Ele tinha o lábio inferior petulante,
Docemente aberto no rosto bem definido,
Olhos assombreados em sorriso marcante,
Fitei-o desconfiada não mereci mais que o sorriso gelado,
De pernas tremulas permaneci petrificada,
Podia escolher amar mil homens não valeriam o que ele era,
Um rapaz de postura e traços arrebatadores,
Do tipo que não pede um sorriso, ele ganha por nada,
Movi a cabeça o suficiente para os cabelos caírem na face,
Desejei tentar esconder o efeito devastador dele,
A causa que faz com que suas fortalezas caíam por terra,
Que despe sua armadura sem que você queira,
Nem um movimento em minha direção ele fez,
E cá estava eu, devastada, louca, apaixonada,
A mocinha que sempre esperou o cara perfeito,
O encontrava melhor do que se tivesse feito promessa,
Um desejo oculto que se materializa melhor que o pedido,
O sonho que não ousou ser sonhado na melhor das ideias,
O rompimento da linha tênue que divisa o imaginário da
realidade,
Naquele instante a linha tênue era expressa por meus cabelos,
Sonhavam esconder meu encanto, mas nada conseguiam,
Murmurei algo incompreensível para mim mesma,
Quebrei o silêncio que amordaçava tudo o que eu sentia,
Arrisquei uma jogada de cabelo para o lado e um olhar,
Ele ainda sorria, algo em mim lhe chamava a atenção,
Talvez fosse minha alma sobressaltando o coração,
Fiz um movimento em semicírculo e fiquei estagnada,
Existem horas na vida em que parar vale mais que seguir,
Se havia uma chance única de tê-lo eu me arriscaria por ela,
Por todo o tempo que fosse possível, lutaria até o fim,
Aumentei o tom de voz somente para acrescentar:
- Te amo -, movia o celular em círculos por entre os meus
dedos,
O cabelo ficou preso no meio do meu sorriso, deslizava-o,
Parecia uma carícia que me protegia e me propunha,
De um jeito sedutor que emudeceu sua voz e seu semblante,
Mas, aqueles lindos lábios petulantes muito diziam,
Mesmo quando ficavam entreabertos em indefinido silêncio;
O arfar dos meus seios naquele vestido florido me deixava
contrafeita,
Eles expunham meus braços como se gritassem para ele: venha,
Servi-me de toda coragem que tinha para mordiscar o sorriso,
Convidei-o, estendendo uma mão adiante do meu corpo,
Não tencionava uma apresentação,
Tinha a impressão de que nos conhecíamos a tempos,
E tempo era o que eu não tinha, não movida por tanta emoção,
Meu corpo gritava para que ele pudesse ouvir,
Sou sua, é insuficiente o tempo para te fazer decidir?
Ousei um suspiro, queria ordenar meus pensamentos,
Quando o tempo é escasso não tolera-se os erros,
No que refere-se ao coração errar dói em efeito desumano,
Endireitei a coluna em postura ereta, ambos frente-a-frente,
Joguei levemente os ombros em forçada indiferença,
Me vi nua, ele parecia penetrar minha alma,
Mas, não me sentia exposta, ao contrário estava segura,
Um sorriso impassível me arrematava,
Atônita com seu efeito eu emendei a frase deixada para trás,
- Parabéns! – Naquela hora eu comemorava esta data,
Não por pouco motivo – conhecia o homem que amaria por toda
a vida.
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