terça-feira, 23 de setembro de 2025

O Show Continua

Houve certa banda musical
Que fez sucesso absoluto
Desde a primeira música
Até a última
Todas foram reconhecidas
Pelo público
Devido a qualidade
E o som muito bom,
Ela disse:
No meu navio pirata
Não entra gente de bem
Eu até dou carona
Mas não aceito sem um vintém,
Tem que querer encontrar
O tesouro em ouro ou jóias,
Se for melhor,
Tem que trazer consigo
O mapa.
É assim,
Aqui todos pegam o leme,
Todos sabem a direção,
Icem as velas,
Preparem os canhões
Já sabemos pra onde ir,
Precisamos chegar lá.
Este é o navio que não naufraga,
É aquele que não sabe esperar,
Não há capitão,
Seguimos o mapa
Com o tesouro maior,
Este é o destino,
A voz que dita as regras,
Vamos todos juntos garotos.
Garotas não são aceitas,
Exceto as que lutem
Muito bem na espada,
Não tem frescura,
Unhas feitas,
Cabelos jogados
Sobre os olhos,
Pra entrar aqui no navio
Precisa saber remar,
Jogar brasa no fogo,
Manter a direção,
Chegar.
Juntem os papagaios,
Arrumem o tapa olho,
Prefiro roupas escuras,
Nada de frescura,
Sirva-se de todo o whisky,
Vodca ou tequila,
Meta pinga na guela,
Icem as velas,
Direção ao tesouro,
Não paramos por nada.
O caminho da banda foi sucesso,
Ela nunca parou de tocar,
Todos os ouvidos
Pedem por ela,
Das bandas esta entre as melhores.
Ocorre,
Que ela conseguiu adeptos,
Seguidores e perseguidores,
Neste caminho,
Optou por fazer um show,
Este show ela não poderia
Ter feito,
Ao percorrer o caminho
Até os palcos,
Num deslize o baterista caiu,
Bateu a cabeça,
Sangrou.
Ao pedir socorro,
Outro rapaz invadiu os palcos,
Tomou a bateria,
Fez o show todo,
Ninguém reclamou,
A semelhança
Foi tão perfeita
Que, talvez, ninguém notou.
No entanto,
Está história tem final triste,
Ou não,
Depende pouco de opinião:
O baterista foi parar no socorro,
O show acabou,
O avião alçou vôo:
Um baterista estranho acompanhou.
A agenda da banda
Não parou,
Bandas não cessam,
Shows não escasseiam,
Com o calendário riscado
No dia agendado
O piloto voou,
Levou quem levou,
Ficou quem ficou,
O show continua,
A música não para.
Enquanto isso,
O navio flutua,
Onda sobre onda,
Tem caminho certo,
O ouro espera,
Espadas em mãos,
Garotas e meninos,
Todos de mãos na cintura
E olhar para o horizonte,
Lá, bem próximo
A não sei aonde,
Lá está nosso tesouro,
"Vamos navio ande",
Gritam juntos
Levando um pé para diante.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Recém casados

Lá, amor,
Bom dia,
Amo você,
Amo seu cheiro,
Amo cada manhã
Que mal abro meus olhos
E já o encontro.
Não há dia
Que eu achei ruim,
Não há nada que me fira,
Tenho você
E você é parte de mim,
Meu escudo,
Meu amparo,
Meu refúgio,
Meu amado.
Amo seu olhar,
Seu cheiro,
Sua cor que me conquista,
Seus carinhos
E tudo de nós
De todos os dias.
As vezes,
Fujo de onde estou
E me ponho a pensar
Em mulheres de anos atrás,
Mas, prefiro minha realidade
Em tudo que houve
Ou haverá,
Nossa realidade me trouxe você,
Você é meu tudo,
Minha vida,
O motivo do meu existir,
Sem você não sou nada,
Não consigo me imaginar
Sem você,
Eu, simplesmente,
Não existiria.

