terça-feira, 26 de novembro de 2024

Badala o Som da Sky

Badala o som da sky,
Baby, eu penso em você queimando
E isto dói.
Se eu pudesse faria a banda tocar,
Passar por você na praia,
Te acalentar,
Mas pensar em você
Sempre a esperar,
Isto também dói.

Eu tentei ir a frente,
Tentei fazer melhor,
Talvez, até mostrar,
Mas, sair sozinha na rua,
Foi terrível,
Eu teria desistido,
Mas segui igual,
Porém, fui impedida.

Querido,
Quis andar por você,
Te ensinar os passos,
Mas isto me custou muito,
Cada raio de sol no seu rosto,
Que queimou sua pele,
Me feriu dentro de casa,
Sem sair do lugar,
E quando saí
Foi ainda pior.

Eu saí muito com seu rosto
Para lembrança,
Eu não tinha para onde ir,
Ou mesmo o que fazer,
Aí pensei em você
E aprendi muito.
Você parecia estar em meu caminho.
Eu te busquei,
Tentei falar,
Conseguir contato.

Eu deitei naquela areia fria,
Vi o sol ir
E a noite se aproximar.
Eu nem vi quando todos fugiram,
Eu ainda não sei o por quê,
Mas, de repente,
Um cara,
Acho que nada parecido com você,
Me pegou nos braços
E me tirou de lá,
Ele disse:
- garota, a praia inunda!

Eu disse:
- mentira, você quer me seduzir!
Eu soube que não.
Eu não faço o tipo seduzivel,
Então, sem nenhum aviso
E muito rápido
Tudo foi ao fundo,
Questão de metros e metros,
Muitos metros,
Mesmo a parte de calçada
Onde estávamos
Foi ao fundo,
Tivemos que correr,
O mar veio ao meu encontro.

Eu joguei um beijo
Para você lá do alto,
Gritei e corri.
Cara,
Por questão de minutos
De descuido
Eu quase morri.

Havia muita gente,
Eu não identifiquei o que diziam,
Sorte eu ter uma bunda grande,
E um estranho louco
E disposto a uma atitude heróica,
Salvar uma bunda em perigo.

No mais,
Eu queimei até perder a pele,
Fui queimada por algas marinhas,
O sol estava imperdoável,
Vi tubarões andar em casais,
E eu sozinha.
Esperei você.
Eu nunca deixei de te procurar,
E cara isto não me fere.

A Rãzinha Amiga de Bruh

Caiu a tardinha,
Bruce corria pelo gramado,
Brincava com a roseira vermelha,
Puxando a rosa até o chão,
E morde do ele de leve.

Suado e com mil lambidas
No seu pelinho,
Decidiu tomar banho,
Puxou a toalha do varal de corda,
Levou ela até o banheiro.

Quando puxava a porta
Com a mãozinha para trancar,
Levou um baita susto,
Uma pequena rã
Amarela com listras marrons
Estava lá.

Trepada na parede,
Gorda e comendo pernilongos,
A danada deu um pulo
Em sua direção,
Parando no seu ladinho
Na parede
Logo acima de suas orelhinhas.

Bruce com um rompante
Abriu a porta do banheiro,
E alçou vôo em disparada,
Içando o rabinho para o alto,
De longe não se distinguia:
“ um avião ou um navio
Em direção ao rio”
Tamanha velocidade do menino.

- auauau.
Uma rãaaaaa.
Ele latia.
Então, descobriu-se tudo,
Era apenas Brucinho
Correndo aos pulos,
Da área ao gramado,
Do gramado para o rio.

O safado sabe nadar muito bem.
Mas antes de se colocar na água,
E fugir feito um desesperado,
A mãe dele o alcançou,
Enlaçando o danado
Através da barriguinha,
E o impediu de desespero maior.

Carregou-o até o banheiro,
E o explicou que tudo que
A rãzinha queria
Era o pernilongo
Que estava próximo do menino.

Aí, na verdade
Ele foi protegido por ela,
Que impediu o pernilongo de morder,
E talvez, transmitir uma doença nele.

Porquê pernilongos transmitem
Doenças relacionadas ao pulmão,
E coração.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Cobrança de Aluguel

Quinze dias na casa nova.
Cidade nova.
Saudades do pai.
Não haveriam novas notícias.
Ele estava distante,
Estava onde não há retorno.
Alguém bate a porta,
Ela calça os chinelos
E vai até a porta.

Um rapaz,
Parece advogado.
- assunto de negócios.
Ela pasmou-se.
Sentiu medo e pigarreou.
- de quê se trata?
Ele sorriu polido.
Meticuloso,
E maquinal.

