sábado, 23 de janeiro de 2021

Amor no Chuveiro

 

Quando seus lábios encontraram-se em esboço do desejo,

Os afagos que se seguiram despertaram emoções irrefreadas,

Aquelas mesmas em que acredita-se tocar o infinito,

As quais quanto mais se entrega mais se deseja, mais se ganha,

Uma espécie de perder-se no outro para encontrar-se em seus afagos,

Doce entrega entre sonhos e carícias distribuídas na mesma medida,

 

Com um pouco de sorte, seria destinado ao para sempre,

E ele se esforçaria para fazer o possível para tornar real,

Na distância de um afagar das suas mãos macias e suaves,

O amor saiu do seu coração e parou na ponta da língua,

Embebendo em carícia cada palavra pronunciada,

Em um desejo incontido que molhava sua boca sedenta,

 

Como se estivesse a implorar por um minuto de silêncio,

Em que, apenas sussurros roucos fossem pronunciados,

Doce instante em que o amor seria abafado por beijos,

E os afagos procurariam cada parte dos seus corpos,

Conhecendo e reconhecendo-se um no outro,

Seguros dos seus sentimentos, de alma aberta e olhos fechados,

 

Em um momento em que o mundo deixa de girar,

Muda o eixo, e tudo passa a ocorrer dentro de si mesmo,

Sonhos e realidade se misturam dentro da própria alma,

Para dispersar-se em afagos incontidos e retribuídos,

Um segundo de distância dos seus lábios,

Somente o tempo suficiente para indagar com voz rouca:

 

- Gostaria de fazer amor, você se sente pronta?

Ao final da pergunta, ele molha os lábios com a língua,

E vê toda a insegurança da timidez diluir-se através da boca dela,

Que ganha seus lábios com mordidinhas suaves e um roçar de lábios,

Abrindo-os com carinho, como se pedisse permissão em silêncio,

Apenas para afastar-se depois, abrir um sorriso malicioso,

Antes de sussurrar, “sim aceito”, com emoção entornada em beijos,

 

Seus olhos se viram despidos da fantasia e refletidos um no outro,

Como se suas almas guiassem suas mãos entre carinhos apaixonados,

Bem que se gostaria de não ter tempo para acabar,

De amar e amar por uma vida inteira e um segundo a mais,

Momento em que o frio dos seus corpos é despido,

E um cobertor de carinhos é sobreposto, aquecendo-os,

 

Apenas sussurros de amor incontido rompem o silêncio,

Juras de amor são acordadas e ganham vida em seus afagos,

Sorrisos de aprovação, vozes emergem diretamente do coração

E ganham expressão em carinhos apaixonados de pura emoção,

Instante em que todas as frases de amor já ouvidas,

São postas a prova, para ganhar vida através das suas carícias,

 

A solidão ganha ausência para o amor tomar a rédea da rotina,

E mudar o destino um do outro, segundos de paixão e noites de desejo,

São vividas e revividas como se disso dependesse suas vidas,

Da forma mais intensa, mais profunda, genuína e única,

Como só os que amam são capazes de reconhecer, de provar,

No calor da água do chuveiro a derramar-se sobre seus corpos,

 

A névoa que os rodeia, dissipa-se entre afagos e beijos,

Nada mais é capaz de distanciar ou impedi-los,

Sussurros de eu te amo rompem o ar, seguros,

O amor percorre derramado os contornos dos seus corpos macios,

Como se já reconhecesse o caminho, guiando-os,

Eis que a suspeita de um amor verdadeiro ganha vida,

A insegurança, a sensação de desvalor é afastada,

 

Enquanto as feridas das dores são apagadas com carinho,

E afagos percorridos em seus corpos sôfregos, trêmulos,

Os segredos caem no azulejo escorregadio e úmido,

Criando uma base para sustentar o que sentem um pelo outro,

Os dedos buscam-se, tateiam um caminho desconhecido,

Em que o amor é o maior alvo, tiro com destino certo,

 

Suas mãos unidas encontram-se no box do banheiro,

Desenhando seus destinos ao mostra-los juntos,

Com um ligeiro estremecimento entregues ao beijo,

Que merecia nunca encontrar um tempo final,

Beijos exigentes com o desejo de vencer o tempo,

Ultrapassar a força dos seus corpos, sem descanso ou fim,

 

