Meus doze anos
Foram difíceis,
Posso dizer: cruéis.
Eu tinha um sentimento
De união familiar
Estranho para se falar,
Pois faltariam provas
Que levassem qualquer
Um a crer,
Mas, eu cria.
Minha família e eu
Morávamos ao lado
Dos meus tios,
Entre o meio deles,
De frente e lados,
Atrás havia um rio,
Eu também o via
Como melhor amigo.
Neste contexto,
As árvores frutíferas
Quando davam frutos
Dividíamos entre todos,
Mas, um dia,
Meu tio comprou uma
Árvore de cáqui.
De casa,
Eu cuidei quando frutificou,
Quando ficaram todos vermelhos,
Eu corri lá para tirar,
Não pensei que causaria
Irritação ou desafeto.
Peguei uma madeira grande
Que estava próximo
E chacoalhei contra a árvore,
Conforme era de costume,
Colho três e retornei.
Minhas primas
Da frente de casa viram,
E eu contei: sim. Peguei.
Retornei para casa
E meu tio mandou a filha
Dois anos mais velha resolver.
Ela correu por trás de mim,
Me pegou pelo pescoço,
Deu socos contra a minha cabeça,
Me deu tapas no rosto,
E enfiou os dedos
Contra a minha pele,
Puxou meus cabelos,
E me mordeu.
Eu consegui acertar
Um único soco
Em seu rosto no lado
Esquerdo
E ela chorou.
Meu tio desceu da carroça,
Atiçou o cachorro
Contra eu,
Jogou pedras contra
Meu corpo,
Contra a minha casa.
Eu senti pavor,
Eu tremi e implorei
A minha prima
Para ela me bater,
Ela acertou um soco
Contra o lado esquerdo
Do meu rosto,
Eu cambaleei para trás,
Ela me pegou pela cintura
Tentando me derrubar no chão,
Me acertou no peito,
Na coluna,
Depois me pegou
Pelo lado direito da testa,
E me manteve de costas
Contra o corpo dela,
Me prendendo pelo pescoço,
Com a outra mão
Contra meu olho e rosto.
- você merecia
Que meu tio
Te pegasse com uma
Bala no cu.
Ela disse
Com a sua voz fina
De prostituta
Que transava com os pais,
Os irmãos
E quem mais quisesse-a.
Ela feriu meu pescoço,
Feriu minha autoestima,
Feriu meu corpo,
Puxando ele para o lado,
Como se quisesse
Rasgar minha carne,
Me mordeu por toda parte.
Depois, me soltou
E saiu andando
Com sua bunda mole,
E aquele cu de canhão.
Hoje, meu esposo a matou,
Hoje me vi livre dela,
Após trinta anos,
Ela casou-se e teve filhos,
Casou com um primo,
Estuprou casa filho,
Só hoje,
Foi eliminada.
O mundo gosta de prostitutas,
As pessoas apoiam estupros,
Violência psicológica e física,
Eles gostam de ver
Estes canhões de músculos
Fodidos andando ao seu redor.
Nós não,
Nós odiamos estupradores,
Eu prefiro todos no inferno,
Eu nunca lembrei
Minha história de infância,
Nunca alguém se interessou,
Ela se tornou a boa garota,
A mulher prendada,
Aos dezesseis se casou,
Teve seus filhos e estuprou,
Estas são as incentivadas,
Aquelas que o povo gosta
De manter,
De dar existência.
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