quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

As Horas

 

Consulto o relógio e vejo as horas,

Não me atento para os ponteiros,

Ele está hoje onde estava ontem,

Tento evitar tudo que me fere,


Mas acho difícil sair da minha inércia,

Os abraços me parecem distantes,

Sinto dificuldade para me aproximar,

As palavras voam aceleradas para fora,


Quero espantar isso que me machuca,

Mas é mais forte que eu – estou fraca,

Me recolho no que sinto,

Tento não destruir tudo que sou,


Acelerada quando falo magoo,

Vejo o olhar decepcionado de quem amo,

Não sou mais a mesma,

Me procuro pelos cantos,


Perdida entre as lembranças,

Não sinto que mudei, então olho o espelho,

O relógio parado no pulso é ignorado,

Os dias passaram e com eles os anos,


Vejo nas marcas estampadas em meu rosto,

Meu cabelo cheio de vida parece fraco,

A lua o tingiu com sua doçura ou ele está branco,

Fosse doçura o que tocou minha face,

Por que é que sofro tanto?


Me sinto sozinha, busco um abraço,

Uma voz odiosa vem em minha cabeça,

Compete comigo, se sente melhor que eu,

Quem é ela? Por que age dessa forma?


Ela me reprime, me diminui em tudo,

Parece saber as respostas,

Se soubesse não estava onde está,

Me sinto destruída, há alguém que me ouça?


Por mais que eu não fale nada,

Há alguém que entenda as minhas palavras?

A solidão se esconde não consigo ver sua face,

Tivesse dela ao menos um rosto o que restaria?


Ela fala, reage e reprime,

Mas tivesse eu feliz de que ela sobreviveria?

Em mim não há mais que um rosto sem vida – sua sorte,

Talvez as horas corram ou não, já não importa!


Que Horas São?


O olhar procura adiante algum ponto,

Por mais que tente focar não vê nada,

Parece que tudo em que acredita se esvai,

Como as palavras que veem a garganta e não saem,


As mãos buscam gesticular algo,

O coração deseja pulsar por alguma coisa,

Mas tudo desfoca, como se fosse uma brisa fria,

Que acorda do sono bom a tremular do sonho,


Extrai daquele algo em que se estava,

Para desacelerar e ver que não há nada,

Passa-se tão depressa do sonho para a realidade,

Que demora-se para acordar,


Falta um motivo ou algo que tenha validade,

Qualquer coisa que determine o sair da cama,

Me agarro a coberta quero voltar a sonhar,

Era impressão minha ou lá estava mais fácil?


Me acolho ao travesseiro, o abraço só um pouco,

Com um suspiro profundo busco o sonho,

Já não há mais nada, esqueci com o que sonhava,

Estava mesmo bom lá ou aqui que está estranho?


Procuro algo a minha volta,

Penso que desejo sair da cama,

O dia parece clarear lá fora,

Mas, aqui dentro continua da mesma forma,


Um feixe de luz passa pela janela,

É dia, parece querer gritar mesmo que o ignore,

Busco as cobertas: estão imóveis ao meu dispor,

O travesseiro está entre os meus braços silencioso,


Há no feixe de luz um algo ou eu é que o busco,

Qualquer coisa que me faça ver uma esperança,

Há tanto tempo passam-se os dias e as horas,

Que tornaram-se todas iguais as de outrora,


Vejo o relógio, percebo que está da mesma forma,

Já não sei ao certo, ontem neste instante,

Seus ponteiros estavam ali também,

Não cuido para ver se se movem,


Não me interessa mais, o dia de hoje é o mesmo de ontem! 


 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Num Belo Dia de Chuva


Segunda semana de dezembro,

Próximo da metade do findar do ano,

Data em que passa-se tudo que se fez,

Um resumo de cada dia surge em sua mente,


Porém, dezembro é mais que recordar,

É um construir planos para o futuro,

Um projetar os sonhos para logo após,

Rever os erros, concertar os traumas,


Buscar sempre ser melhor que era,

É certo que na virada do ano,

Sempre há uma mão a qual apertar,

Uma mão especial e amiga,


Aquela que acompanhou cada momento,

Que pode não ter secado a sua lágrima,

Mas fez tudo que pode para evitar,

Aquela que é feito chuva num dia quente,


A chuva esparsa que apenas acalma a terra,

Como se dissesse a ela: querida, não estas sozinha,

Acalme seus medos, estou aqui agora,

E trouxe comigo a vida em cada gota de água,


Por favor, não me agradeça ou perca a calma,

Por mais que as vezes, eu pareça tempestuosa,

Vim para ajudar a protege-la,

Entenda: eu a amo e faço para ti o melhor que posso,


Se não dou mais de mim, não é por não ter,

Às vezes, existem coisas além do meu poder,

Mas veja ao seu redor, minha querida,

Existe algo que eu não esteja fazendo por nós?


Aquela árvore seca que queda em inercia,

Não me culpe por ela, minha vida,

Pois saiba: nem tudo que lhe acontece é culpa minha...

É nesta hora que você vê qual mão não pode soltar!

 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Feliz Natal

 


Bem-vindo querido mês de dezembro,

Cá estamos com um pé na segunda semana,

O outro... ah, o outro está em nossos amigos,

Porquê logo, logo, chega o esperado Natal,


Tempo de celebrar o amor consumado,

O instante em que dois seres que se amam

Originaram a vida de outro mais perfeito,

Vez que, é fruto do amor recíproco;


Instante mágico em que um anjo veio a terra,

Através de um menino portador da paz,

Deram a ele um nome: Jesus,

E com este nome uma missão: a esperança!


Bem, ele é filho do próprio Deus,

Nós, somos aqueles que nos ajoelhamos as suas graças,

Sabe-se que o que ele fez por nós outro não faria,

Entregou seu amor e sua própria vida...


Deus, sábio, enviou seu filho para nosso abrigo,

Um casal que se amou o acolhe com carinho,

Ela na barriga, ele no coração,

Deus: talvez, não por equívoco se inicia com o D – Divino,


E encerra-se com o S- Salvação;

No meio existe o E e o U – EU,

Talvez seja porque sempre que caminhamos,

Temos dois anjos ao nosso lado,


Mas as atitudes que tomamos dependem de nós,

Dois anjos nos protegem, mas os sonhos são nossos,

Cabe a cada um decidir pelo que buscar,

E partir ao encontro deste sonho,


Com a certeza de nunca estar sozinho,

Estes anjos estão sempre ao nosso lado,

Aqui, os chamamos: pai e mãe (família).


Recordação


 

Recordação

 

Hoje encontro-me só. Olho o infinito que me diz muitas coisas.

Vejo o sol, as nuvens, que são meus amigos e sinto neste momento que aquela saudade de você permanece, aqui, presente.

Lembro seu sorriso, seus olhos, seus lábios e pouco a pouco milhares de recordações desfilam em minha mente.

Onde está você?

Lembra que eu ainda existo?

Sou uma simples recordação para você?

Em meu coração você permanece, faço de conta que você não partiu.

E num sorriso apaixonado, lembro nosso primeiro encontro, nosso primeiro beijo encabulado... mil ideias surgem.

E sua presença se faz presente junto a mim, segurando a minha mão.

Fecho os meus olhos e vejo você aqui comigo... você não partiu!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Saudade


Acordo no escuro da noite,

Movo a mão para o lado,

Tento chamar um nome,

Não há ninguém aqui comigo,


Busco o relógio confirmo a hora,

São 4:30 da madrugada,

Penso em buscar o celular,

Digitar uma mensagem rápida:


Ora, querido amor, não tarda!

A distância que nos separa

Chama-se saudade,

Com um S maiúsculo e sinuoso,


Aqui ele estende-se e toma forma,

Desprende-se numa estrada tortinha,

Que te conduz até onde estou;

Conforme os seus entornos há curvas,


Algumas pedras soltas,

Mas insista coração, e estarei a sua espera,

Logo ali, no final dela,

Depois do S, há o A,


Ah, de um suspiro que não se evita,

Da alegria de tê-lo em minha vista,

Composta por uma estrela em metades,

Veja meu amor o A: inicial do seu nome,


Soma-se A com A, assim tenho uma estrela,

Que longe de ti me guia a sonhar,

Permanece lá no céu como se a te buscar,

As vezes, acredito que ela segue o meu olhar,


Pois, aonde você esta ela o procura,

 Perto de ti, a sinto em seu abraço,

Deitada em seu corpo posso vê-la,

A formar-se das nossas iniciais e tão próxima,

Acaba-se a busca, encerra-se a espera,


Aqui está você meu amor: Ah, que delícia!

Então, vem o U logo em seguida,

Formado por duas linhas iguais,

Acho que ele ri de nós, meu amor,


Abrigada a ti como gosto de estar,

Você é um pouco maior,

Mas ele forma-se dos nossos corpos,

Passa-se este instante vem o D,

Ele me eleva lá nos céus como você,


Junto minha mão a sua e cruzo nossos dedos,

Poderia fazer uma oração mas não precisa,

Tudo que eu quero esta comigo!

