Com que autoridade você invade meu cérebro?
E tenta programar sistematicamente meu psicológico,
Controlar através de impulsos meu corpo?
Minha cabeça lateja feito sinos do inferno,
Tentando proteger meu decreto perpétuo,
De separar o santo do profano, o puro do impuro,
Sou um ser humano honesto,
Mereço um mínimo de respeito,
Não sou um soldado,
Me recuso a ser manipulado,
Em tempos de tirania e injustiça,
Quando até a lei trabalha contra o povo,
O cavalheiro da justiça assume seu lugar na história,
E qual é a diferença entre o homem comum e o cavalheiro?
É que o cavalheiro sopesa no coração os seus pecados,
Porque entre o xerife e o religioso,
Não há como precisar qual é o mais profano,
Ao coração de um ser humano honesto,
Que busca seu sustento pelo suor do próprio rosto,
Mas o injusto, ao conhecê-lo pelo nome,
Busca a todo custo macular sua imagem,
Endeusando a si próprio em ouro,
As custas do sangue e lágrimas do povo,
Condenando-o a miséria e desesperança,
Para que vejam como abrigo, os braços do inimigo,
Me recuso a ser um joguete em minha própria vida,
E lutarei por ela com punhos metálicos,
E flechas de fogo,
Me recuso ao beijo do traidor,
Me nego a percorrer a vida sem amor,
Assim me encaminhei para a batalha,
E me juntei ao exército de seres humanos,
Não posso dizer que tive escolha,
Ao final da guerra, com o coração a derramar
Lágrimas sangrentas no olhar,
Me ajoelhei com o joelho direito,
E olhei triste, dentro daqueles olhos corajosos,
Seu filho me pediu para devolver,
Disse ao pai, ao lhe entregar a espada,
Mas sem a espada, como ele poderá combater?
Apenas abaixei a cabeça, sem resposta,
Sem o abraço fraterno ele seguiu na minha frente,
Liderando o caminho para o azul celeste...
Mas com sua espada alcançamos a vitória,
E hoje podemos acreditar em sonhos,
E sentir o amor preencher nossas vidas,
Interrompi a fala do pai, em prantos.