Sentiu a necessidade gritar em sua
voz,
Desesperada, ardente e sôfrega,
Quis chamar seu nome outra vez,
não o fez,
Calou-se tentando controlar o que
sentia,
Pegou seu próprio pulso com a mão
tremula,
Era amor puro o que fazia seu
coração pulsar,
E as vezes, esquecer de chamar por
ele,
Era de se estranhar,
Nestas horas achava que não se
pertencia,
Acreditava até mesmo em morrer,
Mas, nesta altura da saudade, já
tinha uma certeza,
Não se morre por amar,
Mesmo que se coloque toda a alma,
Olhou para dentro de si mesma,
Não havia surpresa, ele estava em
cada parte sua,
Era como olhar e se afogar,
Lágrimas perambulavam em tudo que houve,
Chegava a acreditar que queriam
apagar,
Lembrar já não parecia mais o
bastante,
O tempo gosta de distorcer os
beijos apaixonados,
Mas, não teve êxito com relação a
este amor,
Está sempre a busca-lo por onde
quer que esteja,
Não seria certo duvidar que
desistiu de mim por ele,
Houve uma troca naquele amor
despendido no beijo,
Nele eu entrei de alguma forma ou
ele passou a ser minha parte,
Meu coração está o tempo todo a chamá-lo,
Custasse isso a minha felicidade
nem iria importar,
Apenas o quer por perto e
permanece quanto ao resto indiferente,
Conspira, procura a minha direita,
Vigia os meus passos e o procura
em toda parte,
Registra cada rosto e só vê uma
pessoa,
Na esperança de provar de novo a
boca apaixonada,
Não se importa que isso me custe a
vida,
Deixará ele escapar qualquer
chance que tenha?
Nunca, pelo contrário, constrói chances
a todo instante,
Busca em tudo uma única brecha,
O quer é o que me diz e não
distorce,
Beijei-o e não foi por única vez,
Neste amor, óh Deus, derruba
nações,
Que importa para ele as multidões?
Registra, ele mesmo, cada momento
único,
Recolhe as minha lágrimas e diz
que está fora de hora,
Pede para que eu sofra em
silêncio,
Só quer repetir o sentimento outra
vez e mais nada,
Acaso anotou o nome dele em meu
coração?
Eu não duvidaria, o vejo em cada
pulsação,
Os meus beijos retrocedem cada vez
que busco outro,
Repetem sempre famosa frase,
Como se fosse ela o seu amuleto:
Aquele que convidaste, certo dia,
para a sua mesa,
Se recorda? Pois bem, este não
senta, hoje em sua cama...
Penso em dar uma resposta a este
amor desmedido,
Mas contenho as palavras,
Com isto sei que meu coração está
a meu favor,
Mas isso eu já sabia antes do
primeiro gole na bebida,
Mesmo com este amor distante de
mim agora,
Não ousaria me ferir como um dia
fui capaz,
Por nada no mundo.
E não temerei. Que poderá fazer o
homem que busco?
Buscar-me da mesma forma e com
mesmo sentimento,
Livrou-me da solidão e não me
arrependo,
Cuidou para que meus pés não tropeçassem,
Se tiver ele atitude diferente da
que mereço,
Não serei cruel de forma nenhuma:
Apenas direi: sinto muito amor,
não é o momento;
Óh, lábios trêmulos, Óh, lábios
trêmulos, misericórdia!
Sabem vocês que o amo, e nele
minha alma se refugia,
Eu me acolho em lembranças se
assim o desejam,
Desta forma me isento, também, até
que o perigo cesse...
E uma parte dele, talvez, um único
traço de sentimento,
Talvez, a certa hora chame por meu
nome,
Tento me dizer que a apenas um dia beijei seus lábios,
Mas o tempo ante a saudade,
Todos sabem: passa abolido.
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