quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Te Amo

O olhar apaixonado chamava,
Apunhalava até sangrar,
Faz rodar o sangue em jatos quentes,
Me vejo balbuciar seu nome
Em lábios sedentos, queridos e tormentosos,
Reconhece-lo,
O olhar tira a prova do rosto,

Demonstra todo o sentimento,
O amor correspondido,
Conserva-lo,
Breve, sóbrio e frio,
Qualquer coisa que o deixe tenro e vagaroso,
Mante-lo.

Ah Deus sentisse pena da que sou
E o petrificasse ou outro algo duradouro,
Mante-lo,
Sem que nada o ferisse ou modificasse,
É mais que o breve te-lo,
Todo possuir se torna sórdido,
Não faz sentido ou satisfaz,
Quem suspeita disso é suspeito.

Um dos mais perfeitos homens tem um nome
E a poucas é permitido chama-lo,
Esse homem existe,
Por Deus como o amor é desmedido,
Como me faz suspirar,
Rir em sílabas até não me conter nas palavras,
Sentir a ausência de ar,
Rir e chama-lo,
O amor é mesmo desmedido,
Ah, não meu amor não se mede,
Eu não diria pouco no quanto falo,
Mas hei espere,
Há nos meus lábios o início de um sorriso,
Um Rah se formando e você sabe
Sabe muito bem o motivo.
É desmedido.

Numa boca passada algumas garotas acharam-no,
Na lembrança mármorea da qual me refiro,
Reflexo, sim, há quem vive disso,
Perdidas em seus infinitos,
Mas amor como o meu Ah, não se mede,
Tem mais muito mais a dizer,
Mas veja não me contenho em sorrisos,
Há tanto que espero e busca,
Ah, Deus, é este, sim, este e nenhum outro,

Ao fim de bocas passadas promessas vazias,
Mas nestes lábios carnudos,
Me cabem tantos sonhos, carinho e compromisso,
Lábios calorosos e cheios,
Me vejo completa nos seus lábios perdida,
Entendo-as.
Entendo a todas, mas você sabe,
Não aceito,
Nem você,
Te amo.
Amor que não se mede,
Amor que lhe devoto em tanto e tanto e tanto,
Amor de mil vidas e nesta vidas amores,
Amor que em cada vida me fizeste para ser sua.

Veja em sua boca naufraga uma mulher,
De suas palavras sucumbem muitas,
Entenda seus encantos castigam,
Tanto em você de perfeição beira a ausência,
Adentra-se até o fundo,
Não há volta,
De tanto em tanto,
Aos poucos se farta e falta,
Falta-se,
Ausência de você.
Sem possibilidade de retorno,
O muito encerrou-se ao nada,
Do vislumbre ao incorporeo.
Não o tive,
Não posso te-lo.
Apenas um pouco de retorno,
Não muito,
O bastante para te ver e me preencher,
Querido, não poderia me fartar de você,
Vislumbrei o adiante e mergulhei,
Me afogo no que não houve,
Por que desejar isso de você?
Soluçaria,
Mas as profundezas não permitem,
Fui ao fundo e não posso voltar…
Assim são elas meu amor,
Eu desejo não rir até me fartar,
Mas por vezes não me contenho.
Eu o tenho.
Eu o tenho.

O tenho para ar e alimento,
O tenho para a vida,
Ser sua,
Te-lo.
Vem daí chamar-se meu amor
E é assim que a você me refiro,
Estás singulares solidões da água
Eu as desconheço,
Mas posso imagina-las muito bem,
Querido, me poupe o risco de perde-lo,
É tumultuoso o fundo,
De águas limpas as vezes as vejo,
A afogar-se de suas imagens,
A morrer por um querer nunca oferecido,
Em derredor, a perder de vista,
Tudo que sinto.
O amo.

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