- um contrato para que assinem.
Entregou a ela um envelope.
- tá bom. Eu posso ler antes?
Trêmula ela pegou o envelope,
Virou as costas,
E dirigiu-se ao sofá.
- leia com atenção,
Não há nada em desacordo.
Ele manteve-se a porta.
A mãe saiu do quarto assustada,
Cabelos molhados,
Presos na toalha de banho.

- o que é isto?
Indagou trêmula,
Suas pernas tropeçaram
E ela caiu ao lado.
- mamãe, mamãe.
Parece apenas um contrato de aluguel.
A filha disse,
Massageando os ombros da mãe.

- tem que pagar algo?
A mãe pediu entre soluços.
Queria ser forte,
Por Allah,
Pela filha,
Pelo marido que foi embora.
Mas não se conteve.
Sentia dor intensa.
- mãe, por favor.
Não infarte.
Precisamos ser fortes.

A mãe correu até o quarto,
Com papel na mão,
Assinou e o entregou,
Com lágrimas a borrar as letras,
E assinatura torta.
- pronto.
Vai embora!
Ela disse a ele,
Ao correr devolvendo o documento.

- preciso do envelope.
Ele exigiu
Estendendo a mão para a moça.
Ela estremeceu
E estendeu o envelope.
- agora o pagamento senhora!
Está em atraso há 15 dias,
Outros 15 e seja despejada!

Ele falou
Sem retirar o sorriso
Que pareceu congelar
Naquele rosto impassível.
- sim.
Me desculpa,
Só um instante.
A mãe correu até o quarto,
Tateou na carteira,
Juntou o valor
E o entregou.

Nota sobre nota.
Não eram muitas.
O valor não parecia significativo.
Mas era um valor gasto mensalmente,
Retirado de outros afazeres,
Comida, energia elétrica, água,
Roupas.
Ela não era mais dona.
Pagava para poder estar.

O valor era exigido,
Devido e passível
De reprimenda.
Ela olhou para a rua,
Agora tão grande,
Parecia caber tantas pessoas,
Ela não queria ser mais uma.

Fazia calor,
O sol queimava o chão,
Todos pareciam ver sua situação,
Era triste.
Mas se esforçaria e iria pagar.
Nunca esquecer.
Nunca negar.
Estar ao relento.
Recebendo sereno,
Chuva, frio e calor no rosto,
Isto era o de mais terrível.

A filha levantou-se,
A abraçou e sorriu,
Terna e amorosa.
O rapaz pareceu assustar-se
Diante de tamanha beleza,
A mãe não importou-se,
Bateu a porta contra a sua cara
Sem despedida.
Sentiu medo,
Sentiu pavor,
Mas abraçada a filha,
Sentia profundo conforto,
Um calor que lhe tocava,
E uma esperança de futuro bom.

Não iria medir roupa,
Maquiagem,
Ou apostar em seduções,
A vida é um ato de quitar
Suas dividas.
- ao menos ele foi polido.
Não tentou se sobressair
Através de seu trabalho
Para se aproveitar de nossa situação
Financeira e te seduzir.

Ela falou
Enquanto puxava a roupa da filha
Para baixo,
Como se num ato de desespero,
A camiseta sobre a calça,
Fosse inapropriada,
E se aproximasse do vulgar,
De alguma forma,
Diante de um coração aflito.

- ele tem o endereço da casa,
Sabe a forma de entrar em contato.
Tem tudo que precisa.
Talvez, ele estivesse se preparando.
Disse a filha,
Olhando firme os olhos da mãe,
Marejada em lágrimas.
- não seja tola.
Eu estarei preparada.
Ambas abraçaram-se,
Fortes e seguras
Uma na outra.

Reforço Vitamínico Lá da Roça

Wolverine é um rottweiler esperto,
Ele estava com sede,
Mas queria algo diferente,
Água fresca era ótimo,
Mas, não para aquele instante.

Então, Bruce Wayne,
O Shitzu mais esperto,
Olhou para ele do início da área
E deitada no chão fresco,
Pôs a mão direita nos lábios
E riu, riu sem parar do garoto.

Esperto,
Wolvy deu um puxão forte
Na corrente
Que o sustentava
E separando sua coleira dela
Correu, correu e correu.

Retornou até o gramado,
E continuou,
Encontrou uma vaca no pasto,
Baixou o pasto e a olhou,
Mantendo o pasto no chão
Com sua para direita.

Se sentiu corajoso
E a fome roncou na sua barriga,
Ele, em um ato de esperteza,
Correu até a vaca
E tomou leite direto do teto.

Mamou feito um bebê.
Voltou para casa satisfeito.
Bruce Wayne,
Tomou conhecimento da atitude,
Correu até lá,
Mas não teve forças de baixar o pasto,
Menos ainda de ver a vaca.

