domingo, 10 de setembro de 2017

Guerra Sangrenta

Espalhou-se pelo povoado,
A história de um povo antigo,
Em que o rei dormia sobre o ouro,
Comia e vestia-se com o mais caro,

Por não saber amar,
Adornava-se em pedras preciosas,
Na tentativa de preencher o vazio,
Que se apossava de seu peito frio,

Cercado por muros de bronze,
Fazia do povo um exército de escravos,
Que se alimentava do pó do deserto,
Recrutava da criança ao adulto,

Vivia a custa de sangue humano,
Fazia das mulheres mero objeto,
Disponíveis para satisfazer os seus caprichos,
Reduzindo-as a escravas genitoras,
Meras reprodutoras da raça humana,

Contam ainda, que este rei teve setecentas esposas,
E mais trezentas concubinas,
Mas conforme remetem indícios,
Ele nunca conheceu o apreço, o brio ou o respeito,

Em razão de sua essência tirânica,
E de sua conduta indigna,
Que regrava suas conquistas conforme sua própria escolha,
Através de ameaças e do fio da espada,

E o povo que resistisse, era reduzido as cinzas,
Salvando apenas as mulheres virgens,
Para servirem de possíveis genitoras de seus combatentes,
Pois a guerra era cotidiana, em suas vidas sangrentas,

Suas vinganças eram públicas e desumanas,
Para que o medo controlasse suas cabeças,
E o povo não se rebelasse contra o rei tirano,
Nem se colocasse contra seus planos,

Até mesmo a ideia de Deus era desvirtuada,
E seu altar era erguido através de sacrifícios humanos,
Alimentando o medo e o ódio em seus juízos,
Era como se o amor fosse algo proibido,
Uma miragem na areia do deserto,

Mas aconteceu que em meio ao nada,
Emergiam falsos profetas,
Buscando tomar o lugar do monarca,
Estes falsos profetas se baseavam em eventos da natureza,

Que aprendiam a reconhecer através da percepção,
Como a exemplo das épocas de chuva ou de seca,
E por estarem espalhados e irreconhecidos entre a multidão,
Conseguiam distinguir algumas peculiaridades
Relacionadas a majestade,

Por isso nem sempre suas ideias eram carentes de sentido,
Mas para evitarem possível condenação pelos erros,
E buscarem reconhecimento,
Alegavam que suas ideias eram de ordem Divina,
E ao ganharem a confiança do monarca,

Tornavam-se seus conselheiros
E ganhavam um aposento no castelo,
Mas nem por isso deixavam de espionar as ideias do público,
Assim, com passagem livre em ambos os espaços,

Atuavam, também, através de sussurros não identificados,
Para causar-lhe pânico, convencer-lhe de suas ideias e destroná-lo,
Em busca do ouro, a custa do choro do povo,
Que continuava entre os muros esquecidos,

Abandonados a própria sorte,
As margens da sociedade,
Com um povo composto por filhos,
Havia sempre um filho para suceder o soberano,

Por isso a história permanecia a mesma,
Mas como toda história tem um final feliz,
Sucedeu que este tormento teve fim,
E certo dia, quando o rei foi falar ao povo,
Um tiro de flecha o atingiu no peito,

Entre os encaixes de sua vestimenta,
E seu sangue escorreu pela terra,
Enquanto lágrimas alcançaram seu olhar,
A hora certa ficou indeterminada,

Mas sabe-se que era próximo ao ocaso,
Então o povo gritou em alta voz,
Finalmente podemos avistar a paz,
E a possibilidade de uma vida digna,

Em que as pessoas venham a se respeitar
Por fazerem parte da mesma raça humana,
Estamos livre, como prova de que Deus vive.

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