quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Prisioneira

Ao seu primeiro grito
De dor,
Eu dilacerei minha carne,
Se houvesse um segundo,
Eu arrancaria meu sangue.
Mas, não.
Apesar de tudo,
Você foi mais forte,
Silenciosa em seus medos,
E eu a salvar-me.
Ah, quem me dera estes pés,
Poder tocar-lhe,
Eu caminharia mundos
Para lhe repousar um beijo,
Virtuoso de tocar-lhe,
Por você iria até a morte.
Justa por entre meus dedos
Ou os infortúnios da virtude?
Não.
Querida,
Não pronuncie outro nome.
Grave o meu.
E a nenhum outro.
Eu.
O seu homem.
Você sabe que me tem.
Ao primeiro olhar e me vi absorto,
Não queira ter outro.
Outra não me séria suficiente.
Grave meu nome.
Eu, o seu homem.
Esqueça os malditos outros nomes,
Estes miseráveis,
Foram eles quem nos fizeram mal.
Veja, você sofre.
Eu sofro.
Chame a meu nome.
Esqueça qualquer outro.
Eles não são capazes de entender.
Você não seria amada tão ardentemente.
Veja o frio que acolhe seu corpo,
Sinta minhas mãos tão quentes,
Eu posso lhe dar um beijo,
E você jamais sentiria dor, cede ou fome.
Que estes lábios trêmulos
Sintam saciar-se,
Prove da minha boca,
Chame por meu nome.
Esqueça todo outro.
Desista desta masmorra que te envolve,
Eu posso cobrir sua pele,
Curar suas feridas,
Deixe deste jogo de fatalidades,
Querida,
Outro nome não lhe dará virtude,
Veja que no fundo você
Possui luz própria,
Ascenda seu olhar,
Mova seus lábios
E me chame.
Há um calabouço dentro de mim,
Lá as palavras caem ao vazio,
Se perdem nesta vácuo,
Diga meu nome,
Esqueça todo outro,
Você sabe o quanto sofri,
Eu assisti a todo o seu sofrimento,
Fui testemunha da sua dor,
Quando a conduziram,
Eu estava lá,
A cada discurso,
A cada aparição sua,
Eu estava lá.
Chame a isto tortura,
Eu me preocupar tanto,
E você nem ao menos me chamar,
Diga meu nome,
Eu sei que você é capaz.
Eu daria um império
Por seus beijos,
Ser o destino de seu caminho,
O caminhar destes lindos pés,
Que quanto mais admiro
Mais pisam sobre minha cabeça,
Querida,
Não haja desta forma,
Assim, iria parecer
Que não possuo um cérebro,
Que sou um mísero idiota,
E não que a vejo
Por todo o lugar que olho.
Pelo menor de seus sorrisos
Eu doaria minha alma,
Escravo de seus passos,
Aí de mim vê-la palpitar
E sangrar por beijos de outro,
Chame meu nome,
Esqueça todo o resto,
Enxugue o suor do meu rosto,
Dê paz a este amor,
Sinta piedade,
Chame meu nome.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Plantação de Pêra e Maracujá

Os pais de Pitelmario Fizeram uma linda plantação, Araram o campo, Jogaram adubo, Molharam a terra, Então, plantaram pêras...