quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Te amo

Obrigada, amor
Obrigada por não me deixar sozinha,
Por me perdoar
Os momentos de desconforto
Sobre os quais,
Eu queria apresentar data
Ou período,
Mas você já sabe,
Pode ser a qualquer momento,
Eu desejaria,
Logo após o estrondo,
Que fosse nunca,
Mas você me perdoa tão lindo,
Que sou capaz de me sentir bem,
Mesmo quando disse o que não queria,
E fiz além.
As vezes,
Eu entro em desgoverno,
Sinto dores,
E com elas vem os gritos,
Por vezes,
Eu queria deixar tudo mais bonito,
Uso todo o meu esforço,
E parece que vejo pouco retorno,
Então, olho seu rosto,
E você merecia tanto mais que isso,
Que eu me sinto mal
E penso que faço muito pouco,
Daí vem as frases feias,
O mal comportamento,
Me perdoa.
Eu o amo.
Eu cobro tanto,
E você me desculpa,
E minha dor passa,
E me sinto melhor,
Obrigada,
Você me ama
Eu vejo isso em você,
Como nos tecidos lindos
Que você transforma com tanto empenho
Pra você tudo parece simples,
Pegar algo usual e fazer arte,
Fazer de um emaranhado de fios
Algo único,
Que encanta,
Você faz isso comigo.
Eu te amo.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Te Amo

Querido, Rahat.
Como você soube o que fazer?
Eu confesso que nunca soube,
E nisso,
Agi errado,
Chorei muito,
Sofri por não saber.
Mas Allah me enviou você,
Ele se compadeceu de minha dor,
Ouviu minhas preces,
E o trouxe, meu amor.
Eu te amo.
Eu estava cheia de ideias erradas,
Minhas condições demoravam
A obter respostas,
Havia sempre uma voz no travesseiro
E eu senti medo.
Eu desejei agir certo,
Quis a todo custo te proteger,
Mas a voz não me fez bem.
E não fosse você,
Nada restaria de mim.
Como eu saberia que não estava doente?
Que tudo não era resultado de estressse,
Tempo exagerado de estudos,
Trabalho árduo a valor injusto?
Eu jamais saberia.
Você me protegeu,
Me ensinou a ir adiante,
Se compadeceu.
Me protegeu.
Me apresentou um mundo de cores,
E nas cores a vida,
Além de tudo serem flores,
Com formatos vieram os sabores,
Doces frutos feito seus lábios,
Então, a luz dos vagalumes
E a grama resplandecente,
A lua gosta de brilhar sobre ela,
E eu de ver a lua ao seu lado,
Vieram os patinhos,
E tantos outros bichinhos,
Meu amor obrigada.
Eu te amo baby boy.
Tanto se esclareceu,
Tanto vimos e descobrimos,
Muito mais nos amamos.
Te amo Rahat.

12 Patinhos

Um,
Dois,
Três patinhos.
Quatro,
Cinco,
Seis patinhos lindos.
Nasceram muitos patinhos.
Pequeninos,
De pelinhos fininhos,
Oh, não tem ainda peninhas.
Apenas os bicos grossinhos,
Adoram água fresquinha,
Água limpa no pratinho,
Bebem,
Bebem lindos patinhos.
São de cores diferentes,
Marronzinhos,
Pretinhos,
Amarelinhos,
Oh, como são danadinhos,
Não nascem nenhum branquinho,
Mudam com o tempo
Estes lindos amadinhos.
São sete,
Oito,
Nove e vem outro vindo,
Espera aí queridinho,
Por quê não sai do ovinho?
- Oh mamãe patinha,
Eu estou presinho,
Não tenho forcinha,
Vou ficar aqui mais um tempinho.
- não fica não, meu menininho,
Eu te ajudo com carinho.
Então vem dona mamãe patinha
E com seu bico
Bica bica o ovinho,
Ele se rompe redondinho,
Sai dali o seu último patinho.
São dez patinhos!
Oh, que lindos!
Conta de novo mamãe patinha,
Dez,
Onze,
Doze patinhos peludinhos.
Fofos, redondinhos,
Agachadinhos no chão de terra,
Querer comida,
Mamãe cisca cisca no chão de comida,
Dá aos patinhos quirela
Pronta com abóbora e bananas,
Espera aí mamãe patinha,
Tem mamão na comidinha também,
Linda,
Linda a mamãezinha
Se perdeu na continha,
Se animou na comidinha.
Linda ninhada da patinha Efruziva.
Parabéns linda menina,
É mamãe de ninhada linda.
Anda um patinho,
Anda dois patinhos,
Todos correm seus passinhos,
Falam e falam sem parar,
-Bebe água seus lindinhos,
Tem comida no chãozinho.
Fazem cara de safadinhos,
Se agacham todos juntinhos,
Embaixo da mamãe patinha,
Estão aquecidos,
Estão acolhidos.
Viva a vida dos doze novos patinhos!
Recebem de Rahat 12 abracinhos.
- Viva ao Pitelmario nosso paisinho!

Preso

- Eu preciso de dinheiro,
Do seu dinheiro.
Ela disse em desespero,
Dívidas da casa em atraso.
Iriam penhorar e retirar dela.
- ótimo.
Ótimo ele quis responder
Com orgulho opressor,
O mesmo teor que ela utilizou,
Se pudesse cuspiria terror.
Ao invés disso sorriu emotivo,
- querida, estenda suas mãos
Em minha direção,
Fiquei próxima.
Bastante próxima.
Então ele cuspiu.
Com lentidão,
Escassez e sede.
Lembrou-se de toda sede que sentiu,
Da vez em que se viu obrigado
A beber sua própria urina,
De quando não teve lugar
Em que depositar sua urina,
Por estar de portas trancadas,
E incapacitado por algemas
Fez tudo nas calças.
- não, não se incapacita um homem,
Fuzilando sua masculinidade.
Ele não esperou pelo tapa na cara.
Chorou feito criança.
Então, saiu de seu devaneio
E olhou-a,
Amou ver seu desespero,
A humilhação estampada nela,
Sentiu-se ainda mais fraco,
Ele tinha o valor,
Ele poderia ajuda-la,
Mas jamais o faria,
Não esqueceria a falta de água,
A ausência de seus remédios,
Estar preso e obrigado por ela,
Impedido de buscar medicamento,
O risco a sua vida
Era motivação suficiente
Para a recusa.
Não,
Não iria ajudar,
Morreria com cada cédula,
Enfiaria no cu
E fingiria que era merda,
Limparia a bunda
E daria descarga,
Mas jamais iria auxiliar.
Sofrer é horrível,
Mas ser alvo de pressão psicológica,
Estar preso a quatro paredes,
Não.
Não há como perdoar
Ou ao menos esquecer.
Sim.
Precisava sair vivo,
Não sabia como se sair bem,
Mas confiar e ajudar,
Não convém.
Outra forma de fingir confiança,
Precisava de outra maneira
De fugir
E se colocar o mais distante,
Enfiaria cada cédula no cu
Até virar merda,
Mas não facilitaria
Ou seria conivente.

