Sem o troféu
“A melhor”
Nem a miss mundo,
Ou a garota modinha,
Simplesmente,
Datada “a perfeita”
Intitulada
“A grande garota”.
Tudo corria bem,
Se temperamento
Fosse algo relacionado a mente,
Se as influências fossem
Sempre benéficas,
Se casa vez que eu seguisse rótulos,
Eu não fizesse o tipo estereótipo.
Danada.
Ferrada.
Satisfazendo vontades,
Esquecendo quem sou,
Minhas responsabilidades,
A educação que recebi.
Ocorre que pessoas datadas
Possuem dia exato,
Precisam estar medidas,
Seguir exatamente a bula,
E não há remédio,
É ideia apregoada,
Na qual se acredita e segue,
Cega,
Emudecida,
Danada e burra.
A perfeita intitulada,
Títulos não substituem textos,
Apenas simplificam,
Representam
Mas não são o contexto,
Títulos são esquecidos,
E até mesmo textos
São abandonados.
A tal garota miss mundo,
Porém, troféu é coisa
De acontecimento,
Possuem números de garotas,
E constituem
A satisfação de alguns presentes.
A perfeita danada.
Um título,
Que remete a algo,
A datada,
Garota com dias exatos,
A troféu,
Simplesmente na mão de todos,
Guardada em algum canto,
Feito móvel,
Que por si própria tem pouco valor,
Troféu vale pela competição
Que representou.
Danada.
Intitulada.
Rotulada.
Datada.
Troféu de acontecimento.
Talvez algum dia
Eu encontre lugar
Para ser eu própria,
Satisfazer meus conceitos,
Possuir mente sã,
Viver ao invés de buscar satisfazer.
A danada que segue tendências,
Tendência?
A ser vazia,
Modelada para satisfazer,
Prazer para deleite de outrem,
Esquecida por si própria,
Sem uma única palavra de valia,
Já não sabe se defender,
Nasceu para satisfazer,
Perdeu-se,
Já possui no preço da roupa
Uma data de validade.
Nas jóias que busca
Tenta ocultar o que é.
Uma danada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário