sábado, 14 de maio de 2022

Um Beijo

 

Se esforçou para concluir,

Queria encontrar as palavras exatas,

Sabendo que não poderia mentir,

Não enquanto estivessem tão próximos,


Sentindo sua respiração sobre sua face,

Clamou a todos os beijos que já sentiu,

Para que existisse um ao menos,

Que fosse intenso o bastante,


Para lhe conceder a força de que precisava,

Sabendo que os beijos sempre concluem um propósito,

Uns iniciam uma conversam,

Outros preferem dar um basta,


Do alto do olhar dele ela podia ver a salvação,

Não precisava de mais nada gritava o coração,

Mas havia uma urgência,

Um algo que precisava ser falado,


Ante o desenrolar de tudo,

Isso precisava ser dito agora,

As mãos dele estavam sobre os seus ombros,

Os seguravam com força segura,


A figura dele era tudo de que mais precisava,

Suas mãos se seguravam em seus braços,

Evitava encará-lo tentando buscar as palavras,

Sentia que todas as suas defesas começavam a vacilar,


Agora, o sol já se punha,

E as estrelas começavam a despertar,

Mas dentro dela tudo parecia dormente,

Com um argumento doentio e miserável dentro de si,


Temia um adeus que pusesse um fim,

Deu as costas a todas as razões que dissessem não,

Qualquer coisa que buscasse afastá-los,

Mas existem verdades que não podem ser escondidas,


E esta teimava em vir sempre que o via,

Amar em verdade dispensa mentiras,

Tropeçando em si mesma como se o chão se esvaísse,

As mãos apertavam com força evitando a partida,


Se implorar por seu amor bastasse...

Ela abrigada a ele era tudo que mais queria

E que tudo o mais fosse como quisesse,

Precisava ser abrigada, será que ele entenderia?


Que todas as suas ideias lhe fugissem e perdesse a sanidade,

Qualquer coisa que pudesse evitar a sombra do adeus,

Por um minuto que fosse,

Mas, um minuto depois do fim do beijo,


Aquele minuto em que se demorava a pensar,

Em que tudo era revisado,

E a deixava em erro,

A lua chegava com um sorriso frio,


Estrelas de inverno costumam ficar mais no alto,

Brilhavam intensas sobre o negror de um céu apagado,

A luz errava dele e buscava outras coisas,

Um pouco mais distante sobre a calçada de pedras,


A solidão caia sobre seus sonhos repentina,

Como o dia em que o encontrou ali mesmo,

Dos céus Deus envia uma salvação,

Então, o Buscou com profunda emoção,


De súbito o sorriso dele pôs seus medos em fuga,

Havia amor em seu olhar,

Em meio a dor que ameaçava devorá-la,

Ele a via e a mantinha segura,


Suas mãos eram feito garras atentas,

Pareciam afiadas e prestes a protege-la,

Se palavras poderiam ficar afiadas,

O amor também poderiam amordaça-las,


Se pôs na ponta dos pés e o buscou,

Demorou-se no beijo que encontrou.


sexta-feira, 13 de maio de 2022

Saudade

 

Sentiu a necessidade gritar em sua voz,

Desesperada, ardente e sôfrega,

Quis chamar seu nome outra vez, não o fez,

Calou-se tentando controlar o que sentia,


Pegou seu próprio pulso com a mão tremula,

Era amor puro o que fazia seu coração pulsar,

E as vezes, esquecer de chamar por ele,

Era de se estranhar,


Nestas horas achava que não se pertencia,

Acreditava até mesmo em morrer,

Mas, nesta altura da saudade, já tinha uma certeza,

Não se morre por amar,


Mesmo que se coloque toda a alma,

Olhou para dentro de si mesma,

Não havia surpresa, ele estava em cada parte sua,

Era como olhar e se afogar,


Lágrimas perambulavam em tudo que houve,

Chegava a acreditar que queriam apagar,

Lembrar já não parecia mais o bastante,

O tempo gosta de distorcer os beijos apaixonados,


Mas, não teve êxito com relação a este amor,

Está sempre a busca-lo por onde quer que esteja,

Não seria certo duvidar que desistiu de mim por ele,

Houve uma troca naquele amor despendido no beijo,


Nele eu entrei de alguma forma ou ele passou a ser minha parte,

Meu coração está o tempo todo a chamá-lo,

Custasse isso a minha felicidade nem iria importar,

Apenas o quer por perto e permanece quanto ao resto indiferente,


Conspira, procura a minha direita,

Vigia os meus passos e o procura em toda parte,

Registra cada rosto e só vê uma pessoa,

Na esperança de provar de novo a boca apaixonada,


Não se importa que isso me custe a vida,

Deixará ele escapar qualquer chance que tenha?

Nunca, pelo contrário, constrói chances a todo instante,

Busca em tudo uma única brecha,


O quer é o que me diz e não distorce,

Beijei-o e não foi por única vez,

Neste amor, óh Deus, derruba nações,

Que importa para ele as multidões?


Registra, ele mesmo, cada momento único,

Recolhe as minha lágrimas e diz que está fora de hora,

Pede para que eu sofra em silêncio,

Só quer repetir o sentimento outra vez e mais nada,


Acaso anotou o nome dele em meu coração?

Eu não duvidaria, o vejo em cada pulsação,

Os meus beijos retrocedem cada vez que busco outro,

Repetem sempre famosa frase,


Como se fosse ela o seu amuleto:

Aquele que convidaste, certo dia, para a sua mesa,

Se recorda? Pois bem, este não senta, hoje em sua cama...

Penso em dar uma resposta a este amor desmedido,


Mas contenho as palavras,

Com isto sei que meu coração está a meu favor,

Mas isso eu já sabia antes do primeiro gole na bebida,

Mesmo com este amor distante de mim agora,


Não ousaria me ferir como um dia fui capaz,

Por nada no mundo.

E não temerei. Que poderá fazer o homem que busco?

Buscar-me da mesma forma e com mesmo sentimento,


Livrou-me da solidão e não me arrependo,

Cuidou para que meus pés não tropeçassem,

Se tiver ele atitude diferente da que mereço,

Não serei cruel de forma nenhuma:


Apenas direi: sinto muito amor, não é o momento;

Óh, lábios trêmulos, Óh, lábios trêmulos, misericórdia!

Sabem vocês que o amo, e nele minha alma se refugia,

Eu me acolho em lembranças se assim o desejam,


Desta forma me isento, também, até que o perigo cesse...

E uma parte dele, talvez, um único traço de sentimento,

Talvez, a certa hora chame por meu nome,

Tento me dizer que a apenas um dia beijei seus lábios,


Mas o tempo ante a saudade,

Todos sabem: passa abolido.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Uma Pergunta

 


Tentou fazer a pergunta casual,

Calando todas as outras,

Mas as palavras chegavam ao lábios entorpecidas,

Tudo que descobriu feria,


Confesso que o drink ajudava a dar coragem,

Mas, a garganta trôpega não tinha forças,

Onde se busca forças para tanto sofrer?

Como se cada jura já não fosse um sonho,


Cada beijo soava a dor de um pesadelo,

Vinham a mente e feriam sem piedade,

Ao invés daquele perfeito sonho doce,

Sentia o apelo desesperado na voz,


Por mais que tentasse se ocultar,

As forças sumiam ante o brilho dos seus olhos,

Quisera pensar em outra coisa,

Acreditar em algo que fosse maior,


Mas quando o amor perde credibilidade,

Quando o que se sente tem que ser mantido em segredo,

É de se concordar que tudo o mais fica falho,

Errei e fiz o que um beijo reprova,


Que justa sentença recaia e eu receba condena,

Sei que errei desde o primeiro instante,

Está tudo isso preso em meu íntimo,

E eu preciso falar antes que tudo se esvazie,


As forças, a razão, a coragem e o que vem com ela,

No coração tudo que eu tive foram sentimentos,

Embora nem sempre soubesse expô-los,

Entenda, que nem sempre soube compreender,


Mas, tudo que descobri agora, me perdoa dizer,

Era sobre você e muito do que tentou esconder,

Toca em meus lábios e deixa-os puros,

Será capaz de tocar-me como fez anteriormente?


Me sinto suja, de certa forma estou em erro,

Não sei se deverei ter buscado você tão a fundo,

Beija-me e tão doce quanto a flor eu posso ser,

Mas, espero que desta flor recaiam frutos,


Meu amor, os que amam também precisam viver,

Acaso acha que posso esperar até que momento?

Você planejou para nós um instante ao menos,

Um segundo que seja para que fiquemos juntos?


Criaste em mim um doce coração puro,

O que deseja fazer dele agora que o pertence?

Você, me usaste ou fui eu que me perdi no caminho,

Querido, o seu pensar não me compete,


Pensa que adivinho você apenas porque o procuro?

Pois bem, o busquei e do que encontrei tenho algo a dizer,

Remova de mim esta dor que fere o meu peito...

Chacoalhou a cabeça para afastar os pensamentos,

Buscou a pergunta casual que iniciaria o diálogo...

terça-feira, 10 de maio de 2022

Um Abraço

 

Voltou a realidade do abraço,

-Não, não se vá, por favor, não agora-,

Quis dizer, mas calou-se da mesma forma,

Abraçada a ele, rosto colado em seu peito,


Nem chegou a abrir a boca,

Pode-se dizer que nem mesmo as palavras

Tomaram-lhe a alma de forma latente,

Apenas seu coração se apertou do nada,


E isso, a fez olhar para cima e procurar seu olhar,

Mas, antes de chegar até ele,

Fechou os olhos e preferiu não avistar,

Os olhos fechados escondiam as lágrimas,


Ou simplesmente não havia nenhuma?

Não soube dizer e não quis se perguntar,

Sua língua vibrava inutilmente dentro da boca,

Mas não, não sentia que queria beijá-lo,


Mas, talvez o fosse, quem sabe ao final do abraço,

De qualquer forma se aconchegou nele,

Com a ideia de que talvez, nunca mais o veria,

Não por sua vontade,


Mas, como voltar atrás depois de ter desistido,

Acaso o amor merece quantas chances?

Cabe perdão ao amor que lhe vira as costas?

A mão dela se agarrava a cintura dele,


As dele permaneciam imóveis nela,

Agarrava-se a ele e o puxava para perto,

Era como se tudo o mais estivesse apagado,

Tem sede dos meus lábios quis indagar,


Tem prazer ao estar no meu abrigo,

Pensou em perguntar em seguida,

Mas, apenas um suspiro saiu de seus lábios,

Os dele permaneciam em silêncio - amenos,


Pareciam estar distantes de tudo que havia,

Isso foi o que ela pensou, porque não chegou a olhar,

Mas o conhecia o bastante

Para imaginar cada passo seu e cada detalhe,


Até poderia jurar que já tinhas as respostas,

Por este motivo nem queria ouvir da sua boca,

Por este amor que sentia, nutria compaixão,

Mas o que temia era que ele não,


Simplesmente era imune ao que houve,

A distância foi impactante e decisiva,

Não coube espaço para resistir ao entrave,

Queria apenas que este abraço lavasse a culpa,


Que dissipasse dela cada erro de sua cabeça,

Dor triste demais é amar quem está distante,

Que este abraço purificasse cada instante,

Para que não houvesse nem do que se lamentar,


Bem sabe-se que o amor distante

Tem o dom de tornar tudo errado e bifurcado,

Parece que tudo que se faz ou sente possui duas vertentes,

A do que se sentiu e fez e a de que a distância nos traz,


Pois, ela mesmo poderia reconhecer suas fraquezas,

Refletiu tanto sobre tudo que houve,

Que já não sabia se tudo foi assim tão acertado,

E o pecado do erro sempre persegue,

Bem, que o abraço do amor fosse o bastante.

domingo, 8 de maio de 2022

Uma Marca

 

Por dentro e por fora da boca havia um gosto,

Não daquele que se deseja esquecer,

De algo muito maior e gostoso,

O beijo que escapou da face,


Encontrou em cheio os lábios entreabertos,

Como se a espera-los,

Movidos pelo ímpeto do desejo,

E quem sabe, desejo daqueles que gostam,


O doce e definitivo gosto do amor,

Começou a sorrir do nada e sem um porquê,

Apenas gostava do cheiro de sua própria boca,

Queria mantê-la aberta e senti-la mais ainda,


Sorria e silenciava; balbuciava e calava;

Mas lembrar sempre gera algum impulso,

Pensou em ir atrás daquele beijo adocicado,

Mas, ao invés, jogou-se no sofá,


Com a jaqueta posta do lado e desajeitada,

Os pés soltas e móveis,

Percorriam uma dança inconsciente,

Seu corpo estava parado: fato inegável,


Mas a alma, ah, esta perambulava,

Estava por todo o canto e em algum lugar fixo,

No beijo, ah o beijo, que pede para ser repetido,

Da mesma maneira como um dia teria que beber água,


Ou ainda, tomar um banho, escovar os dentes...

Ah, como este beijo não queria ser apagado,

Um soluço saiu do fundo da garganta incontido,

Uma gota de sangue molhou seus lábios,


Um mordiscado foi mais rápido que o beijo,

Não chegou a machucar mas marcou,

O soluço soou mais para um som primitivo,

Quase inaudível,


A alma quando quer fala de outras maneiras,

Utiliza-se do que for para atingir seu objetivo,

E neste instante, ela amava,

Quem poderia reter o que quer que quisesse dizer?


Em seguida, virou para o lado e buscou a almofada,

A abraçou sem apertar,

Há coisas que só os abraços sabem fazer,

Havia uma mistura de suco, e algo doce em sua boca,


Aquele beijo teve um quê de mágico,

Seu sabor a percorria e voltava ao início,

Adorava rememorar cada momento,

Instante em que sua boca recuou,


Tremulou mais não evitou,

Pelo contrário, a buscou em seguida,

Beijos inesperados, são os melhores,

Pelo menos aquele o fora,


O beijo realmente é uma chama para a vida,

Uma flor é um convite a viver,

Uma borboleta é um motivo de alegria,

O sopro que Deus repousou na face,


Fez muito mais que dar sonhos e outras coisas,

Ele nos percorre por dentro por mais que mobilidade,

Amar não é mera invenção da solidão,

Promessas não são contratos antivelhice,


Em cada coisa que há na vida

Há algo que nos motiva a ser felizes,

Mas nenhum com a intensidade desta marca,

Pensou com um sorriso sabendo que em viver

É que se está a resposta – nenhuma outra coisa.

sábado, 7 de maio de 2022

Em Certa Manhã

 


Neste instante abri os olhos,

Não pude dizer que vi tudo,

Mas o bastante,

A garganta sufocava o sorriso,


A face tremulava para esconder,

Quisera eu poder rir de tudo isso,

Mas, nem sempre se é possível escolher,

Minhas mãos percorreram minha face,


Não havia lágrima nem vontade de chorar,

Quis dizer algo mas não soube o quê,

Queria consolar o que eu sentia,

Mas nem mesmo sabia compreender,


Tirei o lençol de cima do corpo,

Uma lufada de frio me percorreu,

Estremeci por um segundo,

Devia ser dia eu não saberia dizer,


Perdi a noção das horas e de outras coisas,

Mas, eu sabia de tudo o que era mais importante,

Pegar o telefone e ligar?

Correr até o carro e procurar por ele?


Olhei para a janela e pude constatar,

Sim, era dia claro e o sol parecia rir,

Fosse o que fosse ele deveria estar gostando,

Apenas cri que não ria de mim,


Me pus de lado sem vontade de levantar,

Pensei na roupa que vestiria,

Meu corpo nu pedia por abrigo,

Meu cabelo estava arrumado,


Nem de longe iria parecer despenteado,

Poderia jurar ter passado a noite em claro,

Mas não, senti que nunca dormi tão bem,

Um travesseiro caiu no assoalho,


Não fez barulho,

Tudo ao meu redor parecia gritar silêncio,

Dentro de mim também,

Eu não me sentia bem,


Mas, meus lábios desacordados,

Abriam-se seguros mas não diziam nada,

Penso que nem eles ou minha alma,

Porque, eu entendia sem entender,


Havia uma decisão e era importante,

Deitada na cama olhando para o alto,

Quis sair dali sem me mover,

Pensei se teria possibilidade,


Mas também não soube para onde ir,

Quem sabe, apenas. eu quisesse ter alguém,

Um alguém para quem recorrer,

A noite foi sem sonhos e sem pesadelos,


Mas o dia, parecia me trazer uma espécie,

Disso eu não poderia acordar ou fugir,

Teria que escolher e resolver,

Tinha uma sensação ruim na garganta,


Um incêndio me percorria por dentro,

Uma torrente de palavras queria sair dali,

Haveria uma ebulição em meu peito?