domingo, 3 de novembro de 2024

A língua do povo

-Dizem que está viva!
-Há gritos no cemitério,
Trata-se de uma alma!
Os rumores não cessavam,
Falavam da morte de moça nova,
Muito amada,
E bem cuidada,
Noiva.
Foi encontrada no quintal de casa,
Ao seu lado um buquê de flores,
Caída e esticada.
Jogada sobre grama verde.
Simplesmente morreu,
Sem causa de morte,
Caiu sobre a grama quente,
E ficou!
O velório foi triste,
Ninguém acreditava na notícia,
Moça bem falada,
Comprometida e amada.
Tudo transcorreu rápido,
Conforme ocorre com todo corpo,
Após a morte,
Sabe-se,
Nada resta
Nem sangue a correr,
Fala, sorriso ou volta.
Porém, as horas transcorreram,
E os dias se passaram
E em torno do cemitério,
Sempre rumores,
E a língua do povo
Não fala com pouca razão,
Falta coragem para ir ver,
Tirar a certificação,
Mas se há fala,
Há motivação.
A família comovida,
Abriu o portão,
Fez oração e entrou,
O que encontrou não faria poucos chorar,
O pai desmaiou,
A mãe gritou sem parar,
A mão da moça estava para fora da terra,
A terra havia sido removida,
Parecia arranhada,
A pele dos dedos da moça se perdeu,
Três estavam para fora,
Como se pedissem socorro,
Ela teria sido enterrada viva?
- não!
Coube outra vez ao povo a descoberta,
O noivo havia tentado remover o corpo,
Cobrar dinheiro para devolver,
Remover joias e roupas,
Enfim, tudo nela que trouxesse dinheiro
Ou conforto,
Para espanto de todos os olhos,
Aquele homem nunca a amou.
Ele apenas matou-a com uma paulada,
Logo após levar-lhes flores envenenadas,
Queria apenas dinheiro
Bateu forte demais,
Ela não teve forças para se levantar,
Tudo foi muito rápido,
E joias, roupas caras e caixão
Foram colocados ao dispor apenas depois,
Ele voltou buscar,
Vendo o sofrimento dos pais
Quis levar o corpo,
Não contou com os olhos do povo,
Ineficaz,
Não foi capaz.
Há pessoas que veem valor em tudo,
Há pais que dão valor a cada gesto,
Detalhe ou filho.
Filha amada,
Levou tudo que pode,
Amor, sofrimento, dinheiro...
Conheceu em vida os dois,
O homem que enxergou a filha amada
E a capacidade dos pais
De ama-la,
Doarem-se
E presenteá-la,
Infelizmente,
Este homem a quis de graça
E a teve por muito cara.
Ela conhecia aquele tipo de amor,
Apenas não foi capaz de identificar
Separar as declarações de quem daria a vida por ela
E quem retiraria a vida dela
Apenas para ter.

O Anel

Amada,
Profundamente amada,
Mil promessas,
Um anel de compromisso,
Depois disso,
Água,
Muita água.
Profunda água,
Esverdeada e escurecida,
Quase sem vida,
Um sopro de amor dentro de si mesma,
Fora isso,
Mais nada.
Perdida,
Talvez, nunca encontrada.
Ela saiu depressa,
Tinha pressa para chegada,
Uma curva mal feita,
E um mergulho em água fria,
Rio cheio de vida,
Água pura,
Fonte de sonhos,
Levava-a.
Não pedia,
Não despedia,
Tragava.
Segurava com braços invisíveis,
Não adiantava chamar,
Chorar não bastaria.
Acelerar a toda força,
Não levava a lugar algum,
O cinto de segurança
Apertava seu peito,
Reprimia,
Mantinha,
Com suas unhas vermelhas,
Bem feitas e compridas,
Ela conseguiu com um clique audível
Destrava-lo,
Estava solta.
Notou com lágrimas nos olhos,
E pouca visão
Que havia arranhado seu tecido,
O cinto estava comprometido.
Um sinal de que cairá em vida,
Porquê fora do carro
Água, pedras, lodo e madeiras
Seu carro parecia não estar
Sendo carregado pela água,
Estava preso,
Estava escuro,
Escuro demais para pensar,
Para enxergar,
Para pedir ajuda.
Caída,
Dolorida,
Com medo.
Profundo pavor
De um casal apaixonado,
A separação,
Ver o amor acabar,
Aguentar a pressão
De sonhos comprometidos.
Não havia isso.
Havia apenas a morte,
E um anel em seu dedo.
Sem chorar e contendo o ar,
Ela socou o vidro,
Havia pressão dentro da água,
 Talvez um tronco a manter a porta,
Ou pedras,
Uniu todas as suas forças
E lutou,
Buscou pelas juras correspondidas,
Juntou cada promessa
Colocou em seus músculos
E esmurrou o vidro,
Violenta,
Respirava com dificuldade,
Coração acelerado,
Olhos a escorrer,
Quis gritar,
Implorou pra não sofrer,
Não adiantaria.
Morta.
Enterrada em água doce,
Areia grossa, lodo, madeira e pedras,
E morte.
Sua própria morte.
Não conseguia ver adiante,
Não havia luz alguma.
Um escuro excruciante
Que mantinha.
Num gesto de desespero,
Como despedida desta que ama,
Ele puxou a mão para sua boca,
Beijou o anel de noivado,
Disse adeus,
Então, como vislumbre de atitude,
Lembrou de usa-lo para cortar o vidro,
O fez,
Foi difícil,
Tragou todo o ar que pode,
Último suspiro,
Um adeus choroso,
E o vidro partiu-se,
Abriu-se,
Após isso,
Foram poucos socos,
Sangue a manchar água doce,
E o vidro partiu-se por inteiro,
Ela pode então salvar-se,
Uniu forças que não tinha,
Coragem que nunca imaginou sentir,
E jogou-se com o cuidado
Que pode ter,
Pelo buraco do vidro quebrado,
Cortando a pele,
Prendendo roupa,
E saindo para longe,
Num ímpeto pôs-se sobre o carro,
Arqueou e colocou cada força que sobrou,
Então se empurrou para cima,
Pegou direção contrária
De onde o carro estava preso,
E conseguiu alcançar a superfície,
Sem ar,
Sem forças para nadar,
Com estilhaços pelo corpo
E sangue escorrendo,
Boiou.
Lembrou de respirar,
Com dificuldade,
Respirou.
Lembrou de mover-se.
Se salvou.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Seu Nome

