quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Única Esperança

Caí sem vida,
Nas profundezas da alma,
Num funil de esperança,
Onde não se alcança,
Onde eu não posso tocar,
Nem seu nome pronunciar.
Única esperança,
As lembranças,
Vidas a me apagar,
Não aceito outra boca,
Não sei deixar de te amar.
Perdida nestas trevas,
Chão frio e lembranças,
Paredes tórridas
E lembranças,
A afagar,
A te trazer de volta,
Aqui sozinha,
Esquecida,
Não há música
Que possa chegar,
Não há fala,
Não há nada.
Profundezas e lágrimas,
Sangue e torturar,
Te lembrar,
Não há outra esperança,
Nada me alimenta,
Não sinto sede ou alegria,
Você se afasta,
Feito o fogo da palha,
Acende e queima na hora,
Resta apenas fumaça,
E este cheiro intenso que fica.
Quem me viu feliz, estremeceria,
Perdi seus beijos,
Seu amor.
Nada me resta.
Condenada a ser sozinha,
Quase sem respirar,
Neste buraco que me enterra,
Não há vento a acariciar meus cabelos,
Nem seus carinhos,
Não há seus beijos,
Apenas o vazio profundo
E dor.
Intensa dor que atormenta
E o chama.
Primeiro o encontro,
O beijo, o sorvete,
O passeio juntos,
Então, a declaração de amor,
Depois o velho do bar,
As mentiras,
O punhal,
As desfeitas,
Você foi embora,
Me trancando nesta cela fria.
A música que toca lá fora,
De tão distante,
Aqui não pode ser ouvida,
Você foi figurante,
Não foi o amor da minha vida,
Acreditou no que quis,
Se apegou a mentira,
Não aceitou que eu estava aqui
Enquanto você dormia,
Sua vigia,
Noite ou dia.
Hoje esquecida.
Me apego a única esperança:
As memórias.
Poder manter.
Guardar.
Não te esquecer.
Sentir algo que me aqueça.

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