Bruce pulou,
Estufou o peito gordo e fofo
E pulou.
Até que encontrou uma fresta
E se colocou nela,
Seus olhos escuros de bebê
Brilharam de longe,
Vendo a vaca animada no pasto.

E sua coragem arfou
Ainda mais o peito fofo dele.
Mas ao chegar próximo,
Sentiu medo de ser pisoteado,
Conversou com ela,
E pediu leite.

A vaca fugiu
E espirrou leite no chão.
Bruce tomou leite sem parar.
Wolvy espantado com a demora
Voltou até ali para olhar,
Encontrou Bruh barrigudinho,
De barriga cheia,
Incapaz de se mover de tanto que bebia.

Wolvy pegou Bruh pelo pelinho,
Fez como a mãe de Bruh,
O trouxe pendurado pelo pescocinho,
Como se fosse uma trouxinha,
Soltou na área.

Sensível com o estado
Do garoto,
 Wolverine voltou até a vaca,
E mamou de trago a trago,
De gole a gole
Ele trouxe o leite até em casa.
Soltou numa vasilha,
Foi até a bananeira,
Balançou com a mãozinha,
E deixou ela tortinha,
Pulou até o coração do cacho,
Derrubou o cacho no chão.

Colheu o cacho,
Trouxe na área,
Colheu um dedo da penca
Que estava madura,
Descascou com a mão,
Pegou o dedo e misturou ao leite,
Tomou o reforço vitamínico,
E deu ao Bruce também.

Fazendo carrinho
Na barriguinha saliente do
Pequeno garoto.
Agora eles são dois garotos incandiocados.


domingo, 24 de novembro de 2024

A Cobra Rosa

Houve invasão na chácara,
De repente,
Todos os bichinhos
Correram assustados.

Masharey subiu na pedra
Mais alta,
Que há ao lado da bergamoteira
E cantarolou alto:
- tô no terreiro!

Todos olharam
Na sua direção
E buscaram esconder-se,
Era algo perigoso.

Wolverine colocou a cabeça
Acima do piso da área,
E olhou atento,
Nada viu.

Bruce Wayne correu
Feito um cão abandonado,
Cheirou e cheirou
Por todos os lados,
Nada viu.

Os pássaros revogaram
E buscaram,
Havia algo.
Mas o que era?

Na busca desregrada
Por proteger
Si mesmo
E a família,
Um pequeno pintinho sedoso,
Correu cantando assustado:
- Piu, Piu, piuuuu.

Foi seu último piu.
Ele encontrou o que assustava
E isto foi seu fim.
Uma cobra rosa
E grande.

Ele pulou nela
Com suas garras afiadas.
Enfiou todas as garrinhas nela.
Masharey correu, e ajudou.
Penetrando sua pua
Toda dentro dela
E colando ela no chão
De terra.

Os pais deles correram
E a mãe pisoteou nela
Com seus pés fortes,
Sua bota de borracha
A esmagou.

Mas era tarde,
O pintinho chegou antes,
Foi forte para proteger o terreiro,
Salvou todos os seus 22 irmãos
Patos e galinhos,
Mas não aguentou os ferimentos.

A cobra que veio alimentar-se
Deles,
O feriu de morte,
Ainda assim,
Ele foi forte,
O mais corajoso,
Lutou contra a dor
Por três dias.

Contudo,
Ontem quando o sol
Caiu na noite,
Levou ele.

Pitel está feliz e seguro,
Ele sobrevoa a área
Com mais empenho,
Mas a cobra estava escondida,
Nem os pássaros a viram.
Nem nenhum outro.

sábado, 23 de novembro de 2024

Eu Sou Uma Danada

Sem o troféu
“A melhor”
Nem a miss mundo,
Ou a garota modinha,
Simplesmente,
Datada “a perfeita”
Intitulada
“A grande garota”.

Tudo corria bem,
Se temperamento
Fosse algo relacionado a mente,
Se as influências fossem
Sempre benéficas,
Se casa vez que eu seguisse rótulos,
Eu não fizesse o tipo estereótipo.

Danada.
Ferrada.
Satisfazendo vontades,
Esquecendo quem sou,
Minhas responsabilidades,
A educação que recebi.

Ocorre que pessoas datadas
Possuem dia exato,
Precisam estar medidas,
Seguir exatamente a bula,
E não há remédio,
É ideia apregoada,
Na qual se acredita e segue,
Cega,
Emudecida,
Danada e burra.

A perfeita intitulada,
Títulos não substituem textos,
Apenas simplificam,
Representam
Mas não são o contexto,
Títulos são esquecidos,
E até mesmo textos
São abandonados.

A tal garota miss mundo,
Porém, troféu é coisa
De acontecimento,
Possuem números de garotas,
E constituem
A satisfação de alguns presentes.