Fecho os olhos e digo: Deus, obrigada!

Dos nossos carinhos retorna o A,


Doce sempre mesmo quando só recorda:

Um Ah solto, e meu suspiro incontido te busca,

Então, o D, cá estamos de novo eu e você,

Amor, não quero negar mas é difícil conviver,


Seu sobrenome me vem a boca,

Não tenho como negar o orgulho de ser sua,

E, bem: Ah?, o E?!

Meu amor, eu sinto saudades e agora?


Meu querido amor, porque tarda a voltar?

São quase cinco horas perdi o sono,

Te busco a minha volta e cá estas,

Mas, este amor me amedronta,


Querido me perdoa eu sei que fujo de nós,

Sou sua e tão pequena,

Abraço o travesseiro e o chamo!

Seu nome grita saudade, eu obedeço.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Você Pode Ficar? Fica!


Então, meu amor, dentre tantas outras cartas de amor,

Redijo esta que não fala de um simples amor,

Mas tenta dizer sobre nós dois,

Em palavras fáceis um sentimento profundo,


Em que faltam palavras e lágrimas para tanto,

Afirmo que te amo como nunca senti,

Ora meu amor já tive a chance de dizer,

A ti mesmo, pois amei outro como amo você,


Mas da outra vez, eu o fiz virar as costas,

Sair estarrecido com o que ouviu da minha boca,

Meu coração dizia fica, minha boca disse vá,

Eu acreditei que haveria uma volta,


Não houve, não naquela hora,

Sim, fui incapaz de dizer eu te amo, me perdoa?

Mas hoje, aqui estamos nós dois,

Você tão perto e eu amedrontada,


Tive uma chance de amar e perdi-a,

Como se perdem as palavras em minha fala,

Agora que tento lhe dizer que te amo como nunca,

Mas você parece saber o que penso,


E meu pensar me trai agora,

Mas meu amor, o que deixei de dizer lá atrás,

Tenho forças agora,

Não por ter sofrido a falta a vida toda,


Mas porque o que sentia lá naquela hora,

Também, o sinto tão forte agora,

Meu amor, eu te amo não vá embora,

Se eu estou louca por favor me entenda,


Se não puder me abraçar vire as costas,

Fala o que tiver que falar,

Ou o faça como seu coração mandar,

Mas, por favor, não vá embora,


Me permita abraça-lo, assim por traz,

Chorar no seu ombro a soluçar,

Não precisa dizer ou fazer nada,

Me deixe apenas senti-lo com toda a força,


Um segundo do seu cheiro me renova,

Sentir o calor de um corpo que sua frio

É o bastante para esta que tanto o ama,

Meu anjo, eu sei que sentes medo,


Acredite eu sinto o mesmo,

Mas, ao contrário de ti eu erro,

Aqui deitada a olhar para as nuvens o vejo,

Lá você desenha por entre elas e se esconde,


Mas, protegido dos meus olhos eu o ouço,

Contemplo tudo que sinto com um esforço,

Tento conter as lágrimas disfarçar meu amor,

Mas minha vida, porque deveria disfarçar o que sinto?


O vejo colorir meu horizonte azul,

E te digo, querido sem você este céu não muda,

A cor que contemplo é a mesma de outrora e é agora,

As nuvens se desenlaçam e se abraçam ao toque dos seus dedos,


Novas formas se desenham e desprendem-se,

O amor que tive e perdi retornou,

Então, te peço, por favor, fica meu amor,

Mesmo que eu não mereça não vá embora,


A outra vez, num céu destes você se foi,

Mas não voltou até o dia de agora,

Só que lá você tinha outro rosto e outra forma,

Você lá atrás era o meu irmão que não pode ficar,


Minha vida, acho que se pudesse ele ficaria,

Meu querido amor, você pode ficar? Fica!

Que eu não mereço seu amor, não duvida,

Que eu o amo como a ele não descreia,


Querido amor, veja em meu olhar que sofre,

É verdade, eu não minto e você sabe,

Eu te amo como a nenhum outro,

Se um dia amei desta medida foi aquele do meu sangue,


Daquela vez, podendo pedir não disse nada,

Mas, nessa, amando como eu amo,

Poderia me ajoelhar, implorar, arrancar uma parte minha,

Meu amor, há algo que fariam por você que eu me recusaria?


O que há de mais sincero que as minhas lágrimas?

Amor, estou em erro, me perdoa!

Não pedi a outra vez, mas peço agora: fica!

Ele parece que sai, mas permanece,

Aceita meu abraço, olha para mim e marca aquele dia!

Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...