Diante deles, tudo o mais se tornava pequeno,

Mesmo a definição do amor no dicionário deixa de bastar,

Incapaz de preencher o amor reconhecido nos olhos um do outro,

Inconsistente para traduzir a afeição que se expressa através das carícias,

Que se define em cada toque, cada carinho,

Um desejo mais intenso passa a se manifestar,

 

Vontade de ficar para sempre com ela deitada em seu peito,

Lugar onde a deixará por toda a vida, segura em seu amor,

A mulher que ganhou sua afeição toma-o pela mão,

Rumo a um caminho desconhecido, definido por seu coração,

Ela, cessou o beijo e tentou se afastar, ele fê-la parar,

Puxando-a para si, tomou-a no colo e levou-a para a cama.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Tentativas

Ora por favor, apenas um minuto de silêncio,

Não diga nada ao menos por um momento,

Me permita afastar estas sombras do seu rosto,

Através da luz de todo o amor que sinto,

Essa ideia a qual você se apega para afastar-se,

Não consiste em nada além de mera tolice,

 

Perdão pela palavra, mas como poderia definir

A situação em que você decide desistir de nós dois?

Depois de todo o caminho percorrido, você chega e diz: fim?

Tem certeza que está correta sobre essa sua decisão?

No que reporta a mim, todas as desculpas não me fariam esquecê-la,

Em nenhum momento passou por meu coração abandoná-la,

 

Me basta um motivo apenas para deseja-la em minha vida,

Eu a amo, e não preciso sentir nada mais que isso,

Para você não é suficiente tudo que estou a oferece-la?

Todo o sentimento que coloco sob seus pés, intacto,

Não basta cobrir-me de perguntas inconsistentes,

Tudo que lhe respondo não basta para o que sente?

 

Decidiu, por conta própria, sem convicção alguma,

De que eu a traia, de que não a amei nem por um instante,

E a cada segundo se apega a outro fato qualquer,

Apenas para ficar distante, desistir de tudo que construímos?

Ora se fosse para traí-la eu não cobriria todo e qualquer rastro,

Acaso acha que sou tão baixo a ponto de enganar o que sinto?

 

Sim, por que se me rebaixasse ao ato de enganá-la,

Antes disso, trairia a mim mesmo, poria minha honra em jogo,

Se prometi ama-la para sempre porque você teima em duvidar?

Por que procura pistas inexistentes para esconder-se em ideias errôneas?

Tudo que conversamos até agora não foi o bastante para você confiar,

Em que momento coloquei nosso amor em risco de cair em ruína?

 

Eu entendo que possa haver dúvidas da sua parte, é claro que entendo,

Mas não seria possível haver confiança quanto ao que sentimos,

Você não poderia confiar nas promessas que fizemos um ao outro?

Essa sua oscilação de humor me deixa inquieto, entristecido,

Não percebe que com este comportamento você fere a nós dois?

Por quê procura a qualquer preço por em jogo os nossos planos?

 

Não entendo como você ainda tenta duvidar de tudo que sinto,

Sobre nosso amor, sobre o futuro que sonhamos juntos,

Me fere de morte este brilho choroso de dúvida em seus olhos,

Não percebe o quanto sofro quando você inventa esses trechos

De angustia misturada com discórdia, que só machuca a ambos,

Se apega a opiniões alheias de quem nunca viveu o que vivemos,

 

Então, por favor, pense meu amor, como poderiam entender-nos?

Como julgar os passos de um caminho que nunca foi percorrido,

É certo que cometo meus equívocos, mas, e quanto a você,

Não está pondo em questão todo o nosso amor por pura futilidade?

Não me leve a mal, a conheço o bastante para não me apegar a isso,

Mas suas dúvidas corriqueiras estão me deixando louco, apreensivo,

 

Você sabe que estou correto, peço-lhe, apenas que pense um pouco,

Acredite na força que possuímos juntos, unidos em nosso amor,

Você não gostaria de pôr em prática todos os nossos sonhos,

Realiza-los? Então, por favor, você pode me conceder um pouco de crédito?

É pedir demais, quando lhe peço que acredite, confie em nós?

Agarre-se a este amor genuíno e puro que sentimos um pelo outro,

 

Permita-se acreditar mais, apenas mais um pouco,

Nunca condenei nenhum dos nossos segredos ao túmulo,

Aliás, em que momento guardei segredos contigo?

