sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Se vira, meu amor e me perdoa!

Os sonhos que eu tinha estão distantes,

Deitei no sofá e chorei, não como antes,

Feito uma pessoa sozinha que não sabe o que fazer,

Aquela que não tem as respostas nem perguntas,


Aquela que chora apenas porque sente,

A lua estava serena brilhava no horizonte,

Um pouco distante de onde eu podia vê-la,

Um espaço de escuridão me abraçou,


Os contornos da minha vida não eram claros,

Meus ideais estavam encobertos por algo,

Uma névoa de dor e medo, eu sofria e muito,

Nem um abraço que me fizesse parar,


Nem uma palavra de consolo naquela hora,

Há instantes em que cada um se fecha em seu mundo

E sofre sua dor sem olhar para o lado,

Eu solucei e sem gritar muito alto ousei olhar,


Queria te-lo visto comigo mas não vi nada,

Queria ao menos poder dar um abraço,

Não sei se poderia, me sentia fraca e frágil,

Mas teria usado toda a minha força para abraçar,


Então, esquecendo a dor que me consumia,

O disse: eu te amo, você vai embora?

Sem resposta eu indaguei outra vez,

Eu te amo você vai embora? O silêncio doía,


Soava feito uma faca em meu peito,

Ele me disse: meu amor, agora eu sinto medo...

A voz calou em minha garganta o que eu poderia dizer?

Que não sentia? Que seria forte o bastante por nós?


Que tudo isso que estávamos vivendo

Me fazia voltar a lapsos de um passado ferido,

Que ficava a espreita com as garras afiadas,

Pronto, apenas pronto...


Apenas queria poder acariciar seus cabelos e sussurrar: pronto,

Não o pronto de quem volta atrás e traz a dor de volta,

Não o pronto que vem dentro da bagagem,

Devia eu me despir de tudo e voltar nua para cá?


Como poderia? Como despir-me de tudo que vivi e senti?

Não possuo um botão formatar,

Sou humana e sinto, então lhe disse: amor, preciso ser amada,

Ele disse: meu amor, me perdoa, senti medo...


Mas antes um pouco do choro, antes da dor,

Eu fui capaz de fazer o que não teria feito,

Fiz por nós dois, por tudo que vivemos e acreditamos,

Há um espasmo de medo meu e o silêncio dele,


Uma aranha veio ao nosso encontro e não resistiu,

Enfrentei todo o pavor e dei a ela um fim,

Me pareceu inverso, eu tomava a atitude e ele calava,

Então, chorei e sofri, não entendi tudo isso,


Sempre sonhei em amar a ponto de salvar e proteger,

Mas quando a oportunidade surgiu eu falhei após,

Esmoreci no chão, coloquei os braços sobre o joelho e chorei,

O pavor me fazia vê-la percorrendo o meu corpo,


Meu amor sentiu medo, eu não entendi na hora,

Tive que tomar uma atitude que não era minha,

Não estava preparada, nem ele para o que vinha,

-Peço a ti perdão meu amor, estarei sempre aqui agora!


Eu não distinguia o medo da realidade a minha volta,

Disse o que não pensava, você ouviu o que não merecia...

Mas, querido amor, tão doce sempre, se vira e me perdoa...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Mãos Entrelaçadas


Parecia que as estrelas não se moviam,

Não importava o quanto desejasse,

Lá ficavam estagnadas e inertes,

Até que ela pegou sua mão e apertou,


Caminhou segura ao seu lado,

E as estrelas antes estagnadas agora andavam,

Corriam de encontro a eles,

Como se dissessem queridos: não há tempo!


Mas ao invés de chorar ou sofrer, pararam!

Olharam um para o outro no fundo dos olhos,

As estrelas emudeceram-se mas ouviram

A promessa que os lábios dela disseram:


-Querido amor, não tivesse o tempo, o conseguiria,

Tudo para estar aqui com você agora,

Sentir seus dedos entre os meus,

Seguir ao seu lado como estamos nesta hora,


Tenho aqui em meu peito a pulsar dois pedidos,

Não querido, por favor, cale-se apenas agora,

Pôs-se na ponta dos pés e beijou sua boca,

Abaixou-se no mesmo segundo,


Apenas um cale-se sobre seus lábios macios,

Um pedido silencioso para que fosse ouvida,

-Fica aqui comigo por esta noite inteira?

Meu amor, aceita namorar comigo?


O sim que ele murmurou a fez soltar sua mão,

Antes de ver-se erguida em seus braços,

Feliz e segura abraçada erguida lá no alto,

Abraçou seus ombros, tocou sua nuca,


As estrelas estagnadas agora viam-se embasbacadas,

Nem sussurrar ousavam fazer uma com a outra,

Apenas olhavam para aquele casal que se amava,

Tivesse que alguma delas desprender-se do firmamento: faria,


Se delas dependesse a felicidade do casal que se via,

Mas ao invés disso, a moça forçou-se até a boca dele,

Apossou-se dos seus lábios num beijo profundo,

Abraçaram-se um ao outro com paixão e avidez,


A lua, lá do longe, ergueu-se no horizonte e parecia sorrir,

Concordava com aquele amor que surgia entre eles,

Iluminava a estrada que antes parecia escurecida,

Uma mão se fechou sobre a outra, apertava-a,


Naquele beijo dois destinos foram selados,

Na promessa feita mais de 3 mil Eu te amos foram desenhados,

Numa noite apenas duas mãos se entrelaçaram,

Agora andam juntas!


