No calor da discussão,
Como se fosse possível arrancar o amor do coração,
Ela abre a porta e o manda ir embora,
Diz que está nervosa e que prefere ficar sozinha,
Com a expressão tristonha, ele envolve sua mão com
ternura,
E se encaminha para a saída,
Segurando seus dedos em um gesto silencioso de quem quer
ficar,
E com lágrimas nos olhos, sente seus dedos se soltar,
Enquanto a porta é fechada às suas costas,
Desolado ele se encosta na parede do apartamento e fica a
esperar,
Consternada, ela se recosta na mesma parede,
Permitindo que as lágrimas deslizem por sua face
E sem forças sente o corpo resvalar até o porcelanato,
E ao sentir o piso frio congelar seus sonhos,
Que partidos em mil pedaços, voltam-se contra seu peito,
Levanta os joelhos e os abraça,
Como se desta forma, pudesse amenizar a angústia,
Do lado de fora, ainda inerte a pensar,
Sentindo uma dor aguda no peito,
Ele força a porta e entra, e ao encontrá-la no chão,
Junto ao coração, como se fizesse dela sua pulsação,
Dizendo sem palavras que é ali o seu lugar,
Acalma seu choro e em prantos jura que a ama,
Segura de seu sentimento,
Ela o contempla por um
momento,
Toca seu rosto, fecha os olhos e desliza a boca do
rosto ao queixo,
Parando na maciez dos seus lábios,
E em um beijo apaixonado,
cela a promessa inaudita de que o ama.
cela a promessa inaudita de que o ama.