Os seus braços fortes,
O seu abraço seguro,
Amparo onde descanso,
Lugar em que me refugio,
Para todo o sempre,
Pois, se existem pés que correm,
Os meus buscam apenas seus passos,
Nem um outro caminho,
Não tento me arriscar a perde-lo,
Não faço o tipo seduzível,
Para me conquistar é preciso mais que palavras,
Mas, para a estranheza do ânimo,
No seu caso, não precisou mais que um olhar,
Guarde-me em seu coração,
Me ampare em suas mãos,
E da sua alma não ouse tentar me tirar,
Não sei o que faria,
Bem sabes,
De ti, não esqueço único dia.
Aqui onde pulsa meu coração,
Já houve um vazio, já houve dor,
Hoje, não há mais que paixão,
Sim, estou completa de você meu amor.
Que afastem-se de nós as más palavras,
Que nunca nos atinja única maldade,
Não me aprisiono a você por pecados,
Bem sabes,
Estou em seus braços por escolha,
Se assim o faço, é por amá-lo,
Caio na armadilha do que pronuncio,
A estas palavras sim, me falo prisioneira,
Estar ao seu lado por escolha minha,
Te amar não nunca ter querido outro,
Ah, doce encontro com seu abraço,
Me recordo deste momento por dias,
Não trata-se de não desejar outro,
Mas, de uma saciedade que vem da alma,
Em meus sonhos sempre imaginei encontra-lo,
Não sei nem como reajo agora que o tenho,
Fecho os olhos e sorrio comigo mesma,
Gostaria tanto de saber o que pensas,
Dias se passam e nenhum instante você é esquecido,
Afinal de contas, você me procura ou eu o procuro,
Vemo-nos, reapaixono, mais que antes,
Penso: Será que Deus nos fez por semelhança?
Contemplo sua face,
Abrigada ao seu peito onde gosto de ficar,
Imagino que sim, então sorrio,
Em um dia de inverno,
O sol ultrapassa as nuvens e tenta apagar a neve,
Eu ainda estou em seu abraço,
Abrigada em contato da sua pele quente,
Não há frio que me toque,
Nem outro lugar que eu prefira: e você?
Mordo a língua e contenho a frase,
Me abrigo a você e não tenho outro querer,
A tarde traz a neve escorregadia,
Passa o primeiro dia de inverno e vem outro,
Ninguém o imaginaria tão intenso,
Penso que a próxima estação será mais amena,
Traço desenhos sobre o seu peito,
Penso em tantas coisas.
Não sei quem brinca de ser traiçoeiro,
Se o sol ou a neve que persiste,
Um frio parece querer se instalar,
Mas, sinto abrigada em seu peito que não,
Inspiro seu cheiro,
Deixo de olhar a cidade lá fora,
Penso em nós,
Ou não penso em nada,
Por que precisaria pensar?
Em dois suspiros, quase clássicos,
Durmo.
Acabo de transpor o limiar do sonho.