domingo, 21 de setembro de 2025

Foi Amor ou Deveria Ser

Como Genar imaginaria
Que Erick usaria a faixa
De pedestres justamente
No instante em que ela dirigia?
Em meio ao tráfego intenso,
Parado junto a tantas outras
Pessoas,
Por quê, justamente,
Naquele instante ele
E apenas ele decidiu passar?
Retirou-se debaixo
Da casinha de ponto de ônibus,
Colocou uma perna
Em direção a faixa,
Depois a outra,
E seguiu como se fosse o dono,
E de fato,
Da empresa ele era,
Mas, da via pública?
Aí não.
Da via pública ele não era.
Bem, Genar não imaginou
Que ele entraria na pista,
Ele não deve ter pensado
Que ela pararia tão bruscamente
Sobre ele,
Até que o carro colidiu
Contra sua perna,
Ela gritou de medo,
Ele abriu a boca assustado,
Não disse nada
E ela depois de desfazer todas
As marchas,
Acertou o pedal do freio.
- Cara, eu te acertei?
Ela gritou da janela aberta.
Três carros pararam bruscamente
Atrás dela,
Ao seu lado um carro enorme
E vermelho dirigido
Por um idoso de cabelos brancos
Sofreu uma colisão traseira,
Rodopiou e bateu
Contra sua porta.
- Cuidado!
Ele gritou
E levou a mão sobre o capô
Do carro dela,
E depois para o alto.
Ela nem pode ver a batida,
Realmente, o rosto resplandecente
De Erick era absurdamente
Perfeito.
Foi amor,
Ou deveria ser.

Schaul

Certa vez,
Anie decidiu ir até
Sua vizinha fazer a unha.
Deixou seus filhos,
Paul e schaul dormindo.
Sem esquecer de se voltar,
Ir até o quarto,
Beijar o rosto de um,
Virar-se para a outra cama,
E beijar o rosto do outro.
Se afastou do quarto,
Segura de que ambos
Ficariam bem,
Um tinha dois anos
O outro um.
Ela fechou a porta,
Depois fechou, também,
A porta de saída.
-Ola. Mirtiz, caso você
Ouça algum barulho
Me avise,
Eu deixei as crianças dormindo.
Ela falou.
Abriu o portão sozinha
E entrou.
- claro, sua casa fica
Aqui do lado
Não é possível
Que elas acordem
Sem que as ouvimos.
Anie sorriu em retorno.
- pois é, Argun está trabalhando,
As crianças me tomam o tempo,
Eu gosto de bem sentir bem,
Escolher um tempo para mim,
Sabe?
Ela disse.
-Sim. Certo.
Os filhos exigem do nosso
Tempo... Você prefere o vermelho?
Mirtiz indagou.
Tendo pressa em escolher
As cores e iniciar o enfeite
Das unhas de Enie.
Paul abriu os olhos,
Buscou pela mãe
Pelo quarto e não a viu,
Com pouco esforço
Ele levantou da cama,
Foi até a porta,
Abriu a porta e continuou
Sem ver a mãe.
Porém, não fez barulho,
Ao retornar para o quarto
Encontrou Schaul ainda
Dormindo,
Ele parecia um anjo,
O seu anjo.
Paul foi até a cama,
Chegou bem perto
E com algum esforço
Pegou o bebê no colo.
De passo a passo,
Chegou até a porta
Do quarto que deixou aberta,
Seguiu pelo corredor,
Então, se enroscou no tapete
E caiu sobre Schaul
De maneira que seu ombro
Bateu contra o pescoço
Da criança,
Schaul bateu com a cabeça
Contra a parede,
Sangrou.
Schaul não chegou a chorar,
Paul, sentou no chão,
Não entendeu como caiu
Ou nem porquê o menino
Não acordava.
Então, cansado,
Ele deitou ao lado
Do irmão,
O abraçou com carinho
E ficou ali olhando o teto.
“Eu tinha dois anos
Quando meu irmão sumiu,
Eu o amava muito,
Por quê ele nunca voltou?”
Paul indagou seus pais
Enquanto tomavam café
As oito da manhã
De quinze anos depois disso.
-Schaul?
Indagou sua mãe.
Enquanto tomavam um gole
De café
E o olhava assustada.
-por quê indaga filho?
Indagou Argun.
-“ele está demorando muito,
Eu já sinto saudades.
Paul falou.
Argun levou sua mão
Até a da esposa
E chorou.

