quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Penso em Você

Não se trata de ser dois,
Individualismo,
Cada um resolve seu lado.
Certo.
Estamos juntos
Tenho medo do que sinto.
Te jogo meu coração.
Desta maneira,
A luz entra,
E ele foge a mil pra você.
Segura.
Diante da verdade,
Nem sempre sei o que fazer.
Certo,
Me entregou por fora,
Demonstro na expressão,
O que sinto no coração,
Aceita.
Entenda.
Você está agora sozinho?
E eu aqui compartilhando.
Lhe digo:
Pega, cuida.
Faz como você me fez acreditar.
Não se trata de culpar,
Exigir ou declarar.
Mas me cuida.
Desculpa, se não sei ser terna.
Bem, eu fico bem de terno,
Porte ereto e rosto sóbrio.
Se preferir,
Confia em mim.
E conta,
Conta tudo.
E me entenda.
Eu posso cumprir suas promessas.
Afinal, você disse.
O amor é indivisível.
É a união,
Então, por quê eu apenas cobraria?
Querido,
Eu sei me entregar.
Paixão.
Me dou bem com zíperes,
Posso iniciar tirando a calça,
E nisto você fala,
Fala, fala, sem parar.
Com isso eu me calo.
Escuto enquanto tiro a calcinha.
Tenha em mim
Tudo que tenho em você,
Uno e indivisível.
Mas, cale-se quanto aos meus pensamentos,
Eles são loucos,
E não se equivalem ao seu pênis.
Vamos pensar sobre você,
E resolver o que se deve?
Tira a sua roupa e corre,
Pega o carro e dirige,
Vamos nos achar no meio do caminho,
Ao telefone,
Em ambiente público,
Feito dois loucos e febris,
Você de cueca e eu nua,
Paramos o carro e o mais rápido
Pula fora,
Abre a porta e embarca.
Embarca num sexo legal.
Sem cobranças,
Exigências,
Esquece pensamentos,
Frases erradas,
Só meter para dentro,
Ir o mais fundo que der,
Foder, cara, foder.
Deixamos o alerta do carro ligado,
Ninguém incomoda,
Não vem com cobranças,
Amor sob medidas.
Depois, cada um liga seu carro
E segue a rua,
Direciona-se,
Não cairia bem o abandono,
A coisa toda da apreensão,
E ter de ir buscar um carro abandonado,
Ou sim?
Vamos ver como é que fica?
Dirigir de mais dadas,
Você no seu e eu no meu?
Marcar encontro
Após o sexo?
Chegar no esgotamento
E desejar mais um pouco...

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Lindo Menininho

Chamo a ele: oh, amiguinho.
Ele é meu namoradinho.
Me liga na tardinha,
Eu mando mensagem na manhãzinha.
Pergunta se estou bem,
Eu digo: te amo, é meu neném.
Ele é um cara fofinho,
Bem lindinho,
Cuidadinho,
Eu digo: oh, garoto da mamãe,
Ele fala: seu também.
Meu menininho.
Garoto mimadinho.
Ganha tudo que quer.
Me quer para sempre!
Amo a ele e amo muito.
Meu menininho.
Querido amiguinho.
Te amo no coraçãozinho.
Te amo no abracinho.
E nesta saudade
Que diz: meu bem!
Com aquele lindo sorriso,
De quando ele me atende
E eu penso:
Agora, como agrado este meu bem.
Meu garoto.
Lindo neném.
Amo e amo.
Ele me quer bem.
Sinto saudade.
E ele, também.
É grandinho menininho.
Tem aquele apertado abracinho.
Eu penso quero ele perto.
Ele diz que quer morar ao lado.
Lindo menino
Bem cuidado.
Da mamãe
E meu também.
Garoto de sorriso pronto.
Por quê a distância não convém?
E o trás para tão perto,
Que o faça ficar aqui comigo
Muitos dias.
Mais que semanas,
Por meses
E uma vida.
Oh menino moreninho.
Que delícia meu bronzeadinho,
Digo: é a cor do meu menininho.
Deslizo os olhos por meu bracinho
E quase grito:
Ele está perto,
Ele está perto!
-aonde?
Comigo, é certo!
Oh lindo menininho.
Amo suas certezas,
Amo você estar comigo.
Oh menininho,
Oh menininho,
Se acha tanto em meu poeminha,
Eu amo o seu augusto,
E estás lindas linhas de seu rosto!

A Calmaria

Se fosse dado a eu,
Pessoa que se apaixonou,
Falar sobre ele,
A conversa se alongaria,
Mas, o que digo aqui,
Não é tudo que penso,
É muito mais os outros.
Quinze minutos sentados
Naquele banco de praça,
As flores caindo nos cabelos,
Os cheiros aguçando os sentidos,
E ele passou seu braço
Por minha nuca
E segurou-se em meu ombro.
Naquele imenso espaço
Havia um balanço,
Ele sentou-se nele,
E me segurou em seu colo,
Ficamos nos embalando,
Não falávamos nada
Que fizesse sentido dizer,
Flores caiam sobre nós,
A grama alvorecia.
Misturar-se aos pensamentos dos apaixonados,
Nunca me foi fácil,
E não tentamos fazer isso,
Comemos uma comida de calçada,
E andamos de mãos dadas.
Tudo isso, em nosso primeiro dia.
Enfim, o beijo.
Tão antigo quanto o sol que brilha,
O beijo veio,
E com ele a vontade de amar,
Talvez, o amor nos tenha unidos,
O importante era ficarmos perto,
Desprovidos de qualquer interesse,
Que não fosse o contato,
O olhar,
A busca.
Inspiração nova para poemas,
Assunto desconhecido,
A multidão passava,
Naquele dia haveria fogueira na praça,
Era junho,
De inverno e comes e bebes,
O aviso foi dado muito antes,
Nós não ouvimos,
Mas vimos o fogo ser aceso,
E as labaredas ganharem o ar,
O escuro e as alturas.
O louvor de uma canção de amor
Soava longe,
-Ah, o amor!
Ele nos toca única vez,
E fica.
Inicia de imediato,
Satisfaz a todos.
E eu me encarrego de me acalmar
Em seu colo, calor, afago e abraço,
Acalmou todo o ódio,
Sofrimento e ferimentos.
Acalmou a dor.
Quem me acalma é este que amo.
O amor respira.
-Viva. Viva.
Grita o sentimento.
Me jogou ao seu colo,
Nos embalamos no balanço
E ficamos.
A fogueira apaga.
As pessoas vão.
O escuro chega.
O dia segue.
E eu fico calma.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Saudade

- É a reclusa;
É, parece ser uma mulher.
Diziam os que passavam
Por aquela moradia
Espécie de túmulo ou cova,
Lugar de dormir e esperar,
As vezes suplicando outras rezando.

O tempo levou seu nome,
Rosto e vestes,
Vendo-a ali, presa no esquecimento,
Sempre a esperar,
Por aquele que foi
Mas prometeu voltar.

Sem lamentação,
Apenas espera.
E uma jura de amor.
Havia ali uma espécie de cela,
Cena horrível,
Espera-se e espera-se
Por aquele que não chega.

Os que amam hão de apiedar-se.
Os que sofrem horrorizar-se.
Pobre moça sonhadora,
Já contada entre os mortos,
Um nome escrito no caderno da igreja,
A esperar por seu querido
E o casamento.

Página envelhecida e amarelada,
A apagar-se.
Há temor até nesta verdade.
Murmúrios lamentam pela cidade.
Mas ela, nada teme.
Ama e espera.
Jura que aquele que ama.
Se aproxima.

Um sopro de verdade,
Uma voz de oração em pedra,
Única e inquebrável.
Uma lamparina
Que não se apaga.
Sombra que chega perto,
Mas não pode toca-la.
Aliás, nada pode.
Não depois de ela se entregar a saudade.

Uma alma presa a uma promessa.
Santificado seja o sacrifício.
De vez em quando,
Alguém se arrisca a passar perto,
Não é recebido
E mal consegue vê-la,
Diz ela que está guardada,
E que aquele que ama se aproxima.

Ninguém desacredita,
Muito menos dá importância.
Objeto de espanto.
Escárnio e assombros.
Enterrada viva.
Presa num amor que nunca retorna.
Afugentada numa caixa de pedra,
Presa a ideia fixa.

A saudade.
Saudade.
Saudade.
Quem em você não se comove?!
Mas esperar?
Quem é que amaria com tal esmero?
Chama-se a isto atrevimento,
Ou devoção de uma alma que sofre.

Orelha colada a porta,
Olhar jogado a janela,
Um corpo rolando por uma parede,
Cabelos despenteados,
Roupas desmazeladas,
Uma espécie de invólucro de carne,
Sentimentos e saudades.
Mãos presas as cortinas,
Puxam, cuidam e deprimem.

Quem é este que se permitiu esquecer?
Saudade.
Saudade.
Saudade.
Fez a está alma reclusa
Uma cova,
Jogou-na.
A consumi-la.
A esperança-la.
A fazer lembrar.
A motiva-la.

Mal sabe-se se ela começa a morrer
Ou se achou na saudade
A motivação do viver,
Jogou- se,
Trancafiou-se,
Apodrecem-se as paredes,
Reforçam-se as esperanças.
Inclusa em tudo que sente.
Chega a noite,
Ela fecha as cortinas e dorme,
Chega o dia é a primeira a amanhecer,
Refaz-se de tudo que sente.

Dezembro

Em dezembro,
A noite chega cedo.
As gaivotas já voavam
Pelo curso do rio,
E um peixe teimava em saltitar,
Grande, amarelo e solitário,
Parecia o dono do lugar,
Soltava gotas de água em meu rosto,
Quando eu suspirei sua falta,
E desejei muito sua presença.

Fico feliz pelo sol que segue as gaivotas,
Ou esconde-se delas
Por detrás daquele morro,
Lá embaixo,
Mas anseio por sua chegada,
Seu abraço,
Cheiro,
E presença.

O rio fica obscuro,
E quando retiro meu olhar dele,
Vejo que tudo o mais está emagrecido,
A noite chegou por completo,
E eu ainda estou sozinha,
A espera-lo em margens a meia luz,
Há algo especial nestas águas doces,
Mais que nossas juras,
Talvez, não tão bonito,
Mas estás águas parecem
Nunca ficar sombrias.

Há sempre um ponto de apoio nelas,
Uma certeza estranha de localização,
Um efeito luz que não se apaga.
Sempre foi assim.
Noto mais quando sua falta
Chega intensa e arrebatadora.

Neste deserto de águas
E vidas,
Eu posso esperar por ele,
Por o quanto de tempo
Que a saudade necessite.

Me agacho nestas águas mornas,
Nelas há sempre um convite,
Deposito um beijo na palma da mão,
E permito que o curso destas águas
O levem.
Aguardo.

Aliás,
Pedir que estás águas o busquem
É o que eu mais faço.
Ama-lo é meu refúgio,
A saudade é um guia,
Pois, é como se eu não tivesse
Para onde ir,
Não houvesse nada mais importante,
Ou não saiba outra forma de ser feliz.
Sempre fui assim.

Sempre pedi a água
Tudo que sempre precisei,
A saciedade do corpo,
A fonte para a vida,
E elas o trouxeram,
Por terra e seco,
Mas estás águas sabem
O tanto que eu quis banha-lo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Dia Nublado

Todavia,
Com tantos motivos para alegrias,
Ele acordou de mau humor,
Isto no dia 07 de julho de 2015.
Olhou-se no reflexo do vidro da janela
E desgostou.
Abriu a janela usando as duas mãos,
De peito aberto,
E um tanto jogado no parapeito,
Escorado como se a preguiça
Tivesse total domínio
Sobre seus atos
E os dias que seguiam.
Qual a origem do mau humor?
Dormir pouco,
Preocupar-se muito.
Ele não saberia responder,
Mas sentia ódio,
Ódio das quatro garotas
De vestidos longos
Paradas na rua.
Raiva de seus sorrisos e joguetes,
Ódio do vento que causava alvoroço
Em seus cabelos
E isto parecia impulsionar suas mãos,
Que instantaneamente,
Desciam ao vestido
E o puxavam
Deixando suas pernas e meias malfeitas a mostras .
Porquê o céu estava nublado.
Parecia sempre haver
Uma mulher a tiracolo.
A fivela de sua calça apertava suas saliências,
E pareciam arrancar seus pêlos,
Ele pressentia,
Que o dia simplesmente seguiria.
A entendedora deve compreender
O que transcorreu nesta história,
Ele que nem tinha o telefone,
Menos desejou,
Não ligou,
Não buscou,
Se houve saudade?
Isto seria de indagar a alguma daquelas mulheres.
O que sabe-se?
Houve intenso mau-humor.

06 de Julho

Entretanto,
A história não guarda lembranças
Daquele 06 de julho,
Dia de alegria,
Beijos,
Lágrimas por entre sorrisos
De 2015.
Não havia nada de especial
Na flor da margarida africana
Que desabrochava
Nas cores branca e marrom
Delineado num tom escuro,
O beija-flor que chegou perto
E logo se foi
Não deixou expectativas,
Nada abalava o mormaço
No dia de sol nublado.
O que não importou ao assalto
De mudar a esquina
E deparar-se com seu corpo,
Uma forasteira terra corrido,
Uma louca atiraria,
Mas eu preferi a calma de olha-lo,
Contempla-lo com tempo
E sorrisos.
Não houve uma condução
Até seu carro,
Mas houve o abraço apertado,
O sussurrar de lábios,
E um beijo longo.
Não houve troca de telefone,
Ou novo encontro.
Foi única vez.
Sem sonhos,
Sem trocas de nomes.
Nem um regresso aquele lugar
O traria,
Um belo enforcamento de ideias,
Sonhos e alegrias,
Temido sonho que houve e foi-se,
Fez sua linda entrada,
O esbarrão,
O beijo,
O fulgor da paixão,
Desgosto dos meus lábios,
Que agora,
Final de dezembro,
Decidem falar,
E possuem, então, nova felicidade,
A felicidade daquela que viveu,
E para qual só resta esperar.
Agradar o coração é simples,
Mas não imagina-se o homem ideal,
E de repente,
Ele existe,
Te beija e some,
Encerra sendo igual aos outros,
Teria lhe dado boas-vindas ao círculo
Dos idiotas,
Soubesse o que se seguiria,
Mas, foi bom por si próprio,
Eterna valia.
Tanto não se repete,
Quanto não se esquece.
Suas roupas grossas e quentes,
Sorriso simples,
Conquistador de esquinas,
Cheio de belezas, encantos e farsas.
Enquanto a chuva torrencial
Açoitava a porta de vidro
E buscava invadir o chão seco,
Ele me beijava...
Tempestades chegam e passam,
Mas sempre voltam,
Com tantos meses,
Estou querendo me adequar a ideia
Do nunca mais.

A Plantação de Pêra e Maracujá

Os pais de Pitelmario Fizeram uma linda plantação, Araram o campo, Jogaram adubo, Molharam a terra, Então, plantaram pêras...