quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Seu Olhar

Guardava no olhar,
Um brilho intenso,
Uma chama sempre acesa,
Que apagava o choro,
Desinibia a conversa,
Me dava amparo.
Eu não nego,
Amei Cristian Grey,
Ser sua prometida,
Foi mais que um sonho bom,
Eu sonhei cara,
Derramei amor tomando remédio,
Esperei o cara que me valorizaria,
Olharia pra minha ausência de decote,
E não imaginasse que meus seios
Eram feios,
E eu fora de moda,
Então, quisesse me ver nua,
Pela simples sobra de tecido,
Retirar peça a peça,
E jogar uma máscara
Na minha cara
Para sair comigo,
Linda e perversa
Em público.
Foi sonho,
Mais que sonho.
Quase tive por objetivo.
A virgem despida na primeira noite,
Medida em seus dedos,
Acordada aos vômitos
E arrependimentos da balada,
Sozinha num quarto enorme,
De um cara rico e gostoso,
Que me respeitou ao máximo,
Saio, visto suas roupas,
E faço comida em sua cozinha,
Reviro tudo e limpo,
Cuido do Closet a cozinha,
Na sala dou uma espiadinha,
A sua garota.
Passar deste sonho
Para rostos brutais
É um tanto quanto cruel,
Desembarcar do carrão top,
Do cara lindo,
Para pegar uma calçada,
Andar a pé e tentar
Um espetinho de churrasco,
Alegra viver,
Não se chama a isso sonho,
Mas é realístico.
Quando alguém lá de casa
Se casa,
Quebra-se a taça do vinho,
Diz-se que o casamento,
Obrigatoriamente,
Deve durar o tanto de pedaços
Do vidro,
Não é por pouco,
Mas costuma ser
O tempo que se demora
Para quitar os gastos do casamento,
Ninguém endivida ninguém
E larga,
É a praxe.
Sem máscaras ou vidro na cara,
Nada de acrescentar possíveis dívidas.
Um casal que permanece
Na adversidade,
Na felicidade,
É um sonho interessante,
As vezes, ele me olha,
Me vê chorar escondido,
Espera ao lado da porta,
Leva um lenço até o corredor,
E seca suas lágrimas,
Hoje o olhar dele não é tão quente,
Nem mesmo eu choro
O tanto quanto antes,
A realidade coloca a gente no chão,
O coração coloca alguém perto,
Não há muito tempo
Para se desperdiçar a vagar
Em imaginários,
Só se prende a este fio,
Ver nele
O que busquei desde o início.

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