Por vezes, acredito que leio seus pensamentos,

Acredite, eu gosto disso me faz completo, satisfeito,

Não paira nuvens que escondam o que sentimos,

 

Se você se permitir acreditar no que te digo,

Com a voz mais profunda que sinto em meu peito,

Aquela que emite o amor mais sagrado,

Liberto de toda impureza - poderia defini-lo-,

Veja meu esforço, você conhece minha dificuldade com os versos,

Mas sempre tento ser melhor para abrigar nosso amor,

 

Para expressar o quanto a amo com toda a alma,

O quanto acredito que podemos dar certo junto,

Acreditei em você desde à primeira vista,

Por que você busca empecilhos ao que sentimos?

Não acredita, por um segundo ao menos, que esteja errada?

Me permite, pelo menos neste instante, proteger nosso amor;

 

Sobre todas as promessas que fiz, recordo de uma a uma,

Você ainda se lembra delas? Sempre as repito em minha alma,

Feito uma oração, não por medo de esquecer, mas por acreditar,

Por me vincular a elas com a parte mais profunda que há em mim,

Então, querida, por que tenta pôr tudo em dúvida assim?

 

Eu a amo, e acredito no que você sente, e você, vai se apegar a quê?

Ao que sentimos e cremo-nos um no outro, ou nesta dúvida em que se acolhe,

Sem motivação, sem convicção, sem razão de existir,

Responda-se querida, por que nos magoa assim? 

Sem Perdão

Suas palavras embriagaram minha alma,

Senti como se me esvaísse de mim mesma,

Com o coração em nó na garganta,

Fechei meus olhos para não chorar,

Embora não tenha falado tanta coisa,

O que disse foi suficiente para destruir-me,

 

Jogar todos os sonhos que sonhei pela janela,

A mesma em que ele ficava a esperar-me,

Como se ansiasse por minha chegada,

Como se precisasse da minha volta,

Mas não, foi tudo em falso o que vivemos,

Cada sonho estava ao avesso, virou pesadelo,

 

Desejei que tudo não passasse de sonho,

Não achei que fosse sofrer tanto por amor,

Quando o conheci, o amei à primeira vista,

Nunca pensei que em seguida viria este desfecho,

Ver suas palavras antes afáveis machucarem minha alma,

Fim de todos os planos, todo o amor que vivemos,

 

Como se fosse um tapa não consegui me recuperar,

Os lábios que me prometeram amar me feriam sem indulgência,

Como seria meu futuro a partir de agora,

Se tudo que fiz e vivi foi em vista do amor que sentia?

Te amei com todo o amor que tinha, com a ânsia de uma criança,

E agora diante de tudo que sinto, você me diz que vai embora?

 

Com o rosto impassível, onde antes contemplei o amor,

Via que nunca foi sincero quando me desejou em sua vida,

Quando falou sobre aqueles sonhos, os que inventamos,

Depois de passarmos nossos momentos acordados,

Quando depois do amor, você olhou no fundo dos meus olhos...

Acreditei que tivesse visto minha alma, mas só enxergou a si mesmo,

 

Foi falso em cada ato, cada palavra; quanto as promessas,

Realmente não tenho sobre o que reclamar,

Nunca houveram, então, porque cheguei a acreditar?

Sem promessas, nosso amor não passou de frases frias,

Mesmo no calor do beijo, mesmo na ânsia do desejo,

Nunca houve nada, sei que amava outra, eu vi isso,

 

Mas, você nem ao menos tentou me enganar,

Aquela hora em que desejou meu corpo, não senti que me tocava,

Desculpa, mas você estava longe demais de nós,

Em que lugar você estava, recorda que cheguei a perguntar?

Não recordo sua resposta, mas percebi que estava em outros lábios,

Já era tarde demais para o nosso amor, então, porque insisti tanto?

 

Espero que me perdoe por não ter facilitado as coisas,

Mesmo agora que o vejo ir embora, sinto-me esvair por dentro,

Você sempre soube disso, apenas diga, foi por pena que ficou comigo?

Nunca fui o suficiente para te convencer a ficar,

Não fui mais que um joguete em seu caminho,

Ainda doem suas palavras a esmurrar minha cara,

 

Você consegue enxergar suas marcas? Você desejou minha irmã,

Recordo de você pedir o número do telefone dela,

Recordo de quando, alguns anos antes, você me disse isso em palavras,

Não foi apenas uma vez, me perdoe, mas me fiz de surda,

Suas palavras me destruíram por dentro, não sou mais nada,

De mim mesma, só resta a lembrança, um corpo sem vida,

 

Isso te faz mais homem, aumentou sua autoestima?