 

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Nosso Encontro


Mesmo para quem observa de longe,

O amor é grande,

Pois esteja entre a multidão, resplandece,

Estando sozinho, não desaparece,


Chego a observar as estrelas cair do céu,

De mãos juntas com um pedido a Deus,

-Querido, amor, seja meu,

Seu olhar brilhante foi guia meu,


Mesmo sem conhece-lo,

Acredite amor no que falo,

O procurava; ter outro alguém não bastava,

Desenhei os traços seus,


Desde os mais singelos até os elaborados,

Veja-se em minha fala,

Sinta-se em meus atos,

Querido amor não haveria outro,


Tivesse de antemão a certeza de que o veria,

De que, da forma como estava em meus sonhos,

Estaria, algum dia em meu destino!

Em noite de lua o procurava,


Em noite fria seu olhar me surgia,

Diria você meu amor: querida meus olhos são escuros,

Se a noite era de lua como me veria?

Ora, querido amor, em noite escura mergulhei noite e dia,


De forma clara e serena o responderia,

Seja a noite escura ou branda um sonho me surgia,

A passos mansos, ora apressados,

Eu partia, sempre em busca de algo,


Não porque o que tinha não bastava,

Mas porque, em meu peito outro me surgia!

Veja amor, se contemple em meus versos,

Procure por entre as falas dos meus amigos,


Quando qualquer deles lhes diz algo,

Que nome lhe vem ao pensamento?

Ora querido amor, não sejas tolo,

Seu rosto é desenhado até por desconhecidos!


Me sentisse perdida ou até vazia,

De ti nunca esqueci um único dia!

Então, diga-me querido amor,

Estando agora juntos não foi porque parti ao seu encontro?

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Um Suspirar

 

 

O sorriso dela curvou-se um pouco,

Um grito ecoou no silêncio da casa fria,

Sem quem ouvisse ou desse resposta,

Morreu ali mesmo, caído ao chão esvaído,


Fosse de lágrimas não seria mais que suspiro,

Mero aspirar de algo que não deu certo,

Não passou de um desejo de ser ouvido,

Dentro da sua boca palavras borbulhavam,


Brincavam da língua ao céu dela,

Sem dizer palavra alguma,

Quando uma frase sai a esmo sem ser ouvida,

Demora para ser refeita e compreendida,


A boca que fala não tarda a calar,

E quando a pedem: boca fala,

Silencia ela por preferir dizer nada,

Ouvir é trabalhoso dizem eles,


Melhor é falar sem ter nada a dizer,

O compreender está um passo à frente,

Da moça que quis ser ouvida um pouco distante,

O que a moça fala não passa de um gemido,


Um grunhido incontido de uma alma sedenta,

Que cansada de estar sozinha,

Anseia por companhia,

Fecha os olhos e recorda lembrança antiga,


Tempo em que tinha alguém ao seu lado,

Rememora uma memória inventada,

Lugar onde tudo parece estar perfeito,

Mas que não passa de invenção sua,


Então, cada passo que dá é um passo para trás,

Um viver de imaginar que um dia foi melhor,

Sem aproveitar o que passou ou o tempo que está,

Viver se torna um martírio,


Embebido por um buscar em encruzilhada,

Sem saber em qual caminho cruzar,

Não passa de um tentar expressar-se,

Um grito que ecoa distante,


Não há nada mais que um suspiro da alma oprimida,

Suspirar da moça que se ouvida se dá por satisfeita!


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Beijo Louco

 


O gemido soou ao ouvido claro e forte,

Com um quê de descontrole quase gutural,

Ela suspirou acordada e tocou sua face,

Havia uma paixão incontrolada no beijo que iniciava,


O gemido ecoou dentro dela no estalar dos beijos,

Era como se o desejo irrompesse da alma,

E tomasse proporção desconhecida e homogênea,

Um minuto em seus braços e tudo mudou a posição,


Agora ela não apenas sentia mas também dava prazer,

Uma lágrima de felicidade molhou seu olhar,

O prazer tomava a garganta e não conseguia parar,

Carinhos percorriam o corpo incontidos,


Ele dava tudo de si e a ganhava por inteira,

Um arfar desabafava o amor que guardavam,

A procura encontrava um lugar para ficar,

Quando, de repente seus braços fortes a enlaçaram,


Via-se abrigada entre os seus dedos,

A descansar o amor que derramou-se em carícias,

A algumas horas, talvez, uma doce surpresa se fez,

Com direito a flores, jantar e velas acesas,


Havia um sentimento correspondido,

Que precisava ser falado e vivido por inteiro,

Um botão de rosa acariciou o corpo dele,

Lábios desejosos de carinho o percorriam,


Não havia mais segredos entre os dois,

Apenas a procura por amor e o encontrar,

Duas bocas se buscavam sôfregas e atentas,

Numa troca de amor entre juras sedentas,


Sedentas de amor, de encontrar abrigo,

Agora, então, dois braços rodeavam sua cintura,

Ela os abraçava e prendia-se a eles, sem querer soltar,

Um único rosto no pensamento,


Um único dono dos seus carinhos e desejos,

Um nome que rodeava os seus lábios,

Enquanto sussurrava ao seu ouvido:

-Amor, Eu Te Amo. Quero você feito um louco!


