aparece, sem aviso de antecedência, com aquele seu sorriso frio,

 

E olhos pálidos de quem finge não esconder nada, pois são mesmo vazios,

Ela nem ao menos havia passado seu endereço, mas era de conhecimento público,

Nunca tentou fugir do que ela era, e isso, também, nunca a fez menor que os outros,

Então, por que teria que se esquivar de algo ou aceitar ser desvalorizada?

Se teve a oportunidade para amar ela, por que então havia falhado?

As outras não eram mais chamativas, como diria ela: atrativas, convidativas,

Pois bem, o que houve com a outra que o fez mudar de ideia, tão repentino?

 

É certo que as roupas dela não estavam na moda, suas unhas roídas eram borradas,

Usava um batom barato, sua maquiagem era velha, seu calçado era usado,

Mas ela não, ela nunca aceitara ser feita de tapete para que fosse pisoteada,

Esses detalhes embora não pareçam importantes, dizem muito sobre si mesmo,

Ela soube a algum tempo sobre um dos financiamentos dele junto ao banco,

Em busca de um carro novo, aquela camionete que ele entulhava de garotas,

Com aquele som alto e bizarro que ninguém compreendia o que falava,

 

Era de crer-se que a intensão de quem entrava lá realmente não era entender nada,

Da sua parte compreendia perfeitamente que não houve erro,

Não olhara para nenhuma outra pessoa, agira normal, como ele já sabia que ela era,

Se buscava outro tipo de mulher por que decidira se aproximar dela?

O que, na conduta leal da garota transmitira ideia errônea? Não era reconhecida,

Não conquistara seu próprio lugar junto as garotas do colegial?

Então, por favor, peço que não a interprete mal, mas ela, não gostaria da sua visita,

 

Tudo que aconteceu foi recente, ela recordava, a marcara o bastante

Para fazer a diferença na vida daquela moça e fazer com que ela evitasse

O exato tipo de pessoa que ele era, ela se garantia o bastante como mulher,

Se ele havia tentado diminuí-la achando que ela cairia nesse joguinho,

Então, falou com a mulher errada, suas ideias não a convencem,

Com seu diálogo inconsistente, fez todo o tempo que passaram juntos chato,

 

Ele e seu carro, desculpa pela indiscrição, “barato”,

Achara que a ganharia como fazia com as outras,

Com suas propostas de amor de uma hora, isso só servia para elas,

E aqueles amigos bobos dele, que estavam sempre ao seu redor,

Nunca a viu entre eles? Por quê? Ela nunca desejara isso,

Nunca fora da forma que ele quisera, por quê? Tinha opinião própria,

 

Aquelas roupas que as colegas dele usavam? Bom, se ela estivesse nelas,

Nem assim ele conseguiria se aproximar, porque ela era mesmo diferente,

Ele sempre soube disso, então por que estava parado feito um tolo, a sua porta?

Veio procurar na garota o que não encontrou nas outras? Seria de se suspeitar,

Embora ela discorde disso, ela reafirma: “você não preenche os mínimos requisitos de homem,

Por ser volúvel era uma aposta ganha, saber que nem amizades verdadeiras, você tem,”

 

Ela esperava que sua conversa estivesse sendo satisfatória,

Pode ter existido algum equívoco entre os dois,

Mas, isso foi quando o permitira chegar perto, depois disso,

Ele tentara e até sabia como, mas ela não,

Então, continuou, em tom sério e desafiador,

 

“Foi a tão pouco tempo, fique com minhas amigas,

As que preenchem seus requisitos, elas estão dispostas,

Com relação a aquela sua moto nova, elas se encantaram,

Convide-as para dar uma volta aí pelas avenidas...