Em todas as vezes que saímos, em todas você olhou para outra,

Cara uma mulher não basta para te fazer satisfeito?

Me sinto ferida, denegrida, reduzida ao pó das cinzas,

Lembra quando estava com fome e te entreguei meu chocolate?

Aquele dia, eu fiquei sem o jantar da noite,

 

Lembra quando paguei o motel em que ficamos?

Lembra das vezes em que lhe emprestei o meu dinheiro,

Gostaria que recordasse que naquela época você ganhava mais que eu,

Eu descobri isso, vi na sua folha de pagamento, mas fiquei calada,

Então, agora você deseja ouvir minha voz? Pareço dizer algo significativo?

Como foi me ver sofrer enquanto você gozava de todo o melhor?

 

Talvez, agora eu não esteja satisfazendo o seu ego,

Mas, enquanto estivemos juntos eu sempre acreditei que fosse fria,

Feito gelo, nada saiu de mim que não fosse água,

Fato de pouca importância, mas enquanto você batia em minha cara,

Eu partia para longe, onde você nunca mais pudesse me encontrar,

Você acreditou algum dia que fossemos terminar juntos?

 

Eu desejei isso, por pouco tempo, só até vê-lo passar com outra,

Aquela hora eu me dirigia para o trabalho, estava presa em nós,

Eu estava no ônibus e você no seu carro próprio,

Não te contei, mas aquele dia eu passei fome o dia inteiro,

Logo após, ganhei a demissão de aniversário de... namoro?

Os presentes que te dei sempre foram mais caros que os que recebi,

 

Isso conta o bastante para definir o valor do sentimento,

Naquele momento, eu ganhava, muitíssimo menos que você,

Você desfilando forte, seguro de si mesmo, eu só o pó dos ossos,

Fui ameaçada, você pouco soube, estava longe, distante de mim,

Sei que nunca acreditou em ficarmos juntos, bom, enfim,

Quem acreditaria, lembra que seu amigo disse que não combinávamos?

 

Você sabia disso, em cada vez que me tocava, eu via isso,

Por que será que me iludi tanto? Tive medo,

Você precisou fazer pouco para manter-me em sua redoma,

Bastou algumas ameaças através de outras pessoas,

E, eu me joguei aos seus pés, implorei para voltar,

A sua modelo não foi o bastante para te satisfazer?

 

Quem bastaria para suprir este seu ego machista?

Você me feriu de morte, por hora foi o bastante,

Não espero que saiba desta carta manchada de lágrimas,

Acredite, ela poderia estar manchada de sangue...

Não Precisa Perdoar

 

Curioso o quanto um pé na bunda ajuda a seguir adiante,

Fechei meus olhos, desisti da saudade que fere,

Ao menos por um instante, seria mais inteligente,

Lutar por quem se nega a gente é gostar de se ver sofrer,

Estava cansado de tantas noites chorosas e insones,

Mas sempre que olhava o horizonte, a via, distante,

 

Longe demais para ser alcançada,

Distante o suficiente para ser esquecida,

Embora, eu acreditasse ama-la por uma vida inteira,

Não me tornaria prisioneiro de sentimentos destrutivos,

Para que sangrar até a morte por alguém que se recusou,

Fosse o amor construído a feridas não se chamaria amor,

 

É certo que sempre que recordo dela, me sinto esmorecer,

Algo dentro de mim ainda pede para que ela volte,

Mas irei resistir a isso, ela nunca me amou e isso é importante,

De que me adiantaria ter ao meu lado alguém que não me aceite?