Penso que isso havia sido evitado a contragosto,


De cair em desgraça sei que escapei por pouco,

Tentei deixar minha mente passear,

Vagar por algum cômodo ou outro lugar,

À procura de uma resposta,


Uma saída que me desse algum impulso,

Encontrei algo muito dentro – escondido-,

Quando se sente perdida,

Nem sempre se quer encontrar o que está no fundo,


Eu confesso que estremeci na hora,

Mas fui ao encontro,

Se nada é tão perfeito muito ruim não seria,

No passado.


Me esforcei mais um pouco estava vago,

Queria precisão de detalhes,

Não sabia ao certo se queria repetir isso,

Afinal de contas o que importa é o presente,


É todo o chão que se tem para pisar,

Mas, havia um caminho e eu queria percorrer,

A felicidade estava lá fora,

Então, porque eu parecia me esconder?

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Soluços

 

Ela jogou-se na cama a chorar,

Um soluço calava a garganta,

A dor dilacerava a alma,

As palavras eram sufocadas pelo medo,


Se eu estivesse a morrer, de que adiantaria falar?

Ela jurou amor tentou busca-lo,

Fez tudo que podia mas ele rejeitou-a,

Apenas isso,


Quem é que poderia provar ter havido algo?

Em tudo que viveram ele sempre foi solícito,

Escondeu o que sentiu tão fundo,

Que tivesse existido algo nem ele o acharia,


Se o amor existe na alma é preciso confessá-lo?

Jogada sobre na cama fria não sentia a si mesma,

O corpo estava estagnado e arredio,

Nem mesmo sua alma mais lhe pertencia,


As mãos jogadas para a frente sob o lençol,

Buscava remexer em algo - ver se ainda existia,

Nada do que havia ao seu redor lhe pertencia,

No instante em que se entregou por completo


Desistiu de si mesma e perdeu-se, talvez, para sempre,

Nas profundezes do seu ser uma dor dilacerava,

A sufocava de maneira aguda e doentia,

Um pó a efeito da morte lhe ressoava sobre as narinas,


A respiração lhe escapava,

Tudo que sentia se distanciava,

Soluços eram calados dentro do peito,

Quando já não podia mais aguentar-se de cabeça erguida,


Deixou-se cair sobre os seus próprios braços,

Ali encontrou abrigo,

A torrente de lágrimas foi cortada e elas rolavam sobre a cama,

A respiração voltava pouco a pouco,


Mas a dor, esta não partia,

Ofereceu-se ao amor como uma espécie de sacrifício,

Do tipo que não há como voltar atrás,

E ele soube disso, soube usar seus sentimentos,


Até destruí-los, coisa inútil é amar,

Quando se passa por quem se ama e tenta falar-lhe,

Mas antes que as palavras saiam,

Antes que consiga fazer mais que balbuciar sobre isso,


Ele lhe vira o rosto como se não a reconhecesse,

Ela, eleva o rosto ao Altíssimo e engole o choro,

Mas a dor continua se vá aonde for,

 O sorriso do traidor nunca é esquecido,


Com uma dor a dilacerar o coração tinha um juramento,

E o faria, mesmo que somente para si mesma,

Que Deus o traga para mim no dia da angústia,

E eu saberei como lhe virar o rosto,


Que Deus possa honrar cada dor sentida,

Cada lágrima calada frente a frieza dos seus olhos.

Gritara? Não, não teria forças para tanto,

Estava caída, dilacerada de tanta dor,


Olhou para os braços estavam lívidos,

Os lençóis molhados ao seu redor,

Ela deitava-se de bruços,

Gélida de frio ou de tanta dor não saberia dizer,


O cabelo molhado caía ao lado do rosto,

Parecia estar morta,

Não, ela não gritaria.

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