terça-feira, 1 de outubro de 2024

Sombras

É, Raha?
Era já!
O casaco surrado
Do garoto visualizado,
Viu seu último suspiro,
Antes de ser deixado.
Sobre o decorrer desta luta,
Houve pescoço virado,
Primo desarraigado,
Até marido abandonado,
Resultado negativo,
Não foi beijo.
A realidade se esclarece,
A lua brilha ao redor,
Chocando seus olhos,
Aquecendo seus pés,
Que de chinelos,
Ainda não se movem,
Mas sentem o orvalho.
E vê-se demolir,
Como se cada sombra
Tivesse seu existir,
E tudo que estivesse antes,
Já não houvesse,
Pois sombra sendo,
Já deixa de ser objeto,
Vira assombro,
Acaso e medo.
Desagrado meticuloso,
Tudo se desforma,
Pedaço a pedaço,
Até mesmo a mais aterradora
Poesia,
Perde suas frases
E deixa encanto,
Efeito de máscara
Ou coisa qualquer,
Tudo que foi um dia,
Na noite deixa de ser.
E como benigna forma,
Ele foi,
Adentrou-se entre sombras,
Até ver-se no horizonte
Desforme,
Onde por mais que busque,
Não acha-se,
Por entre sombras,
Todo olhar se engana,
E quem estava,
Simplesmente parte.

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