Alguém que não veja meus valores, não enxergue meus pontos positivos,

Sou um homem forte, não nego, mas me dediquei ao amor,

 

Por que deveria me contentar com sua ausência,

Me refiro a sua teimosia em nunca estar ao meu lado,

Por mais que estivesse, parecia estar em outro lugar,

Como se procurasse alguém melhor que eu, que nós,

Lembro de ficar falando sobre meus planos,

Apresentando nossos sonhos e você, dispersa,

Este lugar onde você se colocou, fez bem em não me levar,

Acho até mesmo que não nascemos um para o outro,

 

Não teria uma única chance de pensar diferente,

Você nem ao menos me apresentou essa oportunidade,

Me vejo balançar a cabeça, queria espantar esses pensamentos,

Por que motivo pensar tanto nela, se não deseja estar comigo,

Suspeito que esta busca pelo inalcançável seja ausência de si mesmo,

Falta de amor próprio, castigo imposto sem motivo concreto,

 

É certo que te beijar foi uma sensação única,

Estar ao seu lado fez bem para a minha vida,

Mas tudo acabou agora, não é possível voltar ao passado,

Melhor deixar tudo como está, por um ponto final a esta história,

Se não deu certo antes, nada faria com que fosse de outra forma,

Você não quis, isso é o bastante para deixa-la para trás,

 

Me sinto arrasado, teria me partido em cacos ao solo,

Fosse de alguma forma quebrável, mas sou mais que isso,

Apesar de devastado, vou seguir por outro caminho,

Buscar meus sonhos que você nunca deu ouvidos,

Acho que não há postura mais ideal que esta,

Dar amor sem ser correspondido é rua de mão única,

Porém, a se trafegar na contramão,

Erro grotesco demais para qualquer coração,

 

Não vi quando a lua se escondeu por trás da janela,

Devo ter adormecido mesmo sem perceber,

Não posso dizer que acordei descansado,

É difícil se perdoar quando acredita-se ter errado,

Mas fazer todo o possível não é o bastante,

O que preciso fazer mais, morrer na sua frente?

Jogar-me na frente do seu carro em plena avenida?

O que faltou dize-la que eu não tenha dito ainda?

 

Me sinto cansado das palavras, emudecido pela dor,

É triste demais sobreviver quando se perde o amor,

Isso me faz fraco? Me torna menos que os outros?

Quão difícil é esquecer quando se ama tanto,

Mas o passado merece ser guardado, não esquecido,

Mas nem tão lembrado a ponto de viver divagando,

 

Sua história sobre não estar pronta para algo profundo,

Sobre ter medo de se entregar, de sonhar comigo,

Desculpa, não me convenceu nem por um segundo,

Nunca vivemos algo concreto, tudo se baseava em momentos,

Pensa que eu não via você sempre se escondendo?

Se não fui bom o bastante para você ficar perto,

Melhor que se distancie mesmo, não mereço isso,

 

Aquele ódio que vi refletido em seus olhos negros,

Tudo culpa da bebedeira você poderia ter dito,

Eu desculparia, você sabe disso, por isso abusou de nós,

Me agrediu em seus atos, serviu-se dos meus sentimentos

Para cuspi-los em meu rosto, aquilo era todo o seu amor?

E o respeito pelo que deveria ter existido entre nós?

 

Nunca poderia esquecer o ódio que vi refletido,

Aquele seu humor negro a me ferir por dentro,

O jeito como tudo deveria estar ao seu modo, seu proveito,

A forma de manipular tudo e todos ao seu redor,

Me desculpa, mas nunca mereci isso, estou ferido,

Eu poderia sangrar por você, mas me recuso,

 

Se me amasse de verdade você não aceitaria isso,

Não me amando não mereceria tal atitude,

Então, penso estar correto, não há erros neste ponto,

A vírgula apenas existiria se tivesse validade,

Não posso resumir tudo que vivemos com superficialidade,

Nem tudo foi mentira, houve entre nós muitas verdades,

 

Valorizo cada momento, se algum dia eu tive valor,

Você não deveria ter demonstrado isso, ao menos um pouco?

Às vezes, acredito que houvesse concorrência entre nós,

Juro que sempre, dentro de mim, te vi melhor,

Do contrário, acreditava estar te encaminhando,

Através do diálogo, dos meus atos, de tudo um pouco,

 

Você duvidava da minha palavra, baseava-se nos outros,

Nunca valeu nada tudo que te falei, tudo que fiz por nós,

Você nunca conseguiu entender-me, ao menos um pouco?

Cada palavra que eu dizia, lhe parecia incerta, em erro,

Espero, de coração que você esteja muito melhor mesmo,

Rezo para isso, prezo por nós, mas não vou ficar preso nisso,

 

Às vezes, sentia que ouvia seus pensamentos,

Acredite, não vi nada que me fizesse sentir melhor,

Nós não temos direito de buscar os próprios sonhos?

Eu não te dei toda a liberdade que fosse preciso,

Me recusei a algo que a tivesse magoado? Sofro por isso,

Mas preciso pensar em mim mesmo, seguir meu futuro...

 

Seu nome nunca foi descrito por mim em uma lista,

Aquela que você tinha e marcava tudo e todos,

Ver meu nome descrito daquela forma deu um nó na garganta,

Custo a entender o que houve, apenas isso,

Não precisa me perdoar, eu já me permiti sofrer o bastante,

Mas não ouse jurar amor, por quem sempre foi indiferente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Casal Juntos ao Pôr do Sol

 

A noite ganhou um tom mais romântico,

A lua estendeu seu manto sobre a terra,

Iluminando todos os casais apaixonados,

Depois de um beijo demorado e sereno,

Eles passaram a falar sobre os sonhos,

Os que haviam planejado antes e os de agora,

 

Pois, quando dois corações se juntam,

As coisas mudam de dentro para fora,

Tudo se transforma em um sentimento grande

O bastante para desejar mudar tudo,

Os sonhos já não cabem dentro da gente,

Todos os que já amaram sabem do que estou falando,

 

Para os que amam nunca nada está perdido,

O medo não paralisa, o orgulho não cega,

Quando dois corações batem juntos,

É difícil imaginar a força que alcançam,

Pois o inimaginável passa a ser possível,

As palavras passam a soar mais sonoras,

 

As frases dos amantes ganham outro significado,

Quando dois olhares entram em sintonia,

O eu te amo vem de uma forma espontânea,

Até o cheiro um do outro se torna mais atrativo,

É como se pudessem se conhecer pelo que exalam,

Como se houvesse um convite a refletir um no outro,

 

Só os que amam sabem interpretar essa simpatia,

Quando o tom da voz fala mais alto que as palavras,

Quando o corpo convida a mão para acariciar,

Quando tudo o que desejam é estar perto,

Nenhuma força do mundo é capaz de separar,

Os vestígios do amor são marcados na alma,

 

Sem precisar ferir um ao outro com amor avesso,

As sombras dos seus rostos são afastadas,

Se reconhecem de alma a alma,

Dizem que a luz do luar é capaz de milagres,

Mas a verdade é que são os corações que se abrem,

Que se libertam de preconceitos, soltam suas raízes,

 

Passam a seguir o mesmo destino de olhos abertos,

Seguros e adeptos a enfrentar o que for preciso,

Em certa parte, ao norte de onde a lua brilhava,

Ainda era tardinha, a esperar a lua, um casal se sentava,

Abraçados no banco da praça de certo lugar,

Eles estavam de lado, ela o beijou no rosto,

 

Depois cobriu-o, de encontro ao seu peito,

Abrigada a quem havia conhecido a pouco tempo,

Mas acreditava dentro da sua alma que era amor,

E ele também; ele acariciava seus cabelos,

Tomava um milk-shake com a mão direita,

Ela, às vezes, também saboreava um gole,

 

Entre suspiros de eu te amo e carícias incontidas,

Antes de conhece-la, ele sentia-se perdido,

Agora via-se completo no olhar daquela moça,

No jeito como ela ficava logo que ele afagava seu rosto,

No sorriso lindo que ela abria somente para ele,

Cada gesto dela parecia único, como se fosse exclusivo,

 

Ninguém conseguia vê-la de forma tão profunda,

Contemplar tudo que ela significava, tudo que era,

Ele sentia que ela o havia esperado por toda a vida,

E faria cada momento de espera ter valia,

Pois, cada vez que se via acolhido em seu abraço,

Mesmo eles sendo tão frágeis, se sentia fortalecido,

 

Era como se aquele lugar fosse reservado para ele,

Queria acreditar na história de amor que estavam vivendo,

Não aceitaria que fosse mais uma invenção do seu peito,

Esperaria as estrelas chegarem, faria um pedido,

Elas lhe dariam algum sentido, tinha medo, havia sofrido,

Ela também, ele enxergava isso em seus olhos,

 

Era real o que viviam, se estavam no escuro quanto ao amor,

A lua logo chegaria e tudo seria esclarecido,

Não haveriam erros ou injustiça neste ponto,

Tudo ficaria no lugar certo como deveria estar,

Ao lado dela até o imperfeito fazia sentido,

Essa noite, ele desejou passar acordado,

 

Aproveitar cada segundo ao seu lado,

Assim que a lua chegou, ele provou seus lábios,

Ela se afastou ao término, eu te amo, disse-o.

Um Ponto e Uma Vírgula

 

Era beijinho de um lado, beijinho do outro,

Agradar era o que ela mais queria,

Até desistir dessa ideia e procurar a si mesma,

Escolheu plantar flores no seu quintal,

Fazer seu próprio jardim, chamar as borboletas,

Os pássaros e o que mais gostasse,

 

Resolveu que se daria importância,

Com isso, passou a reconhecer valores,

E só então, decidiu amar aos demais,

Estivesse errada ou não,

Como um coração ferido poderia concertar outro?

Acreditava que para remendar a alma,

 

Precisava ao menos, contar com linha na agulha,

Mudar a si mesma era um processo árido,

Às vezes, vertia em lagrimas sem saber o que fazer,

Era difícil organizar a própria casa, gerir a própria vida,

Imagina então, abrir-se para acolher outras pessoas,

Ter que esconder sua dor, quando o outro mais precisa,

 

Era um processo difícil, mas necessário...

Recusava-se aos erros com bravura,

Mas isso parecia fazer parte do processo,

Quem estaria imune a opinião pública,

Quem estaria isento da interferência alheia,

Vacinado quanto aos comentários jocosos,

 

Impassível a comoção das pessoas ao seu redor,

Embora, sempre acreditasse que a vida era maior que isso,

Nem sempre soube ao certo como reagir aos fatores,

Era o externo que oprimia, o interno que exprimia,

Dois pesos e duas medidas, como saber a exata?

Haviam situações que gritavam impunidade,

 

Então, por que aos outros não eram tão evidentes?

Isso a deixava pensativa, fazia com que buscasse algo,

Havia algo de muito errado ao seu redor,

Isso lhe dava calafrios, como iria aceitar calada?

Embora o mundo estivesse oprimido, cego,

Ela se recusava a ser apenas mais um número a vagar,

 

Poderia constituir um número, mas nunca seria apenas isso,

Um joguete nas mãos de pessoas ensurdecidas,

Haveriam pessoas que pensavam diferente disso,

Ela não poderia ser a única, com comentários céticos,

Ela buscava refletir sobre os acontecimentos,

Buscar apoio sobre como fazer a diferença,

 

Ficaria feliz em ajudar no que fosse preciso,

O mundo algum dia, daria as mãos,

Alguns talvez, ousassem sonhar em conjunto,

Por que, se esquivavam tanto disso?

Os sonhos embora pereçam de apoio,

Não pareciam perderem-se no transcorrer dos anos,

 

Sempre há uma voz a ser seguida,

Um objetivo que valha um pouco de atenção,

Na falta de saber o que fazer, basta tentar,

Buscar algo em que acreditar e lutar por isso,

De momento, não sei ao certo o que falar,

Mas acredito em tantas ideias boas,

 

Tantos objetivos carentes de apoio,

Bem, deixo aqui meu ponto e vírgula,

Mais tarde, com ideias mais maduras,

Editarei está página, traçando um ponto final.

Batendo a Porta na Cara

 

As duas horas da tarde ela ouviu uma batida na porta,

Levantou-se do sofá, soltou o cachorrinho no chão,

E foi abri-la, ao ver quem era quase caiu para trás,

Nada teria espantado mais seu sofrido coração,

Seu ex-namorado, aquele que ganhou dela o primeiro beijo,

Com direito a estalinho, carinho no rosto, pesinho erguido...

 

Inclusive com aqueles sussurros de nossa como você é linda,

É certo que, ingênua como era, ela se sentiu única,

A pessoa mais encantada e amada de todo o mundo,

Porém, não tardou ela ir ao banheiro, voltar e ele estava com outra,

Triste fim de um amor que dizia ser eterno,

Lembrara na hora, que em meio ao beijo ele abrira os olhos,

E ficara mesmo a olhar aquela outra garota, além de outras,

Ah, como foi cruel o amor daquele rapaz, a pediu em namoro,

Para em atitudes jogar em sua cara, que não a queria mais,

 

Ela se sentiu esvair-se ao chão, teria se debruçado em lágrimas,

Mas a razão pegou pela mão seu coração e não permitiu tamanha tolice,

Estragar a própria vida, com direito a lamúrias e fazer dele um bom rapaz,

Ah, não, aí já era demais, cruzara por outro lado, fez questão de ignorar,

Dançou a noite inteira com outros garotos e assim a vida segue,

Trocaram conversas, sorrisos e alguns olhares mais insistentes,

 