A Adoção de Lara

Lá no quintal do André
Infestou de pulgas.
As pulgas estavam
Por todo lado,
Por todo o gramado,
Dentro de casa,
Dentro do carro.
Andre decidiu dar a Lara
Para adoção.
Isto mesmo.
Ele resolveu que ter menos
Cachorros ajudaria
A controlar a infestação,
Com isso optou por
Manter apenas a mãe de Lara
Com ele.
Lara era um bebê,
Tinha pelos compridos
Marrons e brancos
E tinha pelos curtos,
Ela era mestiça.
No mercado de venda de cães
Ela não conseguiria
Um bom preço
E André queria escolher alguém
Que sentisse afeto
Pela cachorrinha
Não se importava com valor.
Nisto escolheu Larissa.
Uma menina alegre
Do colégio onde ele estudava.
Ao conversar com ela.
Larissa aceitou no mesmo instante
Adotar Lara.
Porém, Larissa retornava
Para casa de ônibus,
Ela morava muito longe
Do colégio.
Quando André levou Lara
De presente para ela,
A danada fez xixi
E cocô na bolsa onde veio.
O cheiro intenso chamou
A atenção
E o motorista proibiu
A entrada de Larissa
Com o animal no ônibus.
Larissa não desistiu,
Abraçou forte a sacola
Onde estava Lara,
Foi até o colégio
Pediu permissão para a diretora.
A permissão foi concedida,
Depois, ela foi até o motorista
Que estava sentado
Sobre o banco do ônibus
Atrás do volante
E lhe pediu outra vez
Que a deixasse levar a cachorrinha.
Lara tinha um berne
Sobre a cabeça,
Escondido por entre os pêlos:
- por favor, motorista,
Me deixe levar Lara,
Veja o quanto ela sofre!
Larissa disse.
Seus olhos lacrimejaram
De tristeza pela Lara.
- não gosto de cães.
Ela vai sujar o ônibus.
Ele respondeu.
- veja, ele tem bernes,
Tem pulgas também.
Se você não me deixar
Ajudar ela,
Ela irá morrer.
Larissa continuou.
Foi até a janela do ônibus,
Do lado de fora do ônibus,
Abriu a sacola
E mostrou a Lara.
Era uma pequena cachorrinha,
De olhos e nariz marrons.
Compadecido com o estado
Deprimente da cachorrinha
O motorista permitiu
Sua entrada.
Larissa sorriu feliz.
-agora, só precisa
dar um banho nela
E passar o remedinho
Para proteger ela.
Larissa falou feliz
Ao entrar pela porta do ônibus
Pera irem todos para casa.
As outras crianças do ônibus
Aplaudiram a atitude
Do motorista,
Porque a Lara era realmente
Muito bonita
E merecia ser bem cuidada.

As Aventuras de Lara

Larissa dobrava a roupa
Que havia recolhido do varal,
Sentada sobre o colchão
Do quarto de seu irmão.
Neste instante, Lara
Estava deitada no sofá
Assistindo televisão,
De repente, Lara
Ouviu um ruído vindo
Lá de fora.
Ela levantou as orelhas
Com atenção,
Depois, sentou no sofá
E chacoalhou o rabo.
Não lhe pareceu
Que era algum conhecido,
Ela se assustou,
No primeiro instante,
Escondeu o rosto
Embaixo das duas patas dianteiras.
Depois, retirou uma pata,
Então, a outra,
Tomou coragem
E abriu os olhos.
O barulho vindo do quintal
Realmente a assustava.
Neste instante,
Ela olhou pelo vidro
Da porta que estava fechada,
E num reflexo
De movimento do estranho
Ela notou que ele tinha
Uma arma guardada
Por dentro do casaco,
Num bolso.
Ela se assustou,
Se afastou um pouco,
Depois correu para o quarto
A procura de Larissa,
Ao encontrá-la no quarto
De seu dono,
Ela se jogou sobre as pernas
De Larissa,
Deixando-as avermelhadas
Devido a intensidade do salto.
Depois, ela pulou até o rosto
De Larissa
Se segurou em seu ombro
E o lambeu,
Preocupada com sua dona.
Larissa, soltou
A camiseta branca
Que tinha entre as mãos
E a abraçou com carinho.
- Lara, sua danada!
Ela disse sorrindo.
Lara cheirou seu pescoço,
E pediu mais carinho
Da maneira como fazia
Quando queria dormir
Com Larissa,
Larissa entendeu que ela
Queria dormir.
Então, deitou para trás
Sobre a cama
Com a cachorrinha
Entre os braços
E deixou-se descansar
Por um tempo.
Neste momento,
O estranho bateu na porta,
E ninguém ouviu.
Ele bateu outra vez,
Depois se afastou
E bateu palmas,
Ninguém ouviu.
No entanto, Lara
Estava com suas orelhas eretas,
Ela ouviu,
Porém, ficou calada
Com o coração aos saltos
Devido ao medo
De ver a dona ferida.
O estranho tentou
Outra vez,
Não obteve êxito,
Depois de esperar
Por algum tempo
Em pé,
Com as mãos na cintura
Ele foi embora
E o perigo passou.
Lara salvou Larissa
Deste estranho.
Ela não soube o motivo
Mas sentiu terrível medo
Deste homem sorrateiro
E armado.
Larissa ainda não soube
Do perigo que sofreu
E que Lara a protegeu.

Cores, Sabores e Rancores

-Senhora, você precisa
Vir aqui agora.
Uma voz estranha
Falou usando o telefone
De sua neta,
Nelma assoou o nariz,
Como se chorasse por dentro
E secou o suor da testa,
Estava nervosa.
Ok.
Estava muito incomodada.
- me diga,
Aonde eu o encontro.
O estranho passou o endereço.
Nelma pegou o carro
E partiu até lá,
Ao se aproximar
Viu que se tratava
De um acidente.
O carro de sua neta
Estava com a frente destruída,
Parecia ter colidido
Contra o muro do asfalto,
Não sabe-se,
Talvez, o carro vermelho
Detrás do carro dela
A estivesse perseguindo.
Bem.
Neste instante,
O carro longo e vermelho
Estava estacionado
No meio do asfalto
De frente para o carro
Da neta,
Porém, não estava nem
Ao menos riscado,
Não poderia dizer-se
Que colidiram de frente.
O da neta rodopiou
Na pista e parou na contra mão.
Era o que tudo sugeria.
A porta do carro
Estava aberta,
A neta estava caída
Em uma poça de sangue
Com a cabeça encostada
No asfalto.
Calada.
O telefone dela
Estava nas mãos
Daquele estranho de terno.
Haviam dois estranhos.
O mais magro de pele escura,
O mais cheinho de pele alva,
No mais eram parecidos demais.
Nelma estacionou ao lado
Da mureta que ladeava
A pista,
Deixou o pisca do alerta ligado
E saiu com a carteira em mãos.
Logo mais,
Tinha agendado um horário
No presídio local
Onde poderia encontrar
Sua filha.
Ela era drogada,
Viciada em adrenalina
E drogas ilícitas.
Aos doze entrou
Para o cigarro,
Logo depois conheceu o álcool,
Nunca parou
Nem desistiu de provar
Sabores, cores e rancores.
Foi presa porque
Furtou a loja
Onde trabalhava como
Vendedora,
Lá roubou todos os calçados
Que pôde.
Isto proporciou a sua mãe,
Nelma a abertura de uma loja
Exclusiva para calçados
De onde retirava seu sustento
E o da neta.
Até onde Nelma sabia,
A filha dela trabalhou por três anos
Nesta loja exclusiva de calçados,
O dono era um homem robusto
E exigente,
Atrasava o pagamento
E gostava de exigir garantias
De suas empregadas,
Uma destas era sexo gratuito.
Bem, Lara foi bem educada,
Não aprendeu a se prostituir,
Nisto ela foi exigente.
No primeiro atraso,
Lara tratou de garantir
O pagamento:
Iniciou com três caixas de sapatos
Femininos a esmo.
Nunca parou,
Nem o pagamento foi correto,
Nem o sexo deixou
De fazer parte do contrato.
Escondido.
Exigido.
Ilícito.
Agora, foi pega.
As câmaras lhe roubaram
A imagem quando ela roubou
Sua primeira linha inteira,
Masculina, feminina e infantil,
No entanto, a loja
Possui estoque suficiente
Para muito tempo,
E Nelma mesmo discordante
Do decurso de tudo
Retira Notas Fiscais
E adquire novas linhas
Por meios legais.
Ela viaja ao Paraguai
Apenas para garantir preço bom,
Qualidade e manutenção
Da loja.
Ter de marcar horário
Para ver a filha é horrível,
Ela sente saudade,
No entanto,
O fato de o policial
Tê-la encontrado com drogas
Entre suas roupas ajudou
A manter a pena.
Agora, sua neta
Com treze anos decidiu
Entrar neste mundo
De drogas,
Algumas amiguinhas ligaram
No telefone de casa
E também da loja pedindo drogas...
No último mês,
Nelma a encontrou inconsciente