Em cada miséria de vida,
Uma trágica história,
Igual a sua ou parecida,
Se apiede se for capaz,
No fundo,
Preferira fugir dela,
Seja corajoso,
Eu também queria ser.
Bem,
Não esperei nem um pouco,
O plano tosco e pegajoso,
Me prendeu num jogo insano,
Escrever uma boa história,
Dia-a-dia,
Mês a mês,
Ou a morte!
Destino cruel,
Sem escapatória
Ou outras chances.
Sim.
Estou preso a estas teclas,
Impedido de usar outra forma,
Me entenda,
Por favor,
Desvende o jogo de palavras,
Seja bom,
Não caia nesta enrascada,
Pareço estar perfeito,
Exceto os hematomas do rosto,
E as mãos que já não sinto,
Sim, há dor!
Uma frase incerta e retiraram
Uma letra,
O zero,
Melhor não era letra,
Era um dígito,
Menos um dígito na conta,
Ou seriam quantos?
No teclado,
Troco o zero pela letra o,
Lá fora,
Eu recebo um Oh!
Admiração,
Respeito por meu trabalho,
Mas veja,
Nem posso pôr assinatura,
Não sou dono destas linhas,
Recebo depois disso
O nome de um fracasso.
Diz ela,
O amo,
Seja perfeito,
Faça conforme eu ordeno,
Cá acrescento primeira letra,
S,
Desculpa,
Acréscimo de letras,
O teclado não é capaz de apagar o que foi escrito,
Deletado,
Apagar,
Cancelado!
Bem, a história foi perfeita,
Rapaz belo,
Moça jovem,
Paixão verdadeira,
Sequestro,
Cárcere privado,
Violência,
E o amor,
Porquê amar salva.
Eu descobri isto,
Assim que vi seu olhar,
Suas mãos seguras,
E a linha forte de sua boca,
Está moça saber usar as palavras,
Muito melhor do que se imagina,
Dominadora e impassível,
Não houve segunda chance,
Foi amor assim que houve,
Desde o roçar de faces,
Ou o perder-se em suas granduras,
Farta, bela, atraente.
Voz macia e envolvente.
Sabe dar ordens
Tanto quanto sabe proximidades,
Surge de repente,
Parece sempre estar presente,
Espero de instante em instante,
Está que amo,
Que me cerca,
Ampara e surpreende.
Se amar é doar-se,
Amo-a e me entrego profundamente,
De vez em quando,
Eu a busco,
Rápido e sedento,
-Amada preciso de você comigo.
Seu nome está sempre
Em minhas primeiras linhas,
É meu primeiro pensamento,
Meu único intuito,
Digo a ela,
-querida, assina!
Seu nome é gritante amparo,
Mas sobre tanto amor nem falo,
Não sou capaz amar tanto,
Jamais comprovaria tanto ardor.
É assim que digo, amor.

A Plantação de Pêra e Maracujá

Os pais de Pitelmario Fizeram uma linda plantação, Araram o campo, Jogaram adubo, Molharam a terra, Então, plantaram pêras...