O caminho dos que amam se cruzam em algum ponto,

Ela não tinha motivo para sentir embaraço ou querer precipitar-se,

Havia acabado de ser magoada, não poderia negar que sentia dor,

Mas deixar-se conduzir por conversinhas havia sido um erro forte,

Do qual tentaria, a todo custo, se esquivar, sempre soube se dar valor,

Mas agora, em meio ao meu descanso, entre o sono e a música no rádio,

Ele aparece, sem aviso de antecedência, com aquele seu sorriso frio,

 

E olhos pálidos de quem finge não esconder nada, pois são mesmo vazios,

Ela nem ao menos havia passado seu endereço, mas era de conhecimento público,

Nunca tentou fugir do que ela era, e isso, também, nunca a fez menor que os outros,

Então, por que teria que se esquivar de algo ou aceitar ser desvalorizada?

Se teve a oportunidade para amar ela, por que então havia falhado?

As outras não eram mais chamativas, como diria ela: atrativas, convidativas,

Pois bem, o que houve com a outra que o fez mudar de ideia, tão repentino?

 

É certo que as roupas dela não estavam na moda, suas unhas roídas eram borradas,

Usava um batom barato, sua maquiagem era velha, seu calçado era usado,

Mas ela não, ela nunca aceitara ser feita de tapete para que fosse pisoteada,

Esses detalhes embora não pareçam importantes, dizem muito sobre si mesmo,

Ela soube a algum tempo sobre um dos financiamentos dele junto ao banco,

Em busca de um carro novo, aquela camionete que ele entulhava de garotas,

Com aquele som alto e bizarro que ninguém compreendia o que falava,

 

Era de crer-se que a intensão de quem entrava lá realmente não era entender nada,

Da sua parte compreendia perfeitamente que não houve erro,

Não olhara para nenhuma outra pessoa, agira normal, como ele já sabia que ela era,

Se buscava outro tipo de mulher por que decidira se aproximar dela?

O que, na conduta leal da garota transmitira ideia errônea? Não era reconhecida,

Não conquistara seu próprio lugar junto as garotas do colegial?

Então, por favor, peço que não a interprete mal, mas ela, não gostaria da sua visita,

 

Tudo que aconteceu foi recente, ela recordava, a marcara o bastante

Para fazer a diferença na vida daquela moça e fazer com que ela evitasse

O exato tipo de pessoa que ele era, ela se garantia o bastante como mulher,

Se ele havia tentado diminuí-la achando que ela cairia nesse joguinho,

Então, falou com a mulher errada, suas ideias não a convencem,

Com seu diálogo inconsistente, fez todo o tempo que passaram juntos chato,

 

Ele e seu carro, desculpa pela indiscrição, “barato”,

Achara que a ganharia como fazia com as outras,

Com suas propostas de amor de uma hora, isso só servia para elas,

E aqueles amigos bobos dele, que estavam sempre ao seu redor,

Nunca a viu entre eles? Por quê? Ela nunca desejara isso,

Nunca fora da forma que ele quisera, por quê? Tinha opinião própria,

 

Aquelas roupas que as colegas dele usavam? Bom, se ela estivesse nelas,

Nem assim ele conseguiria se aproximar, porque ela era mesmo diferente,

Ele sempre soube disso, então por que estava parado feito um tolo, a sua porta?

Veio procurar na garota o que não encontrou nas outras? Seria de se suspeitar,

Embora ela discorde disso, ela reafirma: “você não preenche os mínimos requisitos de homem,

Por ser volúvel era uma aposta ganha, saber que nem amizades verdadeiras, você tem,”

 

Ela esperava que sua conversa estivesse sendo satisfatória,

Pode ter existido algum equívoco entre os dois,

Mas, isso foi quando o permitira chegar perto, depois disso,

Ele tentara e até sabia como, mas ela não,

Então, continuou, em tom sério e desafiador,

 

“Foi a tão pouco tempo, fique com minhas amigas,

As que preenchem seus requisitos, elas estão dispostas,

Com relação a aquela sua moto nova, elas se encantaram,

Convide-as para dar uma volta aí pelas avenidas...

A Cobra Rosa

Houve invasão na chácara, De repente, Todos os bichinhos Correram assustados. Masharey subiu na pedra Mais alta, Que há a...