terça-feira, 1 de outubro de 2024

Seu Idiota

Eu sei.
Não te interessa!
Estive folgando,
Relendo páginas
Esquecidas,
Evitadas.
Fechadas.
Abri-as.
Eu abri aquele livro
Que lembrou nossa primeira vez,
Trouxe a minha memória,
Sobre o quanto eu notei
Que você não sentia nada,
O quanto eu parecia esperta
E entre quatro paredes
Não fui nada.
Desprotegida.
Desabrigada.
Foi difícil falar de amor
Nua entre suas mãos.
Eu quis me esquivar,
Correr daquele lugar,
Fugir para longe,
Até de seus olhar,
Suas frases,
Suas histórias.
Você me enganou bem.
Tudo que disse e fez,
Foi o bastante para tirar minha roupa,
E meter,
Meter em mim sua presença,
Seu sobrenome estúpido,
Sua família idiota.
Você.
Desnuda,
Pensei que não havia saída,
Tive que convence-lo
A sentar-se ao meu lado,
De seios farfalhantes,
Coração a mil,
E aqueles seus dentes
A mostra e tão perto,
Perto demais da gente,
Sua mão buscou minha perna.
Não bastava me ver,
Não conseguia se conter.
Seu calor
Parecia me tocar
E enjoar cada parte.
Seu cheiro possessivo
Tomou conta do lugar,
Eu tive que dizer eu te amo.
Esconder o ódio,
Ignorar rancor.
Tivemos que conviver.
Obrigação recíproca,
Você forçado a me dar prazer,
Eu aturar o seu derreter.
Foi horrível o peso de sua mão
Sobre meu corpo,
Meus ossos frágeis ao seu dispor.
Eu fui fraca,
Ingênua.
Não soube dizer não.
Entrego tudo isto a vergonha
E tudo que você fez
Nunca foi o bastante.
Me obrigou a conviver
Eu te obrigo a saber:
Você não é suficiente.
Não sabe dar prazer,
Eu ainda,
Mesmo após tanto tempo,
Sinto nojo de você!
Aquilo que você tirou
Não foi virgindade,
Eu não sou troféu,
Foi apenas sua máscara,
Entenda,
Ela caiu
E hoje todos te reconhecem.

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