Encontro Casual na Praça

 

Quem estaria mentindo, os olhos quando fingem não ver,

Ou aquele que jura amor e beija em falso sem perceber,

Confesso que gostaria de saber a resposta exata,

Sem meias palavras, saber qual seria a medida certa,

Ninguém ganha nada ao esconder-se entre as lacunas,

Mas, talvez no omitir-se também não haja o que ganhar,

 

Dependeria da situação alguém poderia alegar,

Falsear as histórias e dar a verdade roupagem nova,

Seria algo bom, até que ponto, haveria um ponto final para algo?

No exato instante em que se desiste e abandona ao acaso os sonhos,

Poderia alegar-se que sim, sem procurar me estender em evasivas,

A versão de cada pessoa que vejo sempre me parece autêntica,

 

Mas em certa parte da história, em alguma vírgula posta,

Não para o acaso, tudo muda, e vejo-as caírem nos vazios de si mesmas,

Esta minha vírgula poderia ter ocorrido naquela tarde chuvosa,

Em que o cheiro das frutas vinha me convidar para sentar na grama,

Eu deveria ter resistido, estava no intervalo do trabalho,

Mas sentei-me com uma sesta de morangos, sentir o vento,

 

Sorrateiro ele brincava com meus cabelos, como uma carícia,

Eu sorria mesmo sem perceber, meu encanto era evidente,

Minha admiração sempre foi incontida quanto a cada estação,

Uma borboleta sentou no meu pé, desejei guarda-la em uma imagem,

Olhei ao meu redor e encontrei um moço admirando tudo,

Caminhando por ali, como se estivesse perdido ao acaso,

 

Ele sorria disperso de mim, parecia pensar em algo mais adiante,

Eu pigarreei, abri um sorriso gentil e pedi se podia tirar uma foto,

Ele me olhou com olhos assustados, com um arrepio a percorrer a pele,

Eu sorri, encorajadora, me apresentei com uma estranheza na voz,

Ela estava rouca e sôfrega, algo havia mudado em mim,

Algo intenso e forte me pegou de surpresa e me fez sentir que não poderia resistir,

 

Mesmo desconcertada, entreguei a ele meu celular com a tela desbloqueada,

Ele sorriu de uma forma que me fez sentir única, perfeita, talvez, amada?

Eu quis duvidar, como o amor poderia cruzar meu caminho dessa forma,

Simplesmente, achar que poderia passar sem dizer absolutamente nada?

Quando tentei dizer algo que fosse um pouco mais interessante,

Percebi que minhas palavras também falhavam, inertes,

 

Seria mesmo o amor, aquele que cruza nosso caminho e nos deixa sem saída,

Como se destituísse todo o mundo de sua importância apenas para nos contemplar?

Aquele que suga toda a nossa força, como se fosse levada pela brisa fresca,

Seja como for naquela hora eu sentia que tudo poderia partir para outro lugar,

Eram os meus medos, e eu apenas desejei que ficassem bem distantes,

Então, soube que a chave para isso estava no abraço dele, postado a minha frente,

 

Mas sendo o amor coberto de mistério como eu poderia desvenda-lo?

Dizem que os medos nos acorrentam, eu senti que não naquele momento,

Sob o abrigo dos olhos daquele estranho, eu senti que amaria como nunca,

Ser digna de estar sob os seus cuidados nunca seria mais convidativo,

Embora não tivesse um roteiro escrito em que eu pudesse ser a protagonista,

Senti que toda a minha vida passou a fazer sentido com ele ali perto,

 

Me sentia protegida de uma forma que nunca havia imaginado antes,

Quis protege-lo, desejei fazer algo por ele, de repente desejei conhecer alguém,

Sem temer qualquer tipo de exposição, dei vida a voz que havia em meu coração,

Me desculpa, eu disse, mas, você é muito bonito, ele sorriu com o rosto avermelhado,

Eu sorri mais ainda, então, não bonito do tipo comum, mas daqueles com um gosto,

Um gosto que se quer provar, como se houvesse algo em você que me chama,

 

Não sei se você consegue me entender, peço que me perdoe pela invasão,

Com palavras tão abruptas, mas este sentimento ainda não havia tomado minha emoção,

