sábado, 6 de maio de 2017

A Solidão de um Céu Rasgado

Na companhia da solidão,
Que ardia em seu coração,
De uma forma palpável,
Nada lhe parecia ajustável,

Nem mesmo sua casa, 
Lhe trazia a paz de que precisava,
E o silêncio de tão audaz,
Trazia consigo uma insídia mordaz,

Lhe anuviando a percepção,
Para transbordar em lágrimas sua visão,
Mesmo as paredes do seu entorno,
Não lhe ofereciam resguardo,

Lhe deixando tão vulnerável,
Que beiravam ao impalpável,
E seus espaços vazios só lhe traziam calafrios,
Mesmo seu celular limpo e organizado,

Não lhe parecia um aliado,
Pois lhe fazia prever uma ligação que não iria acontecer,
Sentia que seu chão iria se abrir para lhe consumir,
A sós e de olhos fechados,

Nem ousava amenizar o silêncio de sua sofrença, que de tão gritante,
Agia como uma doença na busca por consumir sua mente,
Seu corpo padecia em agonia,
E ao deitar sobre sua cama vazia,

Com, somente, seus pensamentos por companhia,
Um lindo rosto lhe surgia,
E um nome ficava suspenso no ar,
Como um segredo que não se quer revelar,
Ou um momento que não se quer recordar,
E o céu que era perfeito agora está rasgado.

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