O governante sem discernimento aumenta as repressões,
O amor no distanciamento oprime também,
Um governa enquanto o outro se perde,
A solidão atormentada pela culpa busca a fuga,
-Amo-o e o amarei até a morte!
Assim diz ela e bate o pé,
Haverá quem duvide?
Não, não dela!
Quanto ao coração que governava?
Neste instante, que ninguém o proteja!
O amor que é integro assim há de ficar,
A solidão que aparece nas horas vagas,
Esta ninguém deseja, mas ela vem...
Busca aquele que é amado,
Recorda dele a todo e qualquer instante,
Após isso, busca refúgio e clama pelo destino,
Apega-se a todos,
Distância segura, repousou dos inseguros,
O coração permanece a espreita e pulsa,
Neste tormento ele é quem não sabe repousar,
A solidão perversa ou prisioneira,
De repente cai e pede guarida,
Não sabe se ama nem entende o que quer,
Agir com parcialidade parece a saída,
Quer o ser amado ao seu lado – grudado,
Manda e desmanda,
Vê sempre com único olhar,
Até a distância o amor que ama aceita suportar,
A solidão gosta da proximidade,
Não se dispõe a maleabilidade,
A solidão é inimiga da distância,
E por ser desta forma não percebe o que a aguarda...
O amor que bajula sabe como repreender,
A solidão que rouba o tempo e a liberdade
Sopra no ouvido: não entenda, está errado;
É próxima mas é inimiga daquele que vem,
Talvez ela goste de manipular,
Quem sabe apenas ainda não tenha entendido,
O quê?
O coração que pulsa ou a lágrima que foge?
O olhar que se fecha e depois de tudo,
Simplesmente, finge não ver.
Mas, enfim, a boca não gritou,
A voz que imploraria que ficasse,
Apenas desta vez, não falou,
Melhor desta forma que da outra vez,
Meus agradecimentos,
Quis ela dizer ao levantar a mão,
Encerrou por um aceno,
Um aperto profundo no coração,
E se calou, outra vez,
Concluiu que o amava logo que chorou,
Sem ninguém para ver,
Apenas a promessa que ficou,
Bom, quando o coração grita,
Quem é que aparece?
Uma neblina e um olhar que se fecha,
Dentro de si o coração que não entende,
O amor. Ele repete. O amor,
E depois tenta dar alguns passos,
Imagina se ainda tem forças para correr,
Agora, ele para e mede a distância,
Não pulsa tão rápido mas retorna,
Já não consegue alcançar,
Que o amor chegue e tome-o por justiça!
E que – a solidão tem algum interesse em esconder-se? –
Sem resposta, nem ela ou aquele,
Da minha parte, não objeto,
Apenas guardo uma restrição: esquecer,
Este amor não, se a intenção for esquecimento,
Que seja o outro.