Olha bem meu amor, eu acredito em
sonhos,
Mas sempre que contemplo seus
olhos,
Lhe juro que vejo algo diferente,
É como se fosse pouco o para
sempre,
Sinto que a terra sob os meus pés
foge para longe,
Sonhar já não é mais o bastante,
Então, seus braços se estendem na
minha direção,
Me falta o ar, me vejo pegar em
sua mão,
Só então, um tapete verde e
florado se estende,
Volta para mim o chão, encontro a
base,
Mas em ti já não estou na superfície,
Me vejo além do contemplar a
face,
Me sinto dentro como você está em
mim,
Arraigado a minha alma e ao meu
sentir,
Sem ti, querido amor, parece que
não há por vir,
Contigo sou algo além do mero
querer existir,
Ao ouvir sua voz, quase caio das
pernas,
Um tombo alto para quem ganha os
céus no teu olhar,
Minha mente se torna um trevo de
indagações,
Diversos caminhos se estendem
nenhum longe de nós,
Acima dos escombros das minhas
divagações,
Olho nos olhos que me resgata de
tudo isso e digo:
Ora, querido, eu te amo e você
sabe disso;
Por mais que repita mil vezes,
meu amor não se torna repetitivo,
Essa confissão diz poucas frases
mas revela a alma,
Com meus olhos cerrados me vejo verter lágrimas,
A felicidade em mim toma a forma
de um abraço seu,
Sorrio e choro, estou acolhida em
seus braços agora,
Cairia de joelhos nesta grama a
verter o amor que sinto
Não fosse a sua mão me agarrar ao abrigo que você é,
Paro, estagnada em seu peito, ali
vejo tudo que quero,
Não trata-se de que sonhar seja
pouco apenas não basta,
Ora, meu amor, veja bem de que
bastam os seus lábios longe dos meus?
Se fui capaz de conquistar seus
beijos uma única vez,
Querido amor, apenas desejo que,
também, o seja para sempre,
Começo a soluçar, molho sua
camisa preta, digo repetidamente:
Amor, eu te amo seja agora mais
meu que ontem,
A força volta as minhas pernas e sobem para as mãos de
forma suave,
Aperto-o junto a mim, desejo que
não seja uma miragem,
O vento o toca com a suavidade de
uma brisa,
Acaricio a sua face removo o que
houver de dúvida,
Querido amor, espero que queira
perdoar o meu temor,
Tento ser melhor do que fui, mas
você sabe, sou quedada a erros,
Nem o afago da brisa ou o
tilintar da chuva nas folhas
São notórios a ponto de me fazer
parar - apenas seu abraço -,
Meu amor, mesmo a chuva na flor
mais linda ou o seu desabrochar,
Me fariam te querer menos ou
desviar única vez dos seus olhos,
Não é pouco o meu esforço em
agradar,
Querido, me entenda, eu te amo e
por nós eu vou tentar,
O tomo eu meus braços, sugo seus
beijos para dentro de mim,
Embebida em seus lábios, afago
seus cabelos ali mesmo, no jardim,
Carinhos e mais afagos se divagam
em seu corpo,
Querido talvez eu não faça tanto,
mas me entrego ao máximo,
As dúvidas, se eu as senti, acabo
de dividi-las em mil pedaços,
Se se jogam mil caminhos ao
dispor,
Não restaria um único incapaz de
me levar a outro que não seja meu amor,
Meu amor, tome cuidado, não se
embriague das dúvidas em meu beijo,
Eu te disse, achei que as senti
um momento atrás,
É certo que foi um instante antes
de você me beijar,
Mas se as dividi, também não
duvido que as transferi,
Nos beijos em que me entrego,
querido amor, vou inteira para ti,
Parte da minha dúvida soluça,
acreditou existir,
Parte dela nega a si própria, penso que se contradiz.