A perfeita danada.
Um título,
Que remete a algo,
A datada,
Garota com dias exatos,
A troféu,
Simplesmente na mão de todos,
Guardada em algum canto,
Feito móvel,
Que por si própria tem pouco valor,
Troféu vale pela competição
Que representou.

Danada.
Intitulada.
Rotulada.
Datada.
Troféu de acontecimento.

Talvez algum dia
Eu encontre lugar
Para ser eu própria,
Satisfazer meus conceitos,
Possuir mente sã,
Viver ao invés de buscar satisfazer.

A danada que segue tendências,
Tendência?
A ser vazia,
Modelada para satisfazer,
Prazer para deleite de outrem,
Esquecida por si própria,
Sem uma única palavra de valia,
Já não sabe se defender,
Nasceu para satisfazer,
Perdeu-se,
Já possui no preço da roupa
Uma data de validade.
Nas jóias que busca
Tenta ocultar o que é.
Uma danada.

A colina

Sentadas.
Lado a lado.
Mãe e filha.
O sol partia na coluna
Em frente aonde
Estavam sentadas,
Ambas abraçadas.

Pensativas.
A pouco tempo sofreram
A perda do ente querido,
Pai – marido.
Agora restariam lembranças,
Nunca se pensa
Que dias não voltam atrás,
Que o sorriso de hoje da filha,
Não se repetiria no amanhã,
Nenhum é igual ao outro.

Mas perder alguém
Para sempre,
É tanto tempo
Se imaginar
Que se tem muito para viver
E algum tempo
Se você pensar
Que não conhece
O seu destino.

Ela olhou no rosto da filha,
Viu o sorriso cativante do pai,
Viu o olhar de menina,
Viu seus sonhos de adolescência.
Enxergou seus primeiros passos,
O abraço satisfeito do marido,
Ao vê-la linda e forte
A caminhar ao seu encontro.

Se viu indo até ele,
Lhe depositando um beijo
Leve e demorando
Sobre seus lábios,
Abrigando marido e filha
Em único abraço,
Apertado e demorado.

Naquele dia imaginou
Que o amor dura para sempre,
Que nada separa família,
Então, veio a morte.
Cruel desengano.

Desatino de um fim inesperado.
A penumbra foi chegando,
Ela lembrou de tantas vezes
Que o marido a protegeu do escuro,
Não havia mais ele,
Apenas a filha grande,
Adulta, forte e deslumbrante.

Enchia o coração de alegria
Ver nela
Detalhes tão nítidos do pai.
Seu marido não partiu,
Nem partiria.
Havia uma linda parte dele
Ao seu lado.
A lhe abraçar,
Fazer companhia.

A primeira estrela brilhou num infinito
Tão alto
Que parecia próximo.
Do alto da estrada,
Sentia-se que
Num estender de mãos,
Se poderia tocar a estrela,
Mas o que o alcançar de uma estrela
Poderia trazer de tão bonito?
Estrelas são para o infinito.

Infinitas delas brilharam.
As árvores foram se tornando sombras,
Cigarras cantavam alto,
Alguns pássaros ainda voavam.
Uma coruja chegou perto,
Parecia ter um ninho
Num buraco próximo a elas.

Ela acariciou o rosto da filha,
Correu a mão por seu braço,
E apertou forte sua mão.
Chorou em silêncio.
A filha escorregou para seu ombro.
“Assim, são os filhos desmoronam”.
Ela pensou.

Mas as mães não tem este direito,
As viúvas solitárias,
Muito menos.
Carros passaram,
Ligaram pisca alerta,
Buzinaram para elas,
Ela não teve interesse,
Não quis saber quem era,
Não tirou o olhar da filha.

Linda e educada.
Não fez por menos.
Permaneceu íntegra.
Não retirou o olhar da colina.
Lembrava muito a integridade de seu pai,
Ele foi um homem único,
Gentil, cortes e lutador.

Soube trabalhar longas horas
Para lhes dar a melhor vida,
Soube educar, amar
E estar sempre próximo,
Mesmo se não estivesse.
A morte dele não era vista como morte,
Parecia uma distância
De horas,
Seu coração sempre
Esperava por sua volta.

Ela teve que retirar o relógio do pulso
Para parar de contar horas e minutos,
Mas coração de esposa
Sofre calado,
E não desiste por nada,
Ela aprendeu a contar as horas
Por outras formas,
O olhar choroso da filha,
O instante de entregar
O casaco para ele ir ao trabalho,
O horário do almoço,
Horário do banho,
O sol a mover-se,
A saudade a chama-lo,
A busca incessante da filha.
A saudade.

Polícia e Tiro

Sirenes, buzinas ou apitos Não avisaram Que uma guerra Havia iniciado no país inteiro. A televisão foi cancelada Por ordem...