São dignas de uma pessoa que pensa muito pouco,
Ou que sinceramente, foi capaz de beijar sem sentimento,
Virar as costas e ir embora, fechar a porta com um estalo,
Como se gritasse aos quatro cantos, brigamos, acabou tudo,
Foi insuficiente o que nos levou a ficar juntos,
Todas as juras que ele me fez, todas as provas de amor,
Jogadas no lixo, como a caixinha de cartas que foi ao lixo,
Uma vida resumida em poucos gritos,
Alguns espasmos entre soluços de um choro contido,
O fim chegou, acabou tudo, não lamente, não erramos,
Simplesmente não deu certo, foi pouco tempo vivido,
Semanas ou meses distantes e já teremos esquecido,
Com certeza, talvez possa haver algo em nós de sofrimento,
Mas lhe juro, se a saudade vier, não perdurara por um ano,
Nunca houve amor entre nós, tudo que juramos um para o
outro,
Você sabe, nunca passou de mentira, sim mentimos,
Não se sinta frustrado, nunca passou disso, um sonho falso,
Um sorriso incontido, um desejo de cruzar nossos destinos,
Passos em falsos rumo ao inseguro, não duraria mais que
isso,
Foi bom, acabou, tudo certo, para quê viver de lamentos?
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Eu apenas concordava, por mais que pudesse parecer louco,
Eu a amei com toda a alma, me dediquei a ela, ao menos um
pouco,
Ela simplesmente, briga, junta as roupas se despede sem um
beijo,
Grita para que todos possam ouvir nossos segredos,
Me dilacera a alma, abusa de tudo, até por eu ter acreditado,
Me joga na cara meias palavras, frases avessas aos ouvidos,
Por Deus fosse para sofrer dessa forma, nunca antes tivesse
amado,
Tivesse cruzado outro caminho, usado outra roupa, nunca
tivesse sorrido,
Agora ela ria de mim, eu que a amei com o sentimento mais
humano,
Talvez tenha chegado a me trair, que me importaria ter
estado com outro,
Se entre quatro paredes, nunca foi suficiente estar conosco,
Estar presente no mesmo ambiente em que estávamos,
Ficar tranquila, sonhar um sonho a dois, ao meu lado,
Eu nunca a sentia junto a mim, mesmo no abraço mais
apertado,
Eu sempre a senti se esquivar, ao menos um pouco,
Demorei para acreditar nisso, preferi duvidar de mim mesmo,
Mas agora tudo estava transparente e nitidamente pálido,
Feito um fantasma fazendo dos meus sonhos meros pesadelos,
Entre gritos desmedidos, ela abusou de mim, brincou com meus
medos,
Ainda sujou meu nome em conversas vazias, contaram os
amigos,
Eu a perdoei, conversei com ela, dei credito ao nosso
diálogo,
Agora, ela havia feito as malas, com um taxi a esperar ao
lado,
Nem mesmo me permitiu saber do seu paradeiro,
Para que a conduzisse até o endereço requerido,
Se nunca havia me amado, tudo bem, não pretendo abusar
disso,
Mas esconder-se de mim, espalhar boatos aos vizinhos,
Eu a cedi um espaço em minha casa, eu cavei um vazio no meu
peito,
Onde a guardei com todo o amor e agora a arrancaria de todo
jeito,
Ela ousou, com aqueles olhos chorosos, - álibi dos seus
desejos- ,
Abusar da confiança com a qual resguardei-a em meu abraço,
Fiz tudo que podia, tudo que estava no meu alcance, é claro,
Posso ter cometido algum erro, mas nunca cheguei a ser
agressivo,
Ela, tantas e tantas vezes, brigou de unha, socos e mais um
pouco,
Eu me sentia feito um louco, incapaz de reprimir, frustrado,
É difícil reagir quando se está demasiado estressado,
Eu preferia fugir de tudo aquilo, me trancar no escritório,
Nunca fui capaz de ousar feri-la, nunca fiz mais que
acariciar seu rosto,
Uma louca a definiam, mas eu me neguei a acreditar nisso,
A amava, queria cuida-la, protege-la, cumprir com meu dever
de marido,
Fazer tudo isso, dar tudo de si e chegar ao fim sem ser
correspondido?
Me sinto deprimido, caído no vazio de um chão frio,
Talvez, eu não devesse ter me apaixonado tanto,
Quem sabe, nunca deveria ter amado desse jeito desmedido,
Me traiu como homem, não cumpriu com nosso juramento,
Agora, simplesmente, fecha a porta e vai, me trai como
marido,
Eu gostaria de chorar, me sinto fraco, braços caídos,
Imóveis ao lado do meu próprio corpo, sem forças, padeço,
Como fui cair nessa armadilha de amor, que não mereço?
Me embriaguei em seus beijos até perder-me em seu corpo,
Hoje já nem sei quem sou eu e como eram meus passos,
Andar sozinho pela rua, sabendo de todos os comentários,
Ah doce amor, como pudesse ser assim tão traiçoeiro,
Por ti morreria envenenado e de ti hoje estou
sobrecarregado,
Tirasse você inteira de mim, sobraria pouco para ser
mantido,
Nunca fui o bastante para nós dois, reclamava do meu
trabalho,
Que não conseguia sustentar a casa, os desejos, pois ganhava
pouco,
Depois reclamou que eu vivia a trabalhar o tempo inteiro,
Nunca senti que estivesse satisfeita, nunca, nem um pouco,
Que desconsolo, dar amor e receber como retribuição o
desgosto,
Hoje não sei seu telefone, que lugares frequenta ou seu
endereço,
E por que teria que saber, não abriria a porta nem mesmo em
seu retorno,
Ela jogou tudo fora, não sou capaz de aceitar
arrependimento,
Basta o que eu sinto a me ferir com mão espalmada, dilacerar
cada pensamento,
“Sonhei com nós”, ela mentia, me perdoarei por ter
acreditado,
Mas não me perdoaria se aceitasse suas desculpas, como é
costumeiro,
Ela vai embora, bate com toda a força a porta, me fere por
dentro,
Me sinto trêmulo, vejo estremecer meus sonhos até vê-los
espalhados,
Caídos ao solo seco, quebrados em mil pedaços, sem concerto,
Ela vai embora, depois volta com desculpas esfarrapas e eu, fui
o tolo...
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