Eu falava entre sorrisos e ele apenas sorria, sem uma única palavra,

Me ganhou para uma vida inteira; eu o disse tomar, porque já não me pertencia,

Ele agradeceu com uma frase curta, guardo comigo cada palavra,

Como se houvesse uma forma de esquecer sua voz rouca e máscula,

 

Senti meu coração pulsar fora de mim, descompassado,

Então, você pode tirar minha foto? Eu pedi com desembaraço,

Havia um misto de sentimento que explodiam em mim,

E eu precisava controla-los, nunca havia me sentido assim,

De que me valeria quedar em inércia e nunca mais vê-lo,

A tempos eu cruzava por aquele lugar e nunca o tinha visto,

 

Sem fazer muito alarde sobre o caso, mas meus lábios estavam secos,

E os dele, tão molhados, parecia que nossos corpos falavam alto,

Uma linguagem que ultrapassa os limites da voz, como um reflexo,

Do que sentíamos dentro um do outro,

Era como se não coubéssemos dentro de si próprios,

Será que fomos feitos para não pertencer a nós mesmos,

Uma espécie de metades que se unem para estar completo?

 

Eu teria me levantado, mas ele ficou parado, fazendo os retratos,

Os olhos dele tinham algo de mágico, algo fora do mundo, maravilhoso,

Era como se o toque dele fosse capaz de me modificar por inteira,

Desejei ter sentido o calor das suas mãos nas minhas,

Suas mãos oscilaram, será que ele poderia ouvir o que eu dizia,

Mesmo sem eu chegar a dizer nada, de repente o nada tomou forma...

 

Era todo o meu passado sem ele, era o vazio de um futuro indesejado,

Então o chegar também teve outro significado, o silêncio pareceu avesso,

Aquele momento se tornou importante sobremaneira, desmedido,

A efeito de todo o sentimento que exalava palpável entre nós dois,

Tão palpável que podíamos tocar um no outro, na fagulha de um olhar,

Ele, pediu se podia fazer um retrato comigo, aceitei na mesma hora...

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Amor Distante

 

Senti um calafrio a percorrer minha espinha,

Era como se me chacoalhasse por dentro,

Me extraindo da pretensa inercia,

Aquele que sonhei encontrar, sem êxito obtido,

Nunca fui de colocar a culpa de tudo em Deus,

Ele já possui encargos demais ao buscar ouvir a todos,

 

Imagine se cada destino fosse sua responsabilidade,

O que, então, passaria a ser definido como bondade?

Me pego a rir ao imaginar uma moça que cobiça o marido da outra,

Quem o teria por direito a que chegou primeiro ou a que o alcançara?

Quem seria mais digna de mantê-lo consigo?

E como ele escolheria entre salvar uma vida e outra?

 

Seria um trabalho no mínimo complicado,

Mas nunca duvidei da sua existência, creio nisso,

Contudo, acho que cada um é responsável por seus passos,

Opinião que a religião define como livre-arbítrio,

Deixar de crer em Deus não o faz merecedor do infinito,

Descrer, não sei se o faz desmerecer, mas nem o aproxima,

 

O fato de acreditar ou não, não chega a ser importante,

Ele existe e pronto, um poder supremo acima de nós,

Uma inteligência aguçada, uma mente aberta ao novo,

Capaz de rejeitar o que está posto para buscar conhecimento,

Mas o amor, a todos salva, a todos contagia, disse o pai que amava o filho,

Estas palavras me parecem conter algumas pistas,

 

Algo sobre como direcionar-se com relação ao destino,

Desejei ir a fundo neste sentimento de corpo e alma,

Confesso para eu mesmo, que não senti tanta surpresa,

Pela rapidez em que um alguém surgiu em meu caminho,

A moça tinha um sorriso lindo, um rosto meigo, de alguma forma diferente,

Se virou com um jeito desapegado parando na minha frente,

 

Ambos estávamos em uma loja, comprando roupas,

Eu, um tanto indeciso, pedi a ajuda dela, apesar de gostar do modelo,

A cor parecia não se ajustar, escolhi cada palavra para me aproximar,

A cumprimentei, ela respondeu com seus dentes brancos a mostra,

Um sorriso bonito e bem cuidado, é algo especial, como o restante nela,

Cada traço, o vestido que brincava em seu corpo, o rosto demaquilado,

 

Deixando a mostra seus traços naturais e bonitos, a admirei por tudo,

Pela forma como conversava, pelo seu jeito descontraído,

A ideia de tê-la ao meu lado me agradou um bocado,

O cinema estaria liberado na próxima semana, pensei em convidá-la,

Ela gostava de romance e eu era fã do Statham,

Optaramos por assistir O Tubarão, um terror básico sempre aguça,

 

Facilita a aproximação, diziam os seus amigos, o filme foi bom,

Havia muita ação nele e uma dose exata de romance, tudo na medida,

A noite foi perfeita, o ano novo acabava de chegar

E vinha embalado para presente com doces promessas,

Entre as escuras da sala fria, aconteceu um primeiro beijo,

E os próximos se desenrolaram com maior facilidade,

 

Eu nem conseguia acreditar sobre o quanto era amado,

Parecia qualquer coisa surreal, mas nunca havia sonhado com isso,

Ela chegou para ser diferente, para mudar, transformar o meu redor,

Para muito melhor, muito mais do que esperei algum dia,

Melhor ainda do que qualquer definição que pudesse conhecer,

Entre livros, falácias, família e etc., foi amor desde à primeira vista,

 

E seria dessa forma para toda a vida, queria vê-la a toda hora,

Estar sempre perto, nunca esconderam o quanto amavam-se,

Os outros os definiam como um casal bonito,

Embora estivessem alheios a isso, era bom, ser o casal exemplo,

Sem precisar esconder o que sentiam, ou o que viviam,

Não pairava segredo algum entre os dois, havia confiança,

 

Isso bastava, mas chegou o tempo da faculdade,

E o amor que sentiam resumiu-se em cartas diárias,

Com o tempo, em razão das provas, ficaram mais esparsas,

Mesmo com todos os sonhos idealizados, já não parecia mais definitivo,

O amor era verdadeiro, mas dentro de mim parecia desmoronar,

Eu sentia que não conseguiria aguentar a distância,

 

Para quê importar-me tanto com alguém que está longe,

Eu não conseguia ver o amor de antes naquelas entrelinhas,

Deveria sustentar esse sentimento só por ter sido o primeiro?

Viver preso a isso, e fechar o coração em grades, prisioneiro de si mesmo?

Havia amado, isso era fato, mas estaria, agora, tudo acabado?

O pessoal da faculdade tinha outros propósitos para as noites,

 

Fato que incluía até mesmo as férias, tudo estava esporádico,

As visitas dos pais, dos amigos, mas quanto a namorada, quando vinha,

Tinha ideias ultrapassadas, um jeito diferente de ver as coisas,

Não parecia aquela ilusão que eu havia criado para nós dois,

Essa coisa de amar é complicada, admitíamos um para o outro,

Em beijos distantes e abraços soltos, tudo estava vago,

 

Inclusive o espaço ocupado um no peito do outro,

Ela era única no mundo, não poderia negar, mas eu desejei algo mais,

Queria provar algo diferente, divergir da opinião comum,

Eu a amo mais que tudo, lembro-me de me despedir dela com um beijo,

Agora já estou na reta final na faculdade, alguns anos nos separaram,

Formado, tenho planos de voltar para minha cidade, e o rosto dela retornou,

 

Como a lua sempre volta nas noites escuras, sorri com o pensamento,

A última notícia que tive sobre ela, diziam que estava sozinha,

Embora não saiba se ainda deseja reatar tudo o que vivemos,

Seria bom revê-la, dividir as novidades, ver como ela está...

Separação


Atitudes drásticas, sem embasamento necessário,

São dignas de uma pessoa que pensa muito pouco,

Ou que sinceramente, foi capaz de beijar sem sentimento,

Virar as costas e ir embora, fechar a porta com um estalo,

Como se gritasse aos quatro cantos, brigamos, acabou tudo,

Foi insuficiente o que nos levou a ficar juntos,

 

Todas as juras que ele me fez, todas as provas de amor,

Jogadas no lixo, como a caixinha de cartas que foi ao lixo,

Uma vida resumida em poucos gritos,

Alguns espasmos entre soluços de um choro contido,

O fim chegou, acabou tudo, não lamente, não erramos,

Simplesmente não deu certo, foi pouco tempo vivido,

 

Semanas ou meses distantes e já teremos esquecido,

Com certeza, talvez possa haver algo em nós de sofrimento,

Mas lhe juro, se a saudade vier, não perdurara por um ano,

Nunca houve amor entre nós, tudo que juramos um para o outro,

Você sabe, nunca passou de mentira, sim mentimos,

Não se sinta frustrado, nunca passou disso, um sonho falso,

 

Um sorriso incontido, um desejo de cruzar nossos destinos,

Passos em falsos rumo ao inseguro, não duraria mais que isso,

Foi bom, acabou, tudo certo, para quê viver de lamentos?

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Eu apenas concordava, por mais que pudesse parecer louco,

Eu a amei com toda a alma, me dediquei a ela, ao menos um pouco,

Ela simplesmente, briga, junta as roupas se despede sem um beijo,

 

Grita para que todos possam ouvir nossos segredos,

Me dilacera a alma, abusa de tudo, até por eu ter acreditado,

Me joga na cara meias palavras, frases avessas aos ouvidos,

Por Deus fosse para sofrer dessa forma, nunca antes tivesse amado,

Tivesse cruzado outro caminho, usado outra roupa, nunca tivesse sorrido,

Agora ela ria de mim, eu que a amei com o sentimento mais humano,

 

Talvez tenha chegado a me trair, que me importaria ter estado com outro,

Se entre quatro paredes, nunca foi suficiente estar conosco,

Estar presente no mesmo ambiente em que estávamos,

Ficar tranquila, sonhar um sonho a dois, ao meu lado,

Eu nunca a sentia junto a mim, mesmo no abraço mais apertado,

Eu sempre a senti se esquivar, ao menos um pouco,

 

Demorei para acreditar nisso, preferi duvidar de mim mesmo,

Mas agora tudo estava transparente e nitidamente pálido,

Feito um fantasma fazendo dos meus sonhos meros pesadelos,

Entre gritos desmedidos, ela abusou de mim, brincou com meus medos,

Ainda sujou meu nome em conversas vazias, contaram os amigos,

Eu a perdoei, conversei com ela, dei credito ao nosso diálogo,

 

Agora, ela havia feito as malas, com um taxi a esperar ao lado,

Nem mesmo me permitiu saber do seu paradeiro,

Para que a conduzisse até o endereço requerido,

Se nunca havia me amado, tudo bem, não pretendo abusar disso,

Mas esconder-se de mim, espalhar boatos aos vizinhos,

Eu a cedi um espaço em minha casa, eu cavei um vazio no meu peito,

 

Onde a guardei com todo o amor e agora a arrancaria de todo jeito,

Ela ousou, com aqueles olhos chorosos, - álibi dos seus desejos- ,

Abusar da confiança com a qual resguardei-a em meu abraço,

Fiz tudo que podia, tudo que estava no meu alcance, é claro,

Posso ter cometido algum erro, mas nunca cheguei a ser agressivo,

Ela, tantas e tantas vezes, brigou de unha, socos e mais um pouco,

 

Eu me sentia feito um louco, incapaz de reprimir, frustrado,

É difícil reagir quando se está demasiado estressado,

Eu preferia fugir de tudo aquilo, me trancar no escritório,

Nunca fui capaz de ousar feri-la, nunca fiz mais que acariciar seu rosto,

Uma louca a definiam, mas eu me neguei a acreditar nisso,

A amava, queria cuida-la, protege-la, cumprir com meu dever de marido,

 

Fazer tudo isso, dar tudo de si e chegar ao fim sem ser correspondido?

Me sinto deprimido, caído no vazio de um chão frio,

Talvez, eu não devesse ter me apaixonado tanto,

Quem sabe, nunca deveria ter amado desse jeito desmedido,

Me traiu como homem, não cumpriu com nosso juramento,

Agora, simplesmente, fecha a porta e vai, me trai como marido,

 

Eu gostaria de chorar, me sinto fraco, braços caídos,

Imóveis ao lado do meu próprio corpo, sem forças, padeço,

Como fui cair nessa armadilha de amor, que não mereço?

Me embriaguei em seus beijos até perder-me em seu corpo,

Hoje já nem sei quem sou eu e como eram meus passos,

Andar sozinho pela rua, sabendo de todos os comentários,

 

Ah doce amor, como pudesse ser assim tão traiçoeiro,

Por ti morreria envenenado e de ti hoje estou sobrecarregado,

Tirasse você inteira de mim, sobraria pouco para ser mantido,

Nunca fui o bastante para nós dois, reclamava do meu trabalho,

Que não conseguia sustentar a casa, os desejos, pois ganhava pouco,

Depois reclamou que eu vivia a trabalhar o tempo inteiro,

 

Nunca senti que estivesse satisfeita, nunca, nem um pouco,

Que desconsolo, dar amor e receber como retribuição o desgosto,

Hoje não sei seu telefone, que lugares frequenta ou seu endereço,

E por que teria que saber, não abriria a porta nem mesmo em seu retorno,

Ela jogou tudo fora, não sou capaz de aceitar arrependimento,

Basta o que eu sinto a me ferir com mão espalmada, dilacerar cada pensamento,

 

“Sonhei com nós”, ela mentia, me perdoarei por ter acreditado,

Mas não me perdoaria se aceitasse suas desculpas, como é costumeiro,

Ela vai embora, bate com toda a força a porta, me fere por dentro,

Me sinto trêmulo, vejo estremecer meus sonhos até vê-los espalhados,

Caídos ao solo seco, quebrados em mil pedaços, sem concerto,

Ela vai embora, depois volta com desculpas esfarrapas e eu, fui o tolo...

Meu Erro

Eu entreguei meus sentimentos através de uma promessa,

Nunca deixaria de honrar com a minha palavra,

Disse a ela, que entristecida, se recusava a me ouvir,

Permanecia calada, inerte, parecia que nem estava ali,

Estivesse onde estivesse, apenas desejei naquele instante,

Que não fosse longe demais ficando fora do meu alcance,

 

Eu sou austero, às vezes, impiedoso, me excedo nas palavras,

Mas em gestos, excesso algum, ela sabe que nunca houve,

Como farei para que me ouça se tudo que digo não a comove,

Será que pode ter me esquecido, nunca fui de perdoar erros,

Por isso, sempre fiz todo o possível para evita-los,

Então, por que ela fica tão arredia, será que cansou de nós?

 

Eu a amo, a desejo com toda a alma, na mesma intensidade de outrora,

Como reagiria se tivesse ela, abandonado nosso amor ao acaso,

Ou talvez, nem gosto de cogitar a ideia, ela, tenha me esquecido?

Esquecido, abandonado dentro da própria casa, por quem mais ama?

Como reagir a esta situação, como iniciar uma conversa dessas?

Terei que pensar, não posso deixar tudo perder-se feito os móveis pela casa,

 

A cada hora em um lugar diferente, como se ela se sentisse insatisfeita?

Me recuso a acreditar que possa perde-la, depois de tudo que vivemos,

Nunca ousei cogitar esta possibilidade, por teme-la em demasia,

Mas na noite passada, quando ela se pegou a chorar sem dizer nada,

Não procurou meu abraço, não disse o boa noite ao deitarmos na cama,

Eu a abracei mesmo assim, dormi entre seus cabelos macios,

 

Não consigo nem imaginar a ideia de perde-la, a amo e muito,

Nunca quis outra, nem iria querer, ela é tudo para mim, a amo, apenas isso,

Nunca fui tão bom com as palavras, no que se refere ao amor,

Sinto tamanha dificuldade em me expressar, mas me esforço,

Faço o possível e farei ainda melhor, não aceitarei um adeus tácito,

Ver morrer o amor que apenas imaginei viver em meus sonhos,

 

Nunca escondi de ninguém o amor que sentimos um pelo outro,

Nunca cogitei haver insegurança entre nós dois,

Mas posso ter errado, vou tomar uma atitude diferente,

Deus me livre de ver aquela porta fechar-se,

E eu nunca mais ter notícias dela, não sei o que faria,

 

Mas temo que ela não me aprovaria, bem sabe,

Que sem ela eu não sei viver, mas espero que sem mim ainda viva,

Lágrimas molham minha face, lembro de termos dito um ao outro,

Que não, nunca sobreviveríamos sozinhos,

Não posso fazer nenhuma besteira, é difícil admitir um erro,

Mas é inadmissível perde-la, ainda podemos ter nossos filhos,

 

Temos tantos sonhos juntos, não é possível que ela tenha esquecido,

E ainda se recuse a me dizer o porquê, sei que quando está nervosa,

Ela prefere pensar um pouco, mas seu silêncio afronta meus medos,

Não a deixei dormir tanto, a cada passo a acordava,

Senti medo que ela abandonasse a vida e me deixasse sozinho,

Não posso chamar o que vivi de noite, mas sim de pesadelo,

 

Muito pior do que aqueles em que sombras puxam seus pés,

Senti que abriam minhas mãos e a tiravam de mim, pelo vão dos dedos,

Lembro de me enroscar forte em seus cabelos, abraça-la, sem receio,

Trouxe comigo alguns fios que encontrei presos na escova,

Comprarei um medalhão, os guardarei lá dentro, tenho nossa foto na carteira,

Buscarei um em formato de mundo, para representar nosso amor,

 

Que do instante em que nos conhecemos, se tornou tudo,

Fez de segundos a hora mais importante em minha vida,

Comprarei também um para ela, logo será seu aniversário,

Ela vai acreditar que estarei presenteando-a adiantado,

Espero que se sinta feliz, precisamos muito conversar,

Pedirei a ela para juntar nossos fios de cabelo em um laço,

 

Como se fossem meus braços a abraça-la pela noite toda,

Eu gosto de ser um romântico a moda antiga,

Ela me aprovou dessa forma, sempre me admirou por isso,

Não me importaria com nada mais além de reconquista-la,

Mil vezes mais se fosse preciso, tudo bem ela estar nervosa,

É só um momento difícil, tenho certeza de que irá passar,

 

Que coisa horrível, sentir-se um intruso dentro da nossa própria casa,

Ver-se questionado por sua forma de amar,

Ver tudo que fez esvair-se comparado ao nada,

Pior que tudo isso seria ver nosso amor se acabando e não fazer algo,

Me questiono, se a sua maneira ela também esteja gritando por socorro,

Sei que com um pouco de diálogo, nos entenderemos,

 

Ainda vejo brilhar nos olhos dela a fagulha do amor,

Aquele que nos uniu e nos manterá juntos, para sempre, eu espero,

A amo, gostaria de saber qual foi o meu erro,

Pedir perdão, me redimir do que for preciso,

Fosse pouco o nosso amor não a guardaria comigo,

Me permito o silêncio, também preciso refletir sobre o assunto,

 

Quisera eu, que meus pensamentos aceitassem este desafio,

Inquietos, desejosos, só querem vê-la comigo, descarto a distância,

Em quilometragem, em sentimentos ou qualquer outra...

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...