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Seu Nome


Ainda que o meu olhar falasse,

Depois de ter repousado sobre a sua face,

Antes mesmo de minha fala dizer que eu te amo,

De um jeito que o faça entender o que sinto,


Até mesmo assim, não me exprimiria tanto,

Deixando a entender o quanto o quero e admiro,

Ao tempo em que me aproximei e pedi um beijo,

Da mesma forma que o faria a mais apaixonada,


Avistei que não estávamos do lado oposto,

Do jeito que eu sentia, você também parecia sentir,

As coisas que eu não dizia, você entendia em silêncio,

De forma que eu nada dissesse ou fizesse pouco,


Assumo para mim que te amo desde o primeiro momento,

Disseste para mim que me amaste e não a pouco tempo,

Ainda que eu fosses para ti nada mais que uma estranha,

Dizes que não, nega a distância que poderia existir,


Assim é que aproxima o seu coração da minha alma,

Da mesma maneira que vejo acontecer dentro de ti,

Antes que eu queira controlar as palavras em minha boca,

Dentro dela, a percorrer minha língua seu nome ganha forma,


Assim é que me vejo sussurrar à ouvidos atentos,

Dizem, deste amor não há ninguém que negue a veracidade,

Assim, me vejo pronunciar como se clama a um Santo,

Destes em que se ajoelha e pede mais que a benção,


Assumo o desejo de um sonho, o de ser outra vez beijada,

Dissonante a tudo que entendo o chamo com voz alta,

Aissam Dior, digo nas entrelinhas antes ainda de ser falado,

Diante do quanto o amo, não falo o bastante mas sou entendida:


- Ama? - Sim, o amo como se não houvesse um outro dia,

Intento ficar com você até o último respirar,

Sendo porque me ama e porque não haverá de existir outro,

Sedento pelos mesmos sonhos, condizente com o que sinto,

Ainda que não o fosse, não hei ou haveria de amar menos,

Mesmo que o néctar da sua boca fosse de outro gosto,


Diante do que sinto, eu não iria notar diferença,

Isso que digo no juntar das palavras é uma promessa,

O amo com todo o sentimento que não imaginei sentir,

Resta ao meu passado o nada perto do que tenho com você aqui.

domingo, 21 de novembro de 2021

Oh, Paixão

 


A transição do azul dos seus olhos para o escuro,

Não passou despercebida,

Um lampejo de inseguro e tudo se transforma,

Ele viu que eu titubeava a sua frente,


Insegura quanto ao que dizia para ele,

Não pensei que meus sentimentos

Tomariam a direção que tomaram,

Não que em algum momento entrei em erro,


Muito menos posso dizer que duvidei do que sentia,

Mas confesso que a paixão ascendeu suas fagulhas,

Tornando-se intensa, digo até violenta,

Me cobrava situações que eu desconhecia,


Queriam respostas a perguntas que eu não tinha feito,

Formulava suas próprias teorias,

E batia o pé alegando que acreditava nelas,

Se tencionava me deixar insegura não conseguiu,


Mas, me deixava sem saber que atitude deveria tomar,

Se a paixão tem como se apagar a minha não tinha,

Se ascendia feito chama que corre sobre a palha,

Nada apaga, resta sempre uma fagulha,


Como se estivesse a percorrer sobre a pólvora,

Assim eu sou sob o efeito dos carinhos dele sobre a minha pele ávida,

Conforme ele se aproxima,

Percebo que faz de mim uma fogueira - a sua fogueira-,


Onde ele se entrega, se deixa queimar a me devorar,

Mas, oh paixão, tão intensa quanto traiçoeira,

Queria cobrar por dúvidas que alegava que sentia,

Sabia ela que não tinha motivos ou argumentos válidos,

Quando a indaguei se ela vivia de sofrimento,


Ela se atentou ao choro do homem que tanto amo,

E duvidou, então, de si mesma dizendo:

Por Deus, quando foi que me tornei fria dessa forma,

A ponto de ficar indiferente a um alguém que sente tanto?


Algumas lágrimas percorreram meu rosto devoto,

Até alcançar minhas mãos unidas em prece,

Um pranto sentido percorreu minha pele,

Mas não conseguiu diminuir a chama da paixão em mim,


Apenas apagou a dúvida sem razão de existir,

A paixão que instaurou a discórdia não resistiu e a desfez,

Tão forte é o que sinto que não duvidei de nós única vez.


A Cobra Rosa

Houve invasão na chácara, De repente, Todos os bichinhos Correram assustados. Masharey subiu na pedra Mais alta, Que há a...