Dormindo dentro do carro
Do lado de fora da casa,
Estacionada em frente
Ao portão.
Havia whisky dentro do carro,
Uma garrafa vazia
A seus pés,
Outra pela metade
No alcance de suas mãos,
Próxima ao câmbio de marchas,
Um maço de cigarros aberto
Sobre o banco do caroneiro,
E pó branco sobre
O volante.
Ela estava seminua,
Sozinha e inconsciente,
Hoje, porém,
Tudo está diferente,
Há sangue próximo a ela.
-Que houve?
Indagou Nelma,
Se aproximando
Dos dois estranhos
A passadas largas e seguras.
- sua neta nos deve
Dez mil reais em drogas.
Nelma estagnou,
Levou a mão aos lábios
Trêmula.
“Então, se foi...”
Ela pensou.
Lembrou o rosto de Lara
Atordoada atrás daquelas grades,
As poucas roupas que tinha,
O frio que corroía a alma.
Ela não podia ter tantas roupas,
Era permitido apenas
O uniforme,
Mais nada.
Os cobertores eram apenas
Aqueles que estavam ao dispor,
As doações precisavam
Ser feitas ao diretor
E ele encaminhava para
Os mais necessitados.
Nelma doou tanto,
Buscou entre conhecidos
E amigos doações
Que, com certeza,
Já não havia os mais necessitados,
Porém, Lara padecia de frio,
Ela era frágil,
Sempre foi friolenta,
Ali não fazia diferença
Sua especial necessidade...
Seus cabelos estavam brancos,
Desregrados, duros e caíam.
O sabonete lhe rompia a pele,
Lhe causava secura,
Tudo lá dentro era do mais simples.
A comida era escassa,
Permitida apenas nos horários
Reservados.
A água era escassa e suja,
Tinha gosto ruim.
O frio chegava até as grades,
Ganhava as paredes
E congelava todas lá dentro,
Algumas não resistiam.
Haviam as carcerárias
Que cobravam sexo
E dinheiro por vantagens,
Lara contou aos prantos
Que estava aprendendo a usar
Pênis artificial.
Era obrigada a dar prazer.
De toda a forma,
Satisfazer as carcerárias
E por vezes, as detentas.
Com o tempo,
Seus muitos namorados
Deixaram de visitá-la,
Mas, Nelma sempre buscava
Algum garoto disponível
Para Lara não se sentir abandonada,
Mas, de fato,
Ela mesma sabia,
Os homens não queriam
Relacionamentos sérios,
Ao primeiro obstáculo
Eles desistiam.
Foi assim com todos
Os que ela teve,
E nunca soube o nome
Do pai de Lara.
Mas, Lara garantia por
Sua filha, Genna.
“A menina tinha pai,
No entanto, ele era ausente.”
- dez mil?
Nelma pegou um talão
De cheques e preencheu
O valor.
Assinou e entregou a eles.
- agora vocês podem
Nos deixar em paz?
Ela indagou.
Se ajoelhando até a neta.
Levantando sua cabeça inconsciente.
A dívida tinha um pequeno valor,
Dez mil,
E sua neta se calou
E agora morreu.
Nelma a pôs
Em suas pernas
E chorou mais ainda.
Os dois homens
Entraram no carro,
Deram meia volta
E saíram.
Talvez, se Lara consiga
Abandonar o vício,
Só então,
Estes dois nunca mais
Serão vistos.
Do contrário,
A morte é o fim previsto.
-Alo, é do presídio?
Indagaram quando Nelma ligou...
-Sim. Informaremos Lara.
Respondeu uma voz masculina,
Vinda de um rosto rechonchudo
E branco que olhou para o lado.

Boneca Descabelada

Sempre que olho Para meu passado, Eu percebo que não merecia Meu pai, Na verdade Nem minha mãe. Ocorreu que